quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Restaurando o Ardor Missionário
Conceituando uma Igreja funcional como comunidade que faz diferença na terra

Ronaldo Lidório

Apocalipse em português evoca um sentido escatológico, de “últimas coisas”. Em Inglês, Revelation, dá-nos a idéia de “descoberta”, “revelação”. Entretanto em grego, apokalipso, significa simplesmente “trazer à tona o que está encoberto”.
Não se trata puramente de dar conhecimento a fatos vindouros. Apocalipse, na verdade, fala muito mais sobre a Igreja de Cristo hoje, seu caráter, sua vida e Missão. Gostaria assim que lêssemos Apocalípse, capítulo 3.

Apoc 3:15-17
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente. Assim porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes estou rico e abastado e não preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”.

As cartas de Jesus às Igrejas da Ásia possuem duas funções básicas.

A primeira é revelar os critérios pelos quais o Senhor julga a Sua Igreja. Nós a julgamos por valores externos, visíveis e contábeis: seu templo e número de membros, sua estrutura administrativa e exposição social, seus líderes e seu culto. Como canta o coral e como prega o pastor.
Os critérios de Jesus são bem mais particulares e giram em torno de valores mais eternos do que passageiros;
Charles Kerman, filósofo cristão, diz que “nada do que tocamos é eterno”. E Jesus, quando olha para as igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia trata de valores eternos. Em nenhum momento usa como crivo de julgamento a estrutura física e visível da igreja mas trata sim do pecado que a assedia, a fidelidade perante as provações, a pregação do evangelho no mundo e a resistência aos ataques do diabo. Jesus prepara aqui uma Igreja para viver a eternidade.

A segunda função básica das cartas às igrejas na Ásia é justamente nortear nossa jornada hoje.
Apesar de Apocalípse ser um livro com cores escatológicas, é altamente existencial tratando do cotidiano do povo de Deus neste mundo.
O verso 15 do texto que lemos fala sobre a possibilidade de uma Igreja ser quente, fria ou morna e erroneamente tem sido visto ao longo de anos como uma simples apresentação de três diferentes níveis de espiritualidade. Se o analisarmos cuidadosamente, entretanto, veremos que o assunto tratado é a funcionalidade da Igreja, seu modus operandi, o que ela faz baseado em quem ela reconhece ser.
Esta carta começa afirmando “conheço as tuas obras” (3:15) apontando para a vida funcional, prática e efetiva da Igreja e continua dizendo:.

“Que não és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente...”

e esta é basicamente uma afirmação de desejo. O Senhor Jesus afirmando à Igreja em Laodicéia que desejava que fossem quentes ou frios. Não há indícios para crermos que fosse uma expressão de ironia mas sim um desejo sincero de vê-los tanto quentes quanto frios.
Para entendermos esta afirmação precisamos lembrar que Laodicéia, pequena cidade, localizava-se entre outras duas grandes e conhecidas cidades na região. Ao norte Hierápolis e ao sul Colossos.
Hierápolis era conhecida em toda a região por suas fontes de águas frias. Era uma espécie de Oásis no verão para onde as multidões afluíam. Segundo Orgeon , à entrada da cidade havia uma inscrição com os dizeres: “Lugar de Refrigério”.
Colossos ao sul era ainda mais conhecida pelas suas fontes de águas quentes, sobre as quais dizia-se possuírem poderes medicinais e terapêuticos usadas por pessoas com problemas ósseos, reumáticos, respiratórios e tantos outros. Um lugar de cura e terapia do corpo.
Quando o Senhor afirmou à igreja: “que nem és frio nem quente” poderíamos parafrasear: Que nem possuis função de causar refrigério às vidas que os procuram como as águas frias de Hierápolis; como também perdestes a função terapêutica de alívio aos aflitos à semelhança das águas quentes de Colossos. Como sois mornos (e águas moras não possuem função) estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Jesus mostrava assim que em Seu Reino a Igreja deveria possuir uma função kerygmática. De levar o evangelho até a última fronteira.
Permitam-me propor-lhes alguns conceitos norteadores da caminhada desta Igreja na visão de Jesus para o Seu Reino, a partir do exemplo de Laodicéia.

