sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O desejo de Deus para os escravos - Paul Washer

EU SENTI NO MEU CORAÇÃO! E DAÍ?

“O coração é enganoso e incurável, mais que todas as coisas; quem pode conhecê-lo?” –
Jeremias 17.9 (Almeida Século 21).

No cenário evangélico contemporâneo, a maior vertente hermenêutica é o “sentismo”, junto com seu irmão, o “pensismo” ou o seu primo, o “achismo”. Para uma boa parte dos crentes, as posições espirituais são tomadas desta maneira: “Eu sinto em eu coração”, ou “Eu penso assim, ó”. Ou, ainda, “Eu acho assim, ó”. É lamentável, profundamente lamentável, que a maior parte dos evangélicos despreze a autoridade das Escrituras e estabeleça seus sentimentos como padrão de conduta. Descrendo da Bíblia, desprezando o Espírito Santo que a inspirou, e crendo num espírito santo (com letras minúsculas) do tamanho delas, que elas confundem com seus sentimentos, procuram afirmar seus pensamentos como sendo os pensamentos de Deus. Elas acham que por crerem em Deus, o que elas pensam foi posto por Deus na mente delas. O neopentecostalismo, com sua anarquia espiritual e desmoralização da Bíblia, é responsável por isto. Eleva palavras de pecadores, que por serem pastores, acham que são divinos, e não podem ser contestados. Eles se consideram uma nova revelação. Como o herege Morris Cerulo, que declarou, certa vez; “Vocês não estão olhando para Morris Cerullo; estão olhando para Deus, estão olhando para Jesus Cristo”. Blasfemo!

Jeremias seria estigmatizado por esta turma festiva de evangélicos que elevam seus pensamentos pecaminosos à categoria de revelação divina. A turma festiva o chamaria de “tradicional, carnal, sem poder, sem o Espírito Santo”. É o ônus de crer na Bíblia.

“Eu senti no meu coração”. Brada o neopentecostal e o tradicional bobinho. E eu pergunto: “E daí?”. Muita gente cometeu crimes porque sentiu no coração. Quando eu tinha 16 anos senti no meu coração que iria casar com Wanderléia, cantora da Jovem Guarda. Casei com mulher mais bonita, e Wanderléia nem sabe que existo.

O coração (lêb ou lebâb, no hebraico) é, na psicologia dos hebreus, o centro das de decisões, o centro volitivo da pessoa. Mas ele é mau, é pecador, é corrompido. Nós somos pecadores. Quem coloca o que sente no coração como réplica da vontade de Deus, comete um perigoso erro. Isaías 55.8 é bem claro: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.”. Não é o que sentimos. É o que Deus diz. Blasfemam contra o Espírito Santo, recusando sua orientação, aqueles que colocam o que sentem como sendo a voz de Deus. Deus não é do nosso tamanho nem tem a nossa cabeça pecaminosa. Nossos pensamentos devem ser subordinados às Escrituras e avaliados por ela. É a Palavra de Deus que deve ser nosso guia, e não os nossos sentimentos.

“Eu senti no meu coração!”, brada o crente ignorante do valor das Escrituras. E eu pergunto: “E daí? Você não é Deus!”. A questão é outra: “O que a Bíblia diz?”. Ela é que é a Palavra de Deus e não os nossos sentimentos.

MEDITAÇÕES EM JEREMIAS – 10

“NÃO OUVIU NO TEMPO CERTO”

“Falei contigo no tempo da tua prosperidade; mas tu disseste: Não escutarei. Este tem sido o teu procedimento, desde a tua mocidade não ouves a minha voz”  Jeremias 21.25 (Almeida Século 21).

A ruína de Judá era iminente. Nas pregações religiosas, Jeremias era a voz destoante, porque profetas e sacerdotes anunciavam apenas prosperidade. O pregador que hoje disser o que a Bíblia diz, será como Jeremias. Incompreendido, mal visto e recusado. O mundo e desafortunadamente a igreja também querem ouvir coisas boas. Quem quiser ser chamado de medieval e jurássico, fale de pecado. Os pecadores querem apenas satisfazer os desejos de seu coração. Prova disso é que a maior parte das leis hoje aprovadas é para retirar limites do erro, e para colocar limites aos que discordam do erro. Copiando o mundo, a igreja evangélica segue na mesma direção: quer ouvir coisas boas. Se um pastor quiser ser desagradável e perder espaço, chame os crentes ao abandono do pecado e ao compromisso. Eles querem é benção. Esta é a doença da igreja contemporânea: “bênçãotite”. Todo mundo quer ser abençoado. Compromisso, nem falar! Boa parte dos crentes é consumidora espiritual, e a igreja é o estabelecimento comercial. O pastor é o vendedor. Por isso muitos não anunciam todo o conselho de Deus, mas procuram fidelizar clientes, para que estes, satisfeitos, deixem o outro rebanho e venham para o seu. Há igrejas que crescem apenas por tirarem ovelhas de outros rebanhos. Seus batistérios estão secos.

A voz de Deus era bem clara: arrependimento dos pecados e abandono à vontade divina. O povo queria ouvir coisas boas. Estudar Jeremias me enriqueceu muito. Como o mundo e os crentes de hoje se parecem com os ouvintes dele! E me mostrou porque pregadores como Jeremias recebem tantas pedradas de crentes hoje. Ele também recebeu!

O momento atual, quando tudo vai bem, é tempo para ouvir a voz de Deus e consertar a vida com ele. Só havia uma possibilidade de evitar o juízo: a mudança de vida. Mas os falsos profetas anunciavam prosperidade e futuro radioso para os ouvintes. Estes se indignavam contra Jeremias e preferiam os falsos pregadores.

Ouça a voz de Deus! Ela chama à mudança de vida, à conversão, ao abandono de pecados. Não há bênçãos para pecadores rebeldes. Não pense que porque você pagou ou deu uma oferta para o ministério de televisão que lhe massageia o ego, Deus o abençoará. Deus não é corrupto. Não se deixa vender. Ele pede mudança de vida. Sem conversão não há bênçãos; mas apenas juízo. Acerte sua vida com Deus agora, no tempo bom, antes que as coisas piorem!

Há pregadores pecaminosos, corruptos como os dos dias pré-Reforma, que ofereciam perdão em troca de dinheiro. Anunciam um Deus que se deixa subornar por ofertas. Deus quer caráter e vida submissa. Ninguém está autorizado a oferecer carro zero, em nome de Deus. Jesus ofereceu a cruz. E não há prosperidade sem retidão. E é corrompido o crente que procura mais seu bem-estar que a vontade de Deus.

Você é de Cristo? Ame-o, honre-o, sirva-o, gaste-se por ele. Não o confunda com Papai Noel. Procure fazer a vontade de Deus. Se você fizer, tudo se ajeitará. Muito provavelmente você não ficará rico (até mesmo porque Jesus não prometeu isso), mas sua vida terá tanta riqueza espiritual e tanto conteúdo, que o resto será secundário.

Ouça a voz de Deus, conforme sua Palavra a revela. Você se realizará. Ouça agora, porque agora é o tempo certo.

Pr Isaltino Gomes Coelho Filho


 


Paul Washer - Uma Paixão por Deus

ESTUDOS BETESDA / MARCOS / LIÇÃO 7

QUANDO O JUSTO SE ENCONTRA COM O IMUNDO

Mc 1:40-45
Mt 8:1-4
 Lc 5:12-16

Jesus andando pela Galiléia é surpreendido pela presença de um leproso, pois este não tinha autorização legal para estar em uma cidade. O texto bíblico vai dizer que este leproso roga de joelhos a Jesus para que este o cure, e é imediatamente atendido e curado de sua enfermidade. Jesus faz então duas advertências ao homem v.44: Não diga nada a ninguém e vá apresentar-se ao sacerdote para cumprir o que a lei determina.

A história termina dizendo que o homem não se conteve e saiu a contar a todas as pessoas o que Jesus havia feito por ele, o que acabou fazendo com que uma multidão fosse até o mestre com o desejo de também ser curado v.45.

Este é um encontro que serve de analogia sobre a vida de todo pecador que um dia foi liberto das cadeias do pecado. Não é a história somente de um homem sendo curado de sua enfermidade, trata-se da minha e da sua vida e do encontro que tivemos com Jesus. É exatamente o encontro do Justo com o imundo.

“Não é a história somente de um homem sendo curado de sua enfermidade, trata-se da minha e da sua vida, e do encontro que tivemos com Jesus.”

Dividiremos este estudo em duas partes, falaremos das implicações da lepra e o que dizia a lei e posteriormente trataremos de sua aplicação em nossa vida.

A vida de um leproso
LEPRA - Duvida-se que esta palavra nas traduções bíblicas indique a mesma doença que nós hoje conhecemos por lepra ou "mal de Hansen". De fato, "lepra" nas versões da Bíblia traduz o termo hebraico sara'at, que inclui qualquer doença de pele e mesmo manchas em paredes ou roupas (Lv 13-14).

Entendia-se que as pessoas que em sua pele surgisse algum sinal de lepra, estavam sendo julgadas por Deus por algum pecado cometido. Esse pensamento se justificava através da história de Miriã (Num.12:10).

Temendo principalmente o contágio, o doente deveria retirar-se do convívio social e ir viver em uma colônia de leprosos ou em uma caverna. Além disso, deveria carregar em seu pescoço um sino como identificação da doença e sempre que alguém se aproximasse dele, este deveria gritar: Imundo! Imundo.

Todos esses fatores tornavam a dor emocional muito maior que o problema físico. Estar leproso representava o fim da vida para a grande maioria dessas pessoas.

A lepra (hanseníase ou hansenose) que nós hoje conhecemos é uma enfermidade crônica, moderadamente contagiosa, com alterações principalmente na pele e nos nervos periféricos. Primeiros sinais: manchas mais claras na pele que se caracterizam pela "dormência" (insensibilidade à dor, ao frio e ao calor); aos poucos as inflamações nos nervos periféricos vão produzindo deformidades nas extremidades (mãos e pés). Hoje a ciência descobriu vários remédios que curam ou interrompem o processo da doença, sobretudo se a assistência médica for logo procurada. Feito o tratamento adequado a pessoa pode voltar ao seu trabalho e ao convívio familiar, sem perigo nenhum de contágio.

É, pois, um preconceito desumano, destruidor da fraternidade e nada cristão negar emprego ou vaga na escola a um hanseniano, ou, pior ainda, rejeitá-lo do convívio familiar.

A lepra e o pecado
1) Mais profunda que a pele (Lev.13:3) – Não se tratava somente de uma doença da pele, era algo que atingia o sangue, a carne, os ossos e levava o paciente a perder as extremidades do corpo. Da mesma forma é o pecado, não é algo superficial, que não possui implicação sobre questões mais relevantes de sua vida e de sua saúde pessoal e familiar.

”A lepra assim como o pecado, adoece a todo o corpo e altera a sua forma de pensar, sentir e agir.”

2) Causa separações - O impacto social da lepra era ainda maior do que o sofrimento físico, pois a pessoa poderia estar vivendo tranquilamente sua vida e se houvesse alguma indicação de doença, ele deveria procurar o sacerdote que iria dar o diagnóstico. Caso ele estivesse doente ou com sintomas da doença, deveria imediatamente deixar sua família e se dirigir a uma caverna ou a uma colônia de leprosos, fora da cidade. Ele não mais poderia estar no convívio familiar, não poderia ir ao templo e nem a sinagoga. A partir de agora deveria andar com um sino pendurado no pescoço e sempre que alguém descuidadamente se aproximasse dele, deveria gritar: Imundo! Imundo! (Lev.13:45).

Da mesma maneira que a lepra separava as pessoas dos amigos, da família e tira a paz dele, o pecado também separa amigos, familiares e rouba-lhe a paz. Quantas pessoas perderam grandes amigos, esposa, filhos e vivem sem qualquer paz, por terem se envolvido com o pecado! A Bíblia é bem clara em dizer que:

• Todos são pecadores – Rom.3:23; I Jo.1:8
• O salário do pecado é a morte – Rom. 6:23
• Não se deve brincar com o pecado – Gal.6:7,8
• Quem é nascido de Deus não vive na prática do pecado – I Jo.3:7-10; 5:18
• Se confessarmos o nosso pecado a Jesus, somos perdoados – I Jo.1:9
• Pecado confessado e deixado é pecado que Deus não trará a lembrança – Mq.7:19
• Só a rejeição da obra do Espírito Santo não é perdoada – Mt.12:31
• O Espírito Santo é quem convence o homem do seu pecado – Jo.16:8
• Cada um é responsável pelo seu próprio pecado – Ez.18:20

“Da mesma maneira que a lepra separava as pessoas dos amigos, da família e tirava a paz do doente, o pecado também separa amigos, familiares e rouba-lhes a paz.”

3) Tira a sensibilidade – Existiam dois tipos de lepra no período do Novo Testamento:

• Lepra nodular ou tubercular – Este tipo de lepra começa com dores nas juntas e com nódulos avermelhados e escuros na pele. A pele torna-se rugosa e as cartilagens começam a necrosar. Os pés e as mãos ficam ulcerados e o corpo deformado.

• Lepra anestésica – Afetava as extremidades nervosas. A área afetada perdia completamente a sensibilidade. O paciente só descobria que estava doente quando sofria uma queimadura e não sentia dores. Com o avanço da doença, as cartilagens iam sendo necrosadas e o paciente perdia os dedos das mãos e dos pés. A lepra atingia as células nervosas e deixava o doente insensível.

Da mesma forma, encontramos pessoas totalmente insensíveis as questões espirituais e a voz do Espírito Santo. Algumas estão entre nós, e seriam aquelas que mesmo após ouvirem repetidas mensagens o exortando a entregar sua vida a Jesus ou a viver uma vida de santidade, não expressão qualquer movimento de mudança de vida e resposta a Voz de Deus.

4) Deixa marcas – A lepra deixava marcas que iam desde um membro amputado a uma alma ferida pela dor da separação. Assim também é o pecado, observe quantas pessoas carregam marcas em seu corpo, culpa, medo e tristezas, todas causadas pelo pecado.

5) Contamina – Uma das coisas que a lei procurava evitar, era exatamente o contágio de outras pessoas, por isso ela deveria ser afastada imediatamente do seu meio social e só retornar a este depois de um exame feito pelo sacerdote.

Nunca vi alguém receber saúde de outra pessoa através do convívio, mas o pecado é extremamente contagioso e pode sim tornar-se um hábito na vida de alguém que vive com ele. O salmista Davi vai dizer que feliz é o homem que não vive com os escarnecedores Salmo 1. Evidentemente que isso não quer dizer que devamos nos afastar das pessoas que não possuem a mesma fé que a nossa, mas que devemos influenciá-los e não sermos influenciados com o seu estilo de vida. O que observo é que na maioria dos casos os crentes tem se permitido influenciar ao invés do contrário. Paulo vai dizer que um pouco de fermento leveda toda a massa (I Cor.5:6).

6) Torna a pessoa impura – Uma das coisas que o leproso deveria fazer toda vez que alguém se aproximasse dele, era gritar: Imundo! Imundo! Um dos problemas do pecado é que ele traz um senso de justiça própria distorcido. Aqueles que vivem no pecado acreditam que possuem uma vida de justiça e retidão, e que isso o qualifica, o torna aceitável diante de Deus. Mas a Bíblia é bem clara em dizer que nossa justiça é como trapo de imundícia (Is.64:6).

7) Mata – Assim como a lepra levava o homem a morte, o pecado leva o homem a morte espiritual (Rom.6:23) e pode até mesmo levá-lo a morte física

“Portanto precisamos tomar muito cuidado, pois uma vida de pecado denúncia sua filiação e como você vai passar a eternidade”

O que o Justo viu no impuro?
Um homem determinado – O leproso venceu todas as barreiras sociais para ele se aproximar de Jesus! Além disso, ele poderia ter ficado na sua colônia de leprosos ou na sua caverna, se lamentando a cada membro do seu corpo que caía, assim como muitos na mesma situação que ele ficava. Mas sua reação foi levantar e ir até aquele que poderia curá-lo.

“Do versículo 45 entende-se que o miserável leproso forçou a passagem até Jesus no meio de um povoado. Ele simplesmente rompeu a zona de proteção que os sadios se cercaram. Quando ele surgiu, para horror dos circundantes, num piscar de olhos os lugares ficaram vazios. Só Jesus não fugiu. Jesus o deixou aproximar-se. Até aqui se falou que Jesus veio (v.7,9,14,21,24,29,35,38); agora alguém vem a Ele (vs.10,45), demonstrando que entendeu a vinda dele.”
Adolf Pohl

“Deus se agrada de gente assim, que não fica se lamentando dos problemas e do passado, mas assume posição e vai buscar a Jesus, com determinação”

• Humildade – Ele se ajoelhou (1:40), prostrou-se com o rosto em terra (Lc.5:12) e adorou o Senhor (Mt.8:2). Essa é a maneira que devemos ir até Ele, não determinando e nem decretando, mas humildemente como aquele homem foi e agradou ao Mestre. A humildade ou a pobreza de espírito é a porta de entrada do Reino dos Céus (Mt.5:3). Não se vai a Deus com soberba e nem com justiça própria, mas humilde como um homem que depende D’Ele para ter vida.

• Fé v.40 – Ele creu que Jesus podia curá-lo! Precisamos crer que nossas impossibilidades é o exato momento do agir de Deus, pois para Ele não há nada que seja impossível (Lc.1:17). Neste momento não serão os homens que dirão o que é ou não possível, mas Deus é quem dirá! Deus se agrada de um homem de fé (Hb.11:6). Quando vivemos uma vida de ansiedade e insegurança, estamos demonstrando exatamente o contrário.