1. No Reino de Deus o caráter precede a Missão
A vinda do Reino entre todos os povos começa sempre a partir de um movimento particular antes de chegar às massas. Começa a partir de um coração que espelha o senhor Jesus.
Muitas vezes nos impressionamos com homens, ministérios e histórias que não impressionam a Deus. E isto acontece porque o critério pelo qual o Senhor Jesus julga a sua Igreja é muito mais particular do que público. Por isto sabemos biblicamente que Missões não é uma ação definida em termos de resultados mas sim de fidelidade ao Senhor. Entretanto em nossa recente história das missões no Brasil ainda cultuamos mais os resultados do que o caráter.
No verso 15 quando o Senhor Jesus, escrevendo à Igreja em Laodicéia diz, “conheço as tuas obras”, o texto utiliza a expressão “erga” (de “ergon”) para “obras”.
Poderia ter utilizado “energema” se desejasse enfatizar a vida pública, e não particular da Igreja. Ou ainda “euergeteo” se o objetivo fosse enfatizar a sua vida comunitária.
Entretanto “erga” se refere a atos puramentes pessoais, à vida particular. Não se trata de grandes realizações ou façanhas mas sim da rotina da vida diára. Em outras palavras Ele estaria dizendo: conheço a sua vida, seus pensamentos e suas tendências. Conheço a sua rotina fora do templo. Conheço o seu caráter.
Como podemos avaliar o nosso esforço missionário ? A partir dos resultados na transmissão da Palavra ou da fidelidade em vivê-la e transmiti-la ?
Creio que nós não fomos chamados simplesmente a converter as nações mas sim a viver a fé que pregamos. É o que mostra-nos 1 Coríntios 4:9 quando o texto afirma que os “apóstolos” (representando a Igreja que avançava) eram postos em “último lugar”, como se “condenados à morte”. E termina dizendo que “nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos quanto a homens”.
O termo para “espetáculo” neste verso é “theatron” de onde temos a palavra “teatro” em português. “Theatron” literalmente significava “estar em um palco sendo observado”. A idéia é de um grupo teatral se apresentando em um palco iluminado por tochas que eram postas ao seu redor. Cada palavra dita, gesto realizado, movimento ou intenções estavam sendo cuidadosamente observados pelo auditório.
A verdade simples e contundente que sai deste texto é que você e eu, a Igreja de Jesus Cristo, estamos sendo observados, e não apenas por homens mas também por anjos. A ênfase desta afirmação portanto não é simplesmente kerigmática, defendendo uma Igreja que existe para apenas proclamar o evangelho de forma inteligível, mas sim martírica: uma comunidade de santos que, antes de mais nada, foi chamada para falar, viver, agir e reagir de acordo com o caráter de Jesus. O verso não fala a respeito de salvação mas sim de testemunho.
Tiago 4:8 também nos adverte para que não sejamos uma Igreja com “ânimo dobre” e para “dobre” usa a expressão grega “dipxoi” (di-dois; pxoi – almas) : duas almas. Fala portanto a respeito de alguém que possui um corpo mas duas almas. Uma alma quer Deus e a outra deseja o mundo. Uma grita “glória a Deus” durante o ardente momento de louvor e a outra caminha negociando a verdade e a justiça no dia a dia do seu trabalho. Uma fala de santidade, a outra de mundanismo.
Ele nos alerta assim exortando-nos a sermos um homem com apenas uma alma. Que deseja apenas a Deus, Sua verdade e justiça. A glória do Seu nome.
Missões portanto não é um empreendimento que pode ser medido pelos resultados alcançados mas deve ser definido pela fidelidade na comunicação do amor de Deus ao mundo, e portanto não é a competência mas sim a vida e caráter que definirão a obra a ser realizada.
O caráter precede a Missão. E se isto é verdade precisamos, em nossas igrejas locais e escolas se Missões fazer mais do que treinar missionários. Precisamos fazer discípulos.