• Total submissão v.40 – O homem diz: “Se quiser pode curar-me”. Ele roga e não decreta e nem ordena, mas roga ao senhor para curá-lo!

Jesus então:
Demonstra compaixão v.41 – A tradução, segundo William Hendrikson, deste texto seria: “tocado em suas entranhas ou em seu íntimo”. Deus não está ausente e alheio as nossas necessidades, Ele nos vê! (Gen.16:14).

• Toca nele v.41 – Era algo proibido por lei e que por isso tinha sérias implicações. O tocar em morto ou doente traria sobre a pessoa uma séria de obrigações ligadas a sua purificação. Jesus desconsidera tudo aquilo e toca em quem ninguém quer tocar. Esse é o chamado do cristão! Tocar em quem ninguém quer tocar, amar quem ninguém mais ama e levar até ela a mensagem de esperança em Jesus Cristo!

• Com uma palavra Ele ordena a cura vs.41,42 – Todo o Poder e toda Autoridade está em suas mãos e Ele faz aquilo que ninguém mais poderia fazer, curar um leproso. Ainda hoje este Poder e Autoridade lhe pertencem e nós como igreja somos instrumentos em suas mãos para levar a sua mensagem de boas novas.

O convite desse estudo é para que você se aproxime do Justo da mesma maneira que aquele imundo fez, com: humildade, determinado, fé e submissão; pois aquilo que o Justo fez com o imundo ainda hoje pode ser feito.

“Aquele que é rejeitado pelo mundo, torna-se alvo do amor de Deus e um mensageiro do seu amor”

Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

ESTUDOS BETESDA / I CORÍNTIOS / PARTE 14

Dons de profecia, línguas e a ordem no culto

I Coríntios 14

A questão:
O culto da Igreja de Corinto havia virado uma grande bagunça, muitos irmãos utilizavam esse momento para exibir sua “aparente” espiritualidade através do uso do seu dom. Muitos deles se diziam possuir o dom de falar em línguas e isso trazia um grande orgulho acompanhado de um complexo de superioridade que em nada glorificava a Deus ou edificava a igreja, servia somente para a autopromoção. Este estilo de culto, onde o homem acredita ser a figura central é antibíblico e demoníaco, pois Deus não divide a sua Glória com ninguém (Isaías 42:8). O verdadeiro culto visa três aspectos fundamentais:

• A Glória de Deus;
• Edificação da igreja;
• Incrédulos convencidos de seus pecados.

O que Paulo diz?
Paulo com o objetivo de admoestá-los e ensiná-los sobre o verdadeiro culto cristão, faz uma comparação entre o dom de profecia e o dom de falar em línguas. Divide sua argumentação em três partes, são elas:
• O dom de profecia é superior ao dom de línguas;
• O uso do dom e o testemunho público;
• Questões acerca da ordem do culto.

O dom de profecia é superior ao dom de línguas
O dom de profecia a que Paulo se refere não é igual ao profeta do Antigo Testamento ou do Novo Testamento, pois o que os profetas diziam era a Revelação de Deus ao homem, ou seja, a nossa Bíblia.

O que é então o dom de profecia?
 “Hoje o dom de profecia é a explanação, a exposição, e a explicação fiel da Palavra de Deus conforme está nas Escrituras.” Rev. Hernandes Dias Lopes

Não existe nenhuma possibilidade de hoje haver uma nova Revelação vinda de Deus, qualquer pessoa que acrescentar ou retirar algo da Revelação (Bíblia) é amaldiçoado por Deus (Apoc.22:18-19). Todas as seitas caem neste tipo de erro, somam as Escrituras alguma nova revelação, vejamos alguns exemplos:
• Adventista do Sétimo Dia – A “profetisa” Helen White diz ter recebido uma nova revelação e esta é colocada com o mesmo valor da Bíblia Sagrada.
• Assembléia de Deus de Boston – Pastor Oriel de Jesus diz ter recebido de Deus uma revelação do que está escrito no livro que foi selado em Apocalipse.

Vejamos algumas questões importantes sobre o dom de profecia:
1) Não se trata de uma nova revelação – Diz Billy Graham “Hoje Deus não revela mais verdades novas; a Bíblia tem uma capa definitiva”
2) A Mensagem deve ser provada pela Bíblia – Tudo o que é dito ou ensinado na igreja, deve ser examinado pelas Escrituras, pois ela é nossa Revelação vinda da parte de Deus.
Alguns líderes para justificar seus atos, utilizam-se da expressão “essa é uma revelação que Deus me deu”. Essa dita “revelação” não pode de maneira nenhuma contrariar aos princípios bíblicos.
Um grande problema que tem havido em nosso meio é que muitos líderes não só inventam coisas que não são bíblicas, como também dizem que todos aqueles que não concordam com ele são rebeldes. Isso é uma manipulação da fé e um abuso espiritual que tem ferido a muitas vidas em toda parte. Leia o livro “Feridos em nome de Deus” de Marília Camargo que você terá uma idéia de quantas pessoas tem sofrido com esse tipo de comportamento diabólico.
 Em I Coríntios 14:20 Paulo diz:
“Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos.”
 3) A Mensagem deve glorificar a Deus – No final de uma mensagem as pessoas não devem sair dizendo “Que pregador maravilhoso!”, mas sim “Que Deus maravilhoso!”. Caso saiam glorificando ao pregador ao invés de glorificarem ao Deus Todo Poderoso, estarão adorando a criatura ao invés do Criador.
 4) A Mensagem deve edificar, exortar e consolar a Igreja (I Cor.14:3-5,12,17,26) – Precisamos de equilíbrio na mensagem, ela deve em primeiro lugar apontar para Jesus, assim como fez João Batista ao encontrar o mestre (João 1:29). A mensagem deve também ser bíblica, deve-se falar o que Deus está falando através da Bíblia. Precisa também ter equilíbrio, alguns pregadores caracterizam-se por trazer sempre uma palavra de admoestação e com isso exortam, mas não são capazes de trazer consolo ao cansado. Assim também trazer só mensagens de ânimo seria um grande erro, é preciso falar o que Deus está falando! A Bíblia não deve ser usada como arma para ferir alguém de púlpito, seriam aquelas “mensagens” encomendadas.

“Um verdadeiro profeta se coloca debaixo da instrução e da autoridade das Escrituras.”           Rev. Hernandes Dias Lopes

Vejamos algumas questões importantes sobre o dom de línguas:
1) Antes de tudo, deve existir amor – No capítulo anterior já havia sido tratado essa questão e ensinado que sem amor o uso de qualquer dom é como um “bronze que soa ou como o címbalo que retine”. Neste capítulo o apóstolo já inicia dizendo “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais.” (V.1), desta forma ele ratifica a idéia de que o amor deve preceder a qualquer manifestação espiritual.
2) Não se fala a homens, senão a Deus (v.2) – O dom de línguas possui uma característica diferenciada dos demais dons, pois ele é um dom de mistério e de relacionamento com Deus. Acontece no âmbito espiritual e não racional, sua linguagem é incompreensível e portanto deve ser tomado cuidado em seu uso, pois pode trazer confusão e não edificação. Na Igreja de Corinto, os crentes estavam fazendo uso desse dom de maneira indiscriminada e de maneira coletiva, o que fazia com que a igreja entrasse em uma grande desordem.

“Falar em línguas não envolve a mente (v.14), dirige-se apenas a Deus e não a outros seres humanos (v.2), reconhecendo-se que é para a edificação do próprio indivíduo (v.4), sendo também inteligível, porque tal pessoa em espírito fala mistérios (v.2).” David Prior

3) Edifica-se a si mesmo (v.4) – Trata-se do único dom em que é dito que seu propósito é para edificação da própria pessoa.
Certa vez um pastor perguntou a um candidato em um concílio qual seria o valor de um dom que edifica a própria pessoa. É muito simples, são dois os motivos:
a) Se Deus deu o dom, creio que é par a edificação e seria uma heresia pensar o contrário do nosso Deus.
b) Um crente edificado será benção em sua igreja!

4) Seu uso na igreja exige cuidados, pois pode causar confusão e não edificar (vs.5-11) – Nestes versos Paulo usa três ilustrações para ensinar sobre o dom de línguas e o seu uso correto, são elas:
• A flauta e a cítara (instrumento de cordas, forma aperfeiçoada da lira) (v.7) – Imagine alguém que não sabe tocar violão, o pegue para tocar durante o momento de louvor de nossa igreja. Ou alguém que nunca pegou em uma flauta e diga que vai ter uma participação especial no culto da noite. Certamente que em ambos os casos será um tragédia, ele até pode tocar mas ninguém vai entender nada e o som irá doer nos ouvidos. Essa é a comparação que Paulo faz quanto ao uso do dom de línguas e o entendimento das pessoas quanto ao seu uso, é uma linguagem direcionada a Deus e não aos homens.
• Trombeta (v.8) – Instrumento usado para convocações do povo e para o comando em batalhas. Imagine se o povo está em guerra e o comandante precise dar uma ordem, através da trombeta, para atacar. Se essa trombeta for tocada por alguém que não sabe tocar, a ordem não será entendida pelo exército e eles correrão risco de perder aquela batalha. Paulo usa essa ilustração para mostrar que nossa linguagem precisa ser compreendida por quem vai ouvi-la.
• Conversa interpessoal (v.9-11) – Experimente ligar para a China e tente somente perguntar as horas, sou capaz de apostar que você não conseguiria nem sequer entender o nome da pessoa que estará falando com você. Essa é mais uma figura que Paulo usa para mostrar a necessidade de se usar no relacionamento interpessoal uma linguagem compreensível.

5) Quem fala em outra língua não compreende o que está falando (vs.13-19) – É necessário que haja um interprete para que se entenda o que esta se falando v.13. A mente de quem fala fica infrutífera v.14, logo o dom de línguas não deve ser usado para pregação, pois a pregação precisa ser entendida por quem ouve. Paulo conclui esta parte dizendo que prefere falar 5 palavras com entendimento a 10.000 em línguas.

O uso do dom e o testemunho público (vs.20-25)
Eles estavam agindo como meninos e crianças (v.23), isso estava trazendo escândalo para a igreja. A Igreja se reunia e todos ao mesmo tempo queriam falar em línguas, isto estava fazendo com que os incrédulos pensassem que eles eram loucos (v.23). Essa prática estava trazendo confusão e não edificação ou reconhecimento do pecado e da necessidade de arrependimento.
Ainda hoje vemos muitos irmãos que ainda pensam que o dom de línguas é sinal de alto nível de espiritualidade e, além disso, fazem uso deste dom da mesma forma que a Igreja de Corinto, ou seja, todos ao mesmo tempo falando em línguas e julgando que isso seja uma atitude de extrema espiritualidade.

Questões acerca da ordem no culto (vs.26-40)
Que tipo de culto agrada a Deus? Alguns diriam que é o culto com músicas sacras e uma atitude mais solene da igreja. Outros ainda diriam que culto para ser culto de verdade precisa ter som alto e muito arrepio na coluna. A Igreja de Corinto acreditava que culto para ser culto precisava ter muitas pessoas falando em língua e ao mesmo tempo. Paulo os repreende, pois sua atitude estava sendo motivo de escândalo! Vejamos o que Paulo diz:
• Faça tudo para edificação (v.26)
• Fale um de cada vez em línguas e isso com interprete (v.27) – Fala a verdade irmão, quantas vezes você já viu alguém falar em línguas e logo depois outro trazer a interpretação do que foi dito?
• Se não há interprete, fique calado (v.28)
• Deus não é de confusão! (v.33)
O dom de línguas não deve ser proibido (v.39) – Se até agora aqueles que não falam em línguas se sentiram bem com toda a admoestação de Paulo, aqui esta o verso que se alguns pudessem já teriam arrancado da Bíblia. Paulo é bem claro em declarar a existência do dom, sua necessidade e portanto sua importância para a igreja.
• Tudo deve ser feito com decência e ordem (v.40)

Querido irmão entenda:
1) O dom de língua é bíblico e contemporâneo – não é pelo uso errado que alguns fazem que nós vamos desmerecê-lo ou condená-lo.
2) Falar em línguas não é uma evidência do Batismo no Espírito Santo – Nós cremos que somos batizados (imergidos) no Espírito Santo no ato da conversão, pois passamos a ser habitação do Espírito Santo de Deus (I Cor.3:16), o que ocorre a partir daí e você deve buscar com todas as suas forças é o Enchimento do Espírito Santo (Efésios 5:18).
3) Não se faz piadinha sobre nenhum dom espiritual – Já vi inúmeras vezes pastores e crentes fazerem piadas a respeito do dom de línguas, quando fazemos isso estamos brincando com algo que pertence a Deus e portanto estamos tomando o nome de Deus em vão.
4) Não se sinta inferiorizado - Caso alguém de alguma igreja evangélica tente inferiorizá-lo por não possuir este dom, entenda que Deus dá a cada um como lhe apraz (I Cor.12:11) e que não existe nenhum dom que todos tenham (I Cor.12:30).
5) Se você possui este dom, procure o seu pastor e converse com ele. - Todos os dons são importantes para o Corpo de Cristo.

Princípios Bíblicos
• Gálatas 1:8-9
• Atos 17:11
• Mateus 22:29
• Daniel 11:32
• I Pedro 4:10-11

Perguntas
• Entendeu o que significa dom de profecia e suas características?
• Entendeu as questões referentes ao dom de línguas?
• Quais são as finalidades do culto?
• O que significa um culto com decência e ordem?
Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DEUS PODE TRANSFORMAR A SUA VIDA!

EU E A MINHA FAMÍLIA SERVIREMOS AO SENHOR

Nos chamamos Anderson Fernandes Coelho (Ferretti) e Bianca Silva Fernandes, somos um casal temente ao Senhor e temos dois lindos filhos: Daniel e Mateus.

Nossa história começou em 1991 e éramos dois jovens apaixonados. Eu nunca havia ouvido a Palavra de Jesus e ele estava afastado da casa do Pai.

Em maio de 1996 nos casamos e naquele ano iniciava um novo plano de Deus para nossas vidas. Eu com 19 anos, já trabalhando como professora e ele jogador profissional, tentando um novo contrato no Rio de Janeiro.

Com todas as dificuldades de um início conjugal, cobranças da família (morávamos com meus pais) e a falta de uma proposta para que se firmasse no Rio de Janeiro, Anderson triste, insatisfeito e desesperado, sem que eu percebesse, estava em depressão. Como resultado de sua condição emocional, se trancou em nosso quarto e com a tesoura perfurou seu corpo 7 vezes e em 7 locais vitais. Ouvindo seus gritos, do lado de fora do quarto, naquele momento tive que tomar uma decisão e levá-lo ao hospital. Naquele instante Deus literalmente tomava o prumo de nossas vidas.

Cheguei a um hospital que não conhecia pelo nome ou localização, e as cinco noites que passamos ali foram marcadas pela presença do Espírito Santo que trabalhava no coração do irmão dele e no meu também.

A cada instante Deus pede que tenhamos uma fé pura, e não cega, uma fé através da qual confiemos Nele totalmente. Através de sua Palavra, Deus revela mais sobre quem Ele é, quais são seus planos, e o que Ele quer de nós. À medida que vamos até Ele para conhecermos, Ele declara “Confie em mim”.

No tempo de Deus nos batizamos juntos e começamos a trabalhar para o Senhor Jesus. Principalmente o perdão, a submissão e a amizade foram uns dos principais sentimentos que Deus trabalhou e brotou em nossa vida.

Quando aceitamos Jesus como nosso Salvador pessoal, o Espírito Santo habitou em nosso coração. Quando entregamos nossas expectativas a Deus e centralizamos nossa atenção no que é bom, a paz tomou conta do nosso coração e do nosso lar.

Temos visto novos objetivos e vivenciamos os mesmo ao pensar, conversar ou testemunhar as experiências que passamos.

Andar pela fé é difícil, mas como Deus que é soberano, sábio e é amor, caminha com a gente, damos graças ao Senhor e dizemos que “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” Josué 24:15.

Os irmãos Ferretti e Bianca possuem dois filhos: Daniel e Mateus.
São membros de nossa igreja e líderes do ministério de oração.

FESTA DAS CRIANÇAS


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bola na Rede - Renas

ESTUDOS BETESDA / I CORÍNTIOS / PARTE 13

O Maior de Todos é o AMOR.
I Coríntios 13

A questão:
Este capítulo não é colocado a toa no meio de dois outros capítulos (capítulos 12 e 14) que falam sobre dons espirituais. Em uma igreja que apesar de ser rica em dons (possuíam todos os dons), eles eram usados para desunir e causar problemas como complexo de superioridade e de inferioridade, Paulo declara que sem amor todo trabalho é em vão.

O que Paulo diz?
Em primeiro lugar, precisamos entender qual o significado da palavra “amor” no capítulo que estamos estudando, pois seu significado é totalmente diferente em nosso contexto, amor para muitos significa:
• Estar apaixonado por alguém;
• Sentimento platônico e romântico;
• Relação sexual entre um casal;
• Uma pessoa muito legal – “fulano de tal é um amor”.

Mas Paulo usa a palavra amor = ágape (amor sacrificial, genuíno, puro, divino), para mostrar o que de fato é importante para Deus e portanto importante para sua igreja.
Observe que nas cartas que Paulo escreve as diversas igrejas, ele sempre faz referência ao amor que existia entre eles (I Ts.1:3; 3:12 / II Ts.1:3 / Col.1:4), mas quando faz referência a Igreja de Corinto, ele destaca que eles possuem todos os dons (I Cor.1:7) e não faz qualquer referência ao amor entre eles. Na verdade a igreja deixava a desejar nas suas relações, pois entre eles havia partidos, brigas, traição e muitos ainda iam a justiça secular brigar por seus direitos contra outros irmãos. Ou seja, a igreja precisava entender que tudo só tem sentido se houver amor.