2. No Reino de Deus a obediência determina o avanço
Logo após o Senhor Jesus afirmar que Laodicéia era uma Igreja disfuncional, Ele apresenta o motivo no verso 17: “pois dizes: estou rico e abastado e não preciso de cousa alguma”.
O motivo da disfuncionalidade daquela Igreja na Ásia era o pecado, e neste caso a soberba. O pecado possui a habilidade de nos incapacitar temporariamente, de inibir a nossa funcionalidade e de obscurer a nossa Missão. O pecado produz uma Igreja estéril.
E perante isto percebemos que apenas a obediência ao Senhor construirá uma Igreja que irá até a última fronteira. Em toda a história da expansão da Igreja vemos que somente a obediência, e não a tecnologia ou recursos financeiros, determinou o seu avanço. Para avançar e transpor barreiras é necessário obedecer.
Vejamos quais barreiras temos perante nós ainda hoje.
Desafio Étnico.
Há no mundo atual 2227 grupos étnicos distintos sem qualquer presença missionária ou conhecimento do evangelho. Pressupondo que já entramos nas áreas mais abertas política, linguística, geográfica e culturalmente, podemos entender que estes 2.227 PNAs (Povos Não Alcançados) não são “mais” 2.000 grupos sem o evangelho mas sim justamente os mais resistentes em toda a história do Cristianismo. Portanto estamos lidando com o remanescente que apresentará maior resistência.
Desafio Linguístico.
Convivemos hoje com 6528 línguas vivas. 336 possuem a Bíblia completa, 928 o Novo Testamento completo e 918 grandes porções bíblicas, ou seja a Palavra está expressivamente presente em 2212 línguas. Deixa-nos com mais de 4.000 línguas, minoritárias e faladas por apenas 6% da população mundial, sem nada da Palavra de Deus. Entretanto tudo isto acontece em um mundo onde 1 bilhão e meio de pessoas, segundo a ONU, não sabe ler ou escrever. Não poderiam ler a Palavra mesmo se a tivessem em sua própria língua.
Desafio Missiológico.
Fomos bombadeardos positivamente desde a década de 80 por uma missiologia que priorizava alcançar os não alcançados. Neste afã começamos a concentrar-nos como Igreja e Agências Missionárias na lista dos PNAs. E hoje, desde que Ralph Winter primeiramente listou os 13.000 povos não alcançados nos anos 80, este número baixou para 2.227 e há quem pense que é ainda menor. Entretanto, de acordo com os relatórios de crescimento da Igreja da World Mission International podemos notar que o evangelho apenas arranhou a superfície social em pelo menos 4.000 destes povos. Entre estes menos de 2% da população conhece a Jesus e não há registro de grandes avanços.
Corremos o risco, assim, de encerrar esta década sem nenhum povo não alcançado em nossa lista de PNAs mas com milhares de grupos onde mais de 90% da população desconhece Jesus. Esta também, ao meu ver, é uma realidade indígena brasileira. Precisamos enfatizar não apenas os PNAs em nosso país mas também os grupos onde a Igreja, presente, precisa de ajuda para fazer o evangelho chegar entre todo o seu povo.
Para ultrapassar tais barreiras é necessário obedecer. No dia 13 de agosto de 1727 houve um avivamento missionário entre um grupo de Checos refugiados na Saxônia (atual Alemanha) , chamados de Morávios. O líder daquele movimento era Nicolas Von Zinzendorf e esta pequena igreja enviou missinários para todos os continentes da terra e mudou o rumo da nossa história. Já ao fim deste movimento Zinzendorf desejou fortemente enviar um missionário para alcançar os esquimós no Ártico e decidiu desafiar o oleiro da aldeia. Um homem de meia idade, solteiro, que fazia vasos de barro para viver. Mas Zinzendorf não tinha mais dinheiro e nem uma equipe para enviar com ele como fizera no passado. Após orar ele o chamou em um fim de tarde e disse: “Creio que é vontade do Senhor que alcancemos os esquimós e quero lhe desafiar a ser este missionário. Não temos dinheiro para lhe dar portanto, se aceitar você irá como peregrino e com certeza, pela distância e dificuldade de chegar à região, não creio que jamais poderá regressar”.
Aquele oleiro pensou por um momento e disse: “Falar de Jesus ? Se você puder me dar um par de sapatos usados, amanhã cedo eu irei”. Imagino que aquele homem estivesse descalço e sua única exigência ao dar a sua vida à causa de Jesus foi um par de sapatos usados. Hoje, mais de 50% dos esquimós são crentes no Senhor Jesus.
A obediência determina o avanço.