A superioridade do amor (I Cor.13:1-3)
Nestes versos Paulo relaciona os cinco dons que a Igreja entendia como sendo os mais importantes (línguas v.1, profecia v.2, conhecimento v.2, fé v.2 e contribuição-sacrifício v.3) e diz que se esses dons forem exercidos sem amor, eles perdem totalmente o seu valor.
Não existe qualquer valor em exercer seu dom sem amor
Em Corinto existia um culto pagão que podemos chamar de “culto de mistério”, nele existiam várias manifestações de transe e êxtase coletivo. Dentre as imagens adoradas estavam: Dionísio (deus da natureza) e Cibele (deusa dos animais selvagens). Eram tocados gongos (instrumento de percussão, de origem oriental, constituído por um disco metálico que se faz vibrar batendo-o com uma baqueta enchumaçada em uma das extremidades) e instrumentos estridentes pelos adoradores dessas imagens, para invocar a deidade, afastar os demônios ou despertar os adoradores. Paulo compara essa prática de Corinto aos crentes que utilizavam seus dons na igreja mas sem amor aos irmãos. “São como o metal que soa ou como o címbalo que retine” v.1.
Enquanto a Igreja de Corinto e nós muitas vezes, super-valorizamos os crentes que possuem dons que nos chamam a atenção, Deus deixa bem claro neste verso que Ele não usa para sua glória um crente sem amor.
Outra prática nos cultos de mistério, era a adoração a Moloque, onde os filhos eram oferecidos como sacrifício. Paulo mostra que fazer qualquer tipo de sacrifício a Deus, seja financeiro ou de vida, sem amor é totalmente sem valor e comparável ao sacrifício que era feito a deuses pagãos.
Muitos muçulmanos sacrificam suas vidas em troca de uma recompensa no paraíso. Muitos crentes pensam que basta que se ofereça um sacrifício financeiro ou físico a Deus, que Ele é obrigado a nos atender.
Diz o Rev. Hernandes Lopes
“Paulo, já no primeiro século da era cristã, alertava para o fato de que ainda que a pessoa seja capaz de dar todos os seus bens e entregar o próprio corpo para ser queimado, se isso não for inspirado por uma motivação certa, por uma teologia certa, pelo amor, nada disso adiantaria. Sem amor, todo o sacrifício se perde e nada se ganha. O amor é superior aos dons.”

Qualidades do amor (13:4-8)
Paciente “makrothumein” v.4 – Trata-se daquela pessoa que tem poder para vingar-se, mas não o faz. Tanto em Corinto como hoje em dia as pessoas estão vivendo a “flor da pele”, tudo é motivo para buscar os seus direitos e se sentir na razão de questionar o irmão. Alguns tem o pavio curto e outros já nem tem mais pavio. Paulo diz que se você tem o amor de Deus em você, você buscará ser um cristão paciente.
Benigno v.4 – Trata-se daquele que age com bondade para com aqueles que o maltratam, significa dar a face ao que lhe fere e orar pelos que lhe perseguem. Como precisamos aprender essa virtude para nossa vida!
Não arde em ciúmes v.4– É mais fácil chorarmos com os que choram do que nos alegrarmos com os que se alegram. A vitória do nosso irmão não deve ser motivo de ciúmes, mas de alegria no meio da igreja.
Não se ufana v.4 - Ufanar significa estar cheio de vento, como um balão. Algumas pessoas parecem um balão de tão cheios de si e de soberba. Em Corinto tudo era motivo para os crentes se sentirem melhores que o outro.
Não se ensoberbece v.4 – A soberba precede a ruína e a altivez de espírito a queda Pv.16:18. Se você possui algum tipo de dom que lhe traz uma visibilidade maior, não é para que você se sinta melhor ou mais importante que alguém, mas é para que você sirva a Deus e aos seus irmãos.
Não se conduz incovenientemente e nem procura os seus próprios interesses v.5 – Paulo os admoesta para que olhem menos para si e olhem mais para as necessidades dos outros irmãos. Fica bem claro quando lembramos que os crentes mais favorecidos estavam indo para a Ceia do Senhor com a barriga cheia e cheios de bebida, enquanto os menos favorecidos eram deixados de lado. Precisamos nos preocupar com a vida do nosso irmão e não somente pensarmos em nós mesmo.
Não se exaspera (irrita) e não se ressente do mal v.5 – Esse é o crente melindroso, aquele que precisamos pensar várias vezes antes de falar com ele, pois ele vive dolorido e tudo machuca. Entenda irmão, hipersensibilidade é sinal de doença, ou seja, é bem possível que esse crente esteja doente espiritualmente.
Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade v.6 – A igreja precisa ser o maior referencial de justiça e verdade deste mundo. Quando a igreja começa a negociar valores, ela perde o seu valor e pode ser achada no lixo.
Veja a pergunta que o Pastor Ariovaldo Ramos teve que responder a um jornalista de uma revista secular:
“Pr Ariovaldo Ramos, vemos que em pouco tempo os evangélicos serão a maioria no país. Como então será a ética polícia e social de nosso país?”
Infelizmente a resposta que pensei não foi a que gostaria de poder dar, pois vemos muitos crentes negociando valores. Negociamos valores de justiça e verdade quando:
• Mentimos para justificar erros ou encobrir fatos;
• Deixamos de pagar nossas contas e ficamos sujos no SERASA;
• Fazemos cópias de produtos não autorizados;
• Pegamos materiais de nossos empregos, sem que nos seja permitido (caneta, lápis, blocos etc);
• Somos um exemplo ruim de profissional no trabalho.
• Tiramos cópias em nosso trabalho utilizando um material que não é nosso.
Caso você se encontre em um desses casos, mude sua atitude pois ela está entristecendo o Espírito Santo de Deus e impedindo o seu agir em sua vida. Para que Deus realize grandes coisas em sua vida é preciso que antes você seja santificado. (Josué 3:5)
Tudo sofre, Tudo crê, tudo espera e tudo suporta v. 7 – Paulo entende perfeitamente que amar a Deus implica em muitas vezes sofrer na própria carne (II Cor.11:16 – 33 e II Timóteo 3:12). O sofrimento não é sinal derrota e nem de fraqueza espiritual, afinal o próprio Jesus viveu momentos de extremo sofrimento.
Jamais acaba v.8 – É incomparavelmente maior a vida de um homem que experimenta e vive o amor de Deus. Somos chamados a viver esse amor com intensidade e determinação. As muitas águas não podem apagá-lo (Ct.8:7).
Paulo conclui (13:8-13), mostrando que o amadurecimento do homem e a compreensão desse amor é algo que somente será possível quando estivermos com o Pai na Glória, e que dentre todos os dons o amor é maior de todos.

Princípios Bíblicos
• João 13:35;
• I João 4:7-21
• Marcos 12:30

Perguntas
• Qual o valor do exercício dos dons espirituais sem que haja amor?
• Temos tido uma relação de amor com Deus ou de busca pelos nossos interesses pessoais?
• Como você tem expressado esse amor para com os irmãos de sua igreja?

Apologia:
Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor, esses três; porém o maior destes é o amor.” I Cor.13:13
Católicos e espíritas, utilizam-se desse verso para justificar a salvação pelas obras. Dizem eles que a pessoa é salva mediante o amor demonstrado as pessoas e isso significa fazer boas obras. Mas em Efésios 2:8 e 9 encontramos “ Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”. Além do mais o texto de Corinto não trata da questão da salvação, mas do mal uso dos dons espirituais.

Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

ESTUDOS BETESDA / MARCOS / LIÇÃO 6

MARCAS DO MINISTÉRIO DE JESUS
Mc 1:29-39
Mt 8:14-17
 Lc 38-44

Estaremos durante este estudo, dando continuidade aquilo que chamamos na lição passada das 24 horas do ministério de Jesus em Cafarnaum. Nos versos de hoje, Jesus sai da sinagoga e vai para a casa da sogra de Pedro e posteriormente para as demais regiões da Galiléia, onde dá prosseguimento ao seu ministério.
Observe que o ministério de Jesus tem como marca a: Comunhão com o Pai e a compaixão pelos necessitados.

COMUNHÃO COM O PAI
Jesus em nenhum momento do seu ministério abriu mão dessa comunhão, aliás todos os heróis da fé, foram homens que tinham um profundo relacionamento, intimidade com o Pai.
• Salmo 5:3;
• Isaías 50:4
• João 6:15
• Lucas 9:28
• Salmo 42:01
• Salmo 84:1-5

E o mais gostoso disso é saber que Deus ama esse tipo de crente, gente que investe tempo em estar em sua presença. Na verdade ele não somente ama, mas convida a todos aos que tenham sede a ir até Ele!
• Isaías 55:01
• Apocalipse 22:17
 “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas...”
Isaías 55:01
Será que poderíamos dizer que você é um crente que tem sede de Deus? Se fizéssemos um levantamento do seu dia, chegaríamos a conclusão que sua vida é a de alguém que deseja a presença de Deus? E se olhássemos seu extrato bancário, chegaríamos a conclusão que suas finanças refletem essa prioridade que você dá as coisas de Deus?
Não se engane irmão, onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração!!
Um dos homens que tem me desafiado com sua paixão e sua sede da presença de Deus é o pastor Jorge Muller, esse pastor era casado, tinha filhos, igreja e dirigia um grande orfanato através da oração. Sua biografia conta que ele leu sua bíblia mais de cem vezes e muitas delas de joelhos, pois acreditava que desta forma estava demonstrando o quanto amava a Deus e a sua Palavra. Além disso, alguém após encontrar seu diário de oração e ler todos os registros ali feitos e das orações que foram respondidas, escreveu o livro “50.000 orações respondidas”, mostrando que além de ser alguém que tinha fome da Palavra, tinha uma vida de intimidade através da oração.

A oração na vida de Jesus era prioridade, Ele orou:
• Quando foi batizado – Luc.3:21
• Antes de escolher os 12 apóstolos – Luc.6:12
• Quando as multidões o procuravam atrás de milagres – Lc.5:15-17
• Antes de fazer importantes perguntas aos discípulos – Lc.9:18
• Antes de ir para cruz, no Monte da Transfiguração – Lc.9:28
• Antes de ensiná-los a orar – Lc.11:1
• No túmulo de Lázaro – Jo.11:41,42
• Por Pedro antes deste o negar – Lc.22:32
• Durante a instituição da Ceia – Jo.14:16; 17:1-24
• No Getsêmani – Mc.14:32-39
• Na Cruz – Lc.23:34
• Após a Ressurreição – Lc.24:30
• E está orando agora por nós – Rom.8:34; Heb.7:25

Entenda, Jesus passou o dia inteiro, 24 horas, em intensa atividade:
• Primeiro esteve ensinando e expulsando demônios em uma sinagoga Mc.1:21-28;
• Depois foi para a casa de Pedro, onde curou a sogra deste Mc.1:29-31;
• Mais tarde v.32, a tardezinha, trouxeram a Ele todos os enfermos e endemoninhados Mc.1:32-34;
• No dia seguinte, para completar as 24 horas, Ele se levanta pela madrugada para orar Mc.1:35, e sai para ensinar e expelir demônios.

Não se engane, Jesus não possuía uma força sobrenatural que o possibilitava viver desta forma, o que Ele tinha era fome, convicção e certeza.
Temo que o problema de nossa geração seja a falta de uma genuína conversão, que mude nossa forma de pensar, sentir e agir. É constrangedor os diversos tipos de desculpas que damos para não nos comprometermos com a obra e não fazermos de Jesus realmente o Senhor de nossa vida.
Uma belíssima figura de quem nós somos e do que representa seguir Jesus, está em Êxodo 21:1-6, onde diz que o escravo hebreu após seis anos servindo ao seu senhor, poderia sair forro (ser liberto) no sétimo ano. Mas se o escravo dissesse “Eu amo meu senhor e quero continuar como seu escravo”, ele deveria ir a frente das autoridades do povo e diante delas teria sua orelha furada como marca de que ele a partir de agora era um escravo por amor ao seu senhor e a sua família. Esse escravo somos nós, éramos escravos do pecado, mas Jesus nos livrou e declaramos amor eterno a Ele, a partir daí somos selados (II Cor.1:21,22) de maneira definitiva com um Batismo do Espírito e seria apropriado para nós sermos chamados de O ESCRAVO DA ORELHA FURADA.
Se você a muito não tem tido este tipo de sede de Deus, ore, peça que o Espírito Santo sopre sobre você e o mude por completo

COMPAIXÃO PELOS NECESSITADOS
Em diversos textos vamos ver essa mesma expressão ou outras com sentido próximo, sendo usadas para descrever o sentimento que Jesus tinha pelas multidões aflitas, COMPAIXÃO, COMPADECER.
• Mateus 9:36
• Mateus 6:34
• Mateus 15:32
• Mateus 14:14

Sua compaixão pelas pessoas o levava a ensiná-las sobre o Reino de Deus, a curar suas enfermidades e a expulsar os demônios que as oprimia. Falaremos neste estudo somente sobre as curas, pois sobre expulsão de demônios já falamos no estudo anterior.
Compaixão através das curas
Existiam 3 tipos de febre na palestina:
• Febre de Malta – acompanhada de grande anemia e debilidade;
• Febre Tifóide – era uma febre intermitente;
• Febre Malária – as regiões pantanosas do Jordão eram infestadas de mosquitos da malária. Em Cafarnaum abundavam os casos de malária. O enfermo tinha acessos de febre e calafrios. Adolf Pohl diz que na região pantanosa ao redor de Cafarnaum, com seu clima subtropical, é provável que a sogra de Pedro tivesse sido acometida de malária. Essa não era uma enfermidade simples. Era chamada de febre mortal (Jo.4:52).
Jesus se aproxima da sogra de Pedro e nos relatos dos Evangelhos de Mateus 8:15 e Marcos 1:31 está registrado que Ele não disse nada, apenas pegou em sua mão e a febre foi embora, somente em Lucas 4:39 é que fica registrado que Jesus repreendeu a febre e esta foi embora. De qualquer forma, independente de Jesus ter ou não repreendido a febre, está claro sua autoridade sobre as doenças e sua compaixão pelo enfermo. Essa mesma autoridade nos foi dada, a de orar em nome de Jesus e a doença ir embora. Na maioria das vezes procuramos o homem antes de procurar a Deus, de maneira que nosso filho fica doente, logo saímos correndo para um hospital e nem se que oramos com ele antes. Isso mostra que nossa confiança não está em Deus, mas no homem. Não estou querendo dizer com isso que não devemos procurar os médicos, pois creio que eles são instrumentos de Deus para o homem. Mas entendo que precisamos ter fé e orar toda vez que tivermos alguém enfermo e precisando que Jesus faça um milagre. Jesus ainda cura os enfermos!!
Ao longo da história da Igreja Evangélica brasileira e principalmente em nosso dias, alguns erros tem se cometido a respeito da cura de enfermidades, vejamos o texto seguinte que nos esclarece sobre essa questão:

Crente Fica Doente!
Creio em milagres. Creio que Deus cura hoje em resposta às orações de seu povo. Durante meu ministério pastoral, tenho orado por pessoas doentes que ficaram boas. Contudo, apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente, chegam a morrer. Apesar do ensino popular de que a fé nos cura de todas as enfermidades, uma breve consulta feita à capelania hospitalar de grandes hospitais do nosso país revela que há um número elevado de evangélicos hospitalizados -- tradicionais, pentecostais e neopentecostais -- sofrendo dos mais diversos tipos de males. A proporção de evangélicos nos hospitais acompanha a proporção de evangélicos no país. As doenças não fazem distinção religiosa. Para muitos evangélicos, no entanto, os crentes adoecem e não são curados porque lhes falta fé em Deus. Será que poderemos dizer que todos eles -- sem exceção -- estão ali porque pecaram contra Deus, ficaram vulneráveis aos demônios e não têm fé suficiente para conseguir a cura?
É nesse ponto que muitos evangélicos que adoeceram, ou que têm parentes e amigos evangélicos que adoeceram, entram numa crise de fé. Muitos, decepcionados com a sua falta de melhora, ou com a morte de outros crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e abandonam suas igrejas e o próprio Evangelho. Outros permanecem, mas marcados pela dúvida e incerteza. Todavia, conforme a Bíblia e a história nos ensinam, mesmo homens de fé podem ficar doentes.
Há diversos exemplos na Bíblia de homens de fé que ficaram doentes e até morreram dessas enfermidades. Um deles foi o profeta Eliseu, que padeceu de uma enfermidade que o levou a morte: “E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu...” (2Rs 13:14) Outro, foi Timóteo. Paulo recomendou-lhe um remédio caseiro por causa de problemas estomacais e enfermidades freqüentes: “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades.” (1Tm 5:23) Ao final do seu ministério, Paulo registra a doença de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.” (2Tm 4:20 ACF).
O próprio Paulo padecia do que chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2Co 12.7-9). Alguns acham que se tratava da mesma enfermidade da qual Paulo padeceu quanto esteve entre os Gálatas: “E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne ...” (Gl 4:14). Outros acham que era uma doença nos olhos, pois logo em seguida Paulo diz: “... Porque vos dou testemunho de que, se possível fora, arrancaríeis os vossos olhos, e mos daríeis.” (Gl 4:15). Também podemos mencionar Epafrodito, que ficou gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo:
“... [Epafrodito] esteve doente, e quase à morte; mas Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.” (Fp 2:26-27).
Temos ainda o caso de Jó, que mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses por uma enfermidade, que a Bíblia descreve como sendo infligida por Satanás com permissão de Deus: “7 ¶ Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. 8 E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza.” (Jó 2:7-8). Isaque, o grande servo de Deus, sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú: “...como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver ....” (Gn 27:1 ACF). Esses e outros exemplos mostram que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por doenças e enfermidades.
O mesmo ocorre na história da Igreja. Nem mesmo cristãos de destaque escaparam das doenças e dos males. João Calvino era um homem com várias enfermidades. Mesmo aqueles que passaram a vida toda defendendo a cura pela fé sofreram com as doenças, e alguns acabaram morrendo. Um deles foi Edward Irving, o pai do movimento carismático. Pregador brilhante, Irving acreditava que Deus estava restaurando na terra os dons apostólicos, inclusive o da cura divina. Ainda jovem, contraiu uma doença fatal. Morreu doente, sozinho, frustrado e decepcionado com Deus.
Outro caso conhecido é o de Adoniran Gordon, um dos principais líderes do movimento de cura pela fé no século 20. Gordon morreu de bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos. A. B. Simpson, outro líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose. Recentemente, morreu John Wimber, vitimado por um câncer de garganta. Wimber foi o fundador da igreja Vineyard Fellowship (Comunhão da Vinha ou Videira) e do movimento moderno de “sinais e prodígios”. Ele, à semelhança de Gordon e Simpson, acreditava que, pela fé em Cristo, o crente jamais ficaria doente.
Líderes do movimento de cura pela fé no Brasil também têm ficado doentes. Não poucos usam óculos para corrigir defeitos na vista e até têm problemas nas mãos.
Cristãos verdadeiros, pessoas de fé, eventualmente adoeceram e morreram de enfermidades, conforme a Bíblia e a história claramente demonstram. Isso significa que as doenças nem sempre representam falta de fé e que Deus se reserva o direito soberano de curar quem ele quiser.