3. No Reino de Deus o sacrifício prepara a terra para o plantio.
O versículo 20 tem sido usado muitas vezes como ilustração evangelística:
“Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo”.
Na verdade este é um convite à Igreja e não ao descrente. Um convite para a comunhão com Jesus. Entretanto comunhão com Jesus implica muitas vezes em sacrifício necessário pela simples necessidade de abstinência daquilo que não combina com o Mestre.
Para ultrapassarmos as barreiras que temos perante nós, sejam urbanas ou tribais, linguísticas ou culturais, de caráter ou de preparo, precisamos levar em consideração a possibilidade do sacrifício cristão.
Isto aconteceu em Atos no capítulo 8 quando a Igreja sofreu na primeira grande arrancada em direção à proclamação do evangelho além fronteiras.
No verso 1 Lucas diz que houve grande “perseguição” à igreja e usa para isto a palavra grega “Diogmos”, que está ligada ao sofrimento físico: causar dores, fazer sofrer. Expunha um ataque físico no qual os crentes eram açoitados e mortos.
No verso 2 ele diz que houve grande “pranto” a respeito de Estêvão e para “pranto” ele usa o termo “Kopeton” que significa literalmente “bater no peito” e indica um sofrimento Emocional. Era a Igreja angustiada e deprimida pela cruel perseguição.
No verso 3 Lucas afirma que Saulo “assolava” a Igreja usando para isto um termo grego derivado de “Lumaino” que aponta para a destruição espiritual. É o mesmo termo usado em João 10:10 em que lemos que o diabo veio “roubar, matar e... destruir”.
A Igreja sofria fisica, emocional e espiritualmente, mas crescia. Com certeza ela nunca, conscientemente buscou o sacrifício, mas estava pronto para passar por ele quando o momento chegasse. Kermann afirma que “o sacrifício precede os grandes avanços” e em Atos 8, na dolorosa dispersão da Igreja, o evangelho avançou.
Os blocos de resistência que temos perante nós hoje,
a) O Islamismo se enraizando cada vez mais sob uma cobertura política e sendo confundido com nacionalismo;
b) O Budismo ganhando aura de religião de requinte a qual nunca recebeu tanto subsídio de marketing mundial como nos últimos 10 anos;
c) O Animismo resistente e pronto a fomentar o sincretismo cristão onde quer que esteja;
d) O secularismo pós-moderno varrendo a Europa e Norte da América.
O Cristianismo não ultrapassará estas barreiras sem sacrifício.
Estive recentemente visitando uma região próxima a Maraã no coração da Amazônia onde vivem os Kambeba, Kokama e Miranha. Eram tidos, até pouco tempo atrás, como grupos indígenas ainda não alcançados pelo evangelho. Tamanha foi minha surpresa ao chegar entre eles e ver ali a presença de uma forte igreja evangélica, que louva a Deus com fervor e amor. Procurando os autores daquele trabalho missionário nos apontaram alguns crentes ribeirinhos, especialmente o Sr. João, como é conhecido. Fui entrevistá-los. Pessoas simples, alguns ainda iletrados, mas com tremenda paixão pelo Senhor Jesus. Viviam em um “flutuante” formado por um cômodo apenas e, além das redes, possuiam somente uma cadeira e uma panela. Contaram-me então como, através do escambo e comércio com os indígenas, conseguiram lhes transmitir o evangelho e plantar ali uma forte igreja.
Perguntei-lhes: “Mas como vieram parar aqui, em região tão distante ?”
Responderam-me: “viemos ganhar a vida”.
“E como está a vida” – lhes perguntei.
“Vai muito bem. Já plantamos 6 igrejas”.
Aqueles eram missionários sem sustento, aplausos ou reconhecimento. Eram servos de Jesus que confundiam o ganhar da vida com o ganhar de almas. Homens que passavam privações profundas para que o evangelho chegasse até ao final do rio Maraã. O sacrifício necessário rega a terra e abre as portas para o avanço.
Em 1876 Don Capricio, bispo católico romano, ministrava a palavra inicial na convenção regional hospedada em Taranto, sul da Itália, quando afirmou que ‘A Missio Dei, pela sua supremacia bíblica, dispensa a Missão da Igreja. Somos apenas contempladores das maravilhas do Deus que faz '. Apesar da ênfase deísta gostaria de, após 125 anos, contestar esta proposta eclesio-missiológica que se apoderou etogenicamente da nossa consciência cristã pós-moderna. A Igreja não é um membro contemplativo do Reino de Deus, excluída da Missio Dei e chamada a ser exangue, alienada, sem vida e sem paixão. Ela é parte do Projeto de Redenção escrito pelo Senhor para a salvação de todo aquele que crê.
Don Capricio, entretanto não se distancia muito da errática tendência cristã atual que tenta incluir-se nas bênçãos do evangelho e se auto-excluir de sua prática: a antibíblica vontade de ver a terra arada sem por as mãos no arado. De pregar o evangelho sem crer na possiblidade do sacrifício.
O sacrifício prepara a terra para o plantio.