Publicado originalmente no blog O Tempora, O Mores!
• Augustus Nicodemus é pastor presbiteriano.

Duas são as marcas do ministério de Jesus: COMUNHÃO COM O PAI E COMPAIXÃO PELOS NECESSITADOS. Uma coisa está diretamente ligada a outro, ou seja, não podemos ter compaixão pelos necessitados sem que antes tenhamos comunhão com Deus. E da mesma forma não podemos ter comunhão com o Pai sem que isso nos impulsione a amar e ter compaixão pelos perdidos. Uma fé apenas contemplativa, que sobe monte para orar e não desse o vale para buscar o perdido é uma fé mística e sem valor, Tiago vai questionar esse tipo de fé dizendo que a fé sem obras é morta (Tg.2:17). Portanto devemos ser o tipo de crente que busca diariamente e regularmente ter comunhão com Deus através da leitura da Palavra e da oração e também irmos até os necessitados (físico e espiritual) para levarmos até eles a cura e a libertação que só Jesus pode dar.
Uma fé apenas contemplativa, que sobe monte para orar e não desse o vale para buscar o perdido é uma fé mística e sem valor

Pare e Pense:
Se Pedro tinha sogra, ele era casado! Então porque a Igreja Católica não autoriza seus lideres (padres) a casarem? Já que Pedro é tido por eles como o pai, o fundador de sua igreja?

Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

RENAS - Rede Evangélica Nacional de Ação Social

ÚLTIMA MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON

Nº 2263

Defesa de Cristo aos pecadores ignorantes

Pregado por Charles Haddon Spurgeon,

No Tabernáculo Metropolitano, Newington,

Na noite de domingo, 5 de outubro de 1890.

“Então Jesus disse: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” Lucas 23:34

Que doçura nós temos aqui; que abnegação; que amor altíssimo! Jesus não disse àqueles que O crucificaram: “Vá embora!” Uma palavra dessa e todos teriam fugido. Quando os soldados vieram para prendê-Lo no jardim, eles recuaram e cairam no chão quando Ele falou uma pequena frase! E agora que Ele está na cruz, uma única sílaba teria feito toda aquela corporação cair no chão ou fugir de medo.
Jesus não disse uma única palavra em Sua defesa. Quando Ele orou ao Seu Pai, Ele poderia ter simplesmente dito “Pai, veja o que eles fazem ao Seu filho amado. Julgue-os pelo mal que fazem para quem os ama e que faz tudo que pode por eles”. Mas não há nenhuma oração contra eles nas palavras que Jesus profere. Foi escrito no passado, pelo profeta Isaías, que “pelos transgressores intercedeu”[1] e aqui isso é cumprido! Ele implora por Seus assassinos, “Pai, perdoa-lhes”.[2]
Jesus não pronuncia nenhuma palavra de repreensão. Ele não diz, “Por que vocês fazem isso? Por que perfuram as mãos que te alimentaram? Por que pregaram os pés que foram até vocês em misericórdia? Por que zombam do homem que amou abençoar-lhes?” Não, nenhuma palavra, até mesmo de repreensão suave, muito menos qualquer coisa como uma maldição. "Pai, perdoa-lhes”. Você percebe que Jesus não diz “Eu os perdôo”, mas você pode ler nas entrelinhas. Ele diz isso mais ainda porque não diz em palavras. Mas Ele colocou de lado sua majestade e está pregado na cruz e, portanto, Ele assume a posição de um humilde suplicante, ao invés do lugar mais elevado de Quem teve o poder de perdoar. Quantas vezes, quando os homens dizem “eu te perdôo”, há uma espécie de egoísmo nisso? Seja mais ou menos, o ego é sempre afirmado no próprio ato de perdoar. Jesus toma o lugar de um defensor, um defensor para aqueles que estavam matando a Ele mesmo. Bendito seja o Seu nome!
Usaremos esta palavra na Cruz, esta noite, e veremos se não podemos absorver alguma coisa dela para a nossa instrução, pois, embora nós não estivéssemos lá e não tenhamos assassinado Jesus, ainda assim causamos a Sua morte – nós também crucificamos o Senhor da Gloria e a Sua oração por nós foi, “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem”.
Eu não vou lidar muito com este texto tanto por meio da exposição, quanto por meio da experiência. Eu acredito que há muitos aqui aos quais estas palavras serão muito apropriadas. Esta será nossa linha de pensamento. Primeiramente estávamos, em certa medida, ignorantes. Em segundo lugar, confessamos que essa ignorância não é desculpa. Em terceiro lugar, bendizemos nosso Senhor por nos defender e em quarto lugar, nós agora nos regozijamos no perdão que obtemos. Que o Espírito Santo graciosamente nos ajude em nossa meditação!