Conclusão
Em 1784, após lerem a biografia do missionário David Brainard, o estudante Wiliam Carey foi chamado por Deus para alcançar os Indianos. Saiu da Inglaterra, na viagem de navio sua esposa engravidou e deu a luz antes de chegar à India em uma viagem que durou mais de 12 meses em alto mar. Foi um dos maiores missionários que a História registra e traduziu porções do Novo Testamento para mais de 20 línguas.
Em 1852 Deus falou ao coração de um jovem franzino e não muito saudável para se dispor ao trabalho transcultural em um país idólatra e selvagem. Vários irmãos de sua igreja tentavam dissuadí-lo dizendo: “para que ir tão longe se aqui na América do Norte há tanto o que fazer ?” Ele preferiu ouvir a Deus e foi. Seu nome é Simonton que veio ao Brasil e fundou a Igreja Presbiteriana do Brasil tendo chegado aqui no dia 12 de agosto de 1859.
Em 1945 Deus levantou uma mulher também na América. Solteira, baixinha e inexperiente ela veio ao Brasil e embrenhou-se na floresta Amazônica onde desejava evangelizar um rio, chamado Içana. Seu nome é Sofia Muller, missionária da Novas Tribos do Brasil. E Deus deu-lhe forças. Percorreu aquele rio durante décadas, alcançou a tribo Baniwa, Kuripako e traduziu o Novo Testamento para o Kuripako. Como usava todo o seu tempo em terra para o evangelismo ela o traduziu enquanto viajava de canoa de aldeia em aldeia durante mais de duas décadas. Hoje, uma vez por ano, todas as tribos convertidas se encontram para louvar a Deus por ter levantado Sofia Muller para lhes trazer o evangelho. A Funai afirmou recentemente que este é um dos pouquíssimos lugares na Amazônia onde os indígenas não enfrentam problemas com alcoolismo, conflitos e guerras.
Há duas coisas em comum entre Carey, Simonton e Sofia Muller. Todos registraram em seus diários e biografias um desejo apaixonante de fazer diferença na terra e compartilhavam a teologia da expansão do Reino até aos confins do mundo.
Não se contentavam apenas em susbsistir neste mundo vendo a vida passar. Criam que, em Deus, é possível mudar o óbvio, tranpor o impossível e fazer diferença em vida. Criam que fomos criados para levar o nome de Jesus até a última fronteira conhecida. Gostaria que também crêssemos assim. A Deus toda glória.


 


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