I. Olhando para trás em nossa experiência passada, deixe-me dizer, primeiro, que NÓS ÉRAMOS, EM CERTA MEDIDA, IGNORANTES. Nós, que fomos perdoados, que fomos lavados no sangue do Cordeiro, pecamos em grande medida através da ignorância. Jesus diz, “eles não sabem o que fazem”. Agora vou apelar a vocês, irmãos e irmãs - quando viviam sob o domínio de Satanás e serviam a si e ao pecado – não havia nisso uma boa medida de ignorância? Você pode realmente dizer, como pronunciamos no hino que acabamos de cantar:
“Ai de mim, eu não sabia o que fazia!”.
É verdade que, em primeiro lugar, ignorávamos o terrível significado do pecado. Começamos a pecar quando crianças – sabíamos que isso era errado, mas nós não sabíamos tudo que o pecado significava. Nós continuamos a pecar quando jovens – talvez tenhamos mergulhado em muita rebeldia. Sabíamos que era errado, mas não víamos toda a sua extensão. Não parecia, para nós, uma rebelião contra Deus. Não sabíamos que estávamos, presunçosamente, desafiando a Deus, considerando Sua sabedoria como nada, desafiando Seu poder, ridicularizando Seu amor, desprezando a Sua Santidade, mas realmente o estávamos. Há um abismo de profundidade no pecado. Você não pode ver o seu fundo.
Quando o pecado rolou em nossa língua como um bocado doce, não conheciamos todos os ingredientes terríveis que compunham este agridoce mortal. Estávamos até certo ponto, ignorantes sobre o crime tremendo que cometemos quando ousamos viver em rebelião contra Deus. Até agora, suponho, você concorda comigo.
Não sabíamos, naquele momento, do grande amor de Deus por nós. Eu não sabia que Ele me escolheu antes da fundação do mundo. Nunca havia sonhado com isso! Eu não sabia que Cristo ficou como meu substituto, pra me redimir dentre os homens. Eu não conhecia o amor de Cristo – não entendia. Você não sabia que você estava pecando contra o Amor Eterno, contra a infinita compaixão, contra um Amor distinto tal qual o que Deus colocou sobre você desde a eternidade. Naquele tempo, não sabíamos o que fazíamos.
Creio também que não sabíamos tudo que estávamos fazendo rejeitando a Cristo e o sujeitando à dor. Ele veio a nós em nossa juventude e, impressionados com um sermão, começamos a tremer e buscar a Sua face. Porem, fomos trazidos de volta ao perigo do mundo e recusamos a Cristo. As lágrimas de nossas mães, as orações de nossos pais, as admoestações dos nossos professores muitas vezes nos comoveram – mas fomos muito teimosos e rejeitamos a Cristo. Não sabíamos que, naquela rejeição, estávamos praticamente tirando-O do arraial e o crucificando! Estávamos negando sua Divindade, ou então teríamos O adorado. Estávamos negando seu amor, ou teríamos nos rendido a Ele. Estávamos praticamente, em cada ato de pecado, pegando o martelo e os pregos e pregando Cristo na Cruz, mas não sabíamos disso. Talvez, se tivéssemos tido conhecimento disso, não teríamos crucificado o Senhor da Glória. Sabíamos que estávamos fazendo o mal, mas não sabíamos todo o mal que estávamos fazendo.
Também não sabíamos totalmente o significado dos nossos atrasos. Nós hesitamos – estávamos à beira da conversão, mas voltamos pra trás e nos voltamos, novamente, para nossas velhas loucuras. Estávamos endurecidos, sem Cristo, ainda sem oração, e cada um de nós disse “Ah, eu estou apenas esperando para cumprir meus compromissos presentes, até eu ficar um pouco mais velho, até eu ter visto um pouco mais do mundo!” O fato é que realmente estávamos recusando a Cristo e escolhendo os prazeres do pecado ao invés Dele – e cada hora de atraso foi uma hora de crucificação de Cristo, entristecendo Seu Espírito e escolhendo este mundo prostituído no lugar do amável e sempre abençoado Cristo! Não sabíamos disso.
Acho que podemos acrescentar mais uma coisa. Não sabíamos o significado da nossa justiça própria. Costumávamos pensar, alguns de nós, que tínhamos nossa própria justiça. Íamos à Igreja regularmente, ou íamos à casa de Oração sempre que estava aberta. Fomos batizados, fomos confirmados, ou, talvez, nos alegrávamos por nunca termos permitido essas coisas serem feitas conosco. Assim, colocávamos nossa confiança em cerimônias, ou na falta de cerimônias! Fazíamos nossas orações; líamos um capítulo da Bíblia de noite e de manhã. Fizemos – Ah, eu não sei o que nós não fizemos! Mas ali descansávamos – nos considerávamos justos segundo a nossa própria estima. Não tínhamos nenhum pecado particular para confessar, nem qualquer razão para deitar no pó diante do Trono da majestade de Deus. Éramos tão bons quanto poderíamos ser, e não sabíamos que estávamos, na verdade, cometendo o maior insulto contra Cristo, pois, se não éramos pecadores, por que Cristo morreu? E se tínhamos nossa própria justiça suficientemente boa, por que Cristo veio trabalhar por uma justiça para nós?
Fizemos Cristo ser supérfluo, ao nos considerarmos bons o suficiente sem descansar no Seu sacrifício de redenção. Ah, mas não sabíamos que estávamos fazendo isso! Pensávamos que estávamos agradando a Deus com nossa religiosidade, pelos nossos atos exteriores, pelas nossas regularidades eclesiásticas! Mas o tempo todo, estávamos colocando o anticristo no lugar de Cristo! Estávamos fazendo com que Cristo não fosse necessário! Estávamos roubando Dele toda sua obra e glória! Que tristeza, Cristo diria de nós com relação a todas essas coisas “eles não sabem o que fazem”. Eu quero que você olhe calmamente para o passado em que você servia ao pecado e veja se não havia trevas sobre a sua mente, uma cegueira no seu espírito, de modo que você não sabia o que fazia.

II. Bem, agora, por outro lado, CONFESSAMOS QUE ESSA IGNORÂNCIA NÃO É DESCULPA. Nosso Senhor poderia usar isso em nossa defesa, mas nós nunca poderíamos. Não sabíamos o que fazíamos e por isso não fomos culpados na medida do possível – mas éramos culpados o suficiente – portanto, vamos reconhecê-lo.
Por um lado, lembre-se, a lei nunca permite isso como uma desculpa. Na nossa própria lei inglesa, um homem deve saber o que é a lei. Se ele a quebra, não é desculpa alegar que não sabia[3]. Isso pode ser considerado pelo juiz como um atenuante, mas a lei não permite nada do tipo. Deus nos dá a Lei e estamos sujeitos a cumpri-la. Se errei por não saber da Lei, ainda assim era um pecado. De acordo com a Lei Mosaica, havia pecados de ignorância e para eles não havia ofertas especiais[4]. A ignorância não apaga o pecado. Isso está claro no meu texto, pois, se a ignorância faz uma ação deixar de ser pecaminosa, por que Cristo diria, “Pai, perdoa-lhes”? Mas Ele o faz – Ele pede clemência para o que é pecado – ainda que a ignorância, de certa forma, é presumível para reduzir a criminalidade do mesmo.
Mas, queridos amigos, nós deveríamos saber. Se não sabíamos, é porque não queríamos saber. Havia pregação da Palavra, mas não nos importávamos em ouvir. Existia este Livro abençoado, mas não nos importávamos de lê-lo. Se tivéssemos nos sentado e olhássemos para nossa conduta à luz das Escrituras Sagradas, poderíamos conhecer muito mais sobre mal do pecado, muito mais sobre o amor de Cristo, muito mais da ingratidão que é possível ao se recusar a Cristo e não ir a Ele.
Além disso, não pensávamos. “Ah, mas”, você diz, “os jovens nunca pensam!” Mas os jovens deveriam pensar. Se há alguém que não precisa pensar, é o velho homem cujos dias estão quase no fim. Se ele pensar, ele tem um curto tempo para melhorar – mas o jovem tem toda sua vida diante de si. Se eu fosse um carpinteiro e tivesse que fazer uma caixa, eu não pensaria sobre isso depois de fazer a caixa. Eu pensaria, antes de começar a cortar a madeira, que tipo de caixa seria. Em todas as ações, um homem deve pensar antes de começar, ou então ele é um tolo. Um jovem deveria pensar mais do que ninguém, pois agora ele está, por assim dizer, fazendo sua caixa. Ele está começando seu plano de vida – ele deve ser o mais pensativo de todos os homens. Muitos de nós, que agora somos de Cristo, saberiam muito mais sobre o nosso Senhor se tivesse feito uma reflexão mais cuidadosa em nossos dias de jovens. Um homem considera sobre tomar uma esposa. Ele irá considerar sobre fazer algum negócio. Ele irá considerar sobre a compra de um cavalo ou uma vaca, mas ele não vai considerar as reivindicações de Cristo e as reivindicações de Deus, o Altíssimo! E isso torna sua ignorância voluntária e indesculpável.
Além de que, queridos amigos, apesar de ter confessado a ignorância, em muitos pecados nós não sabíamos de muita coisa. Vamos, deixe-me estimular suas memórias. Houve momentos em que você sabia que tal ação era errada quando você começou. Você olhou para o ganho que lhe traria – e você vendeu sua alma por esse preço e deliberadamente fez sabendo que estava errado. Não há ninguém aqui, salvo por Cristo, que deve confessar que, às vezes, praticaram violência contra sua consciência? Eles o fizeram, apesar do Espírito de Deus, apagaram o Farol do Céu, dirigiram o Espírito para longe deles, distintamente sabendo o que estavam fazendo! Vamos nos curvar diante de Deus no silêncio de nossos corações e reconhecer tudo isso. Nós ouvimos o Mestre dizer “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Vamos acrescentar às nossas próprias lágrimas enquanto dizemos “e perdoa-nos também porque em algumas coisas nós sabíamos. Em todas as coisas nós deveríamos saber, mas que éramos ignorantes pela falta de pensamento, tal pensamento que era um dever solene que deveríamos ter prestado a Deus.”
Vou dizer mais uma coisa sobre esse assunto. Quando um homem é ignorante e não sabe o que ele deve fazer, o que ele deveria fazer? Bem, ele não deveria fazer nada até que soubesse! Mas aqui está o mal real – quando nós não sabíamos, ainda assim escolhemos fazer a coisa errada. Se nós não sabíamos, por que nós não escolhemos a coisa certa? Mas, estando no escuro, nós nunca nos voltamos para a direita, mas sempre tropeçamos para a esquerda de pecado em pecado! Isso não nos mostra quão depravados nossos corações são? Apesar de estarmos buscando o certo, quando somos deixados sozinhos, erramos por nós mesmos. Deixe uma criança sozinha. Deixe um homem sozinho. Deixe uma tribo sozinha sem ensinamento e instrução – o que vem disso? Ora, é o mesmo que deixar um campo sozinho! Nunca, por acaso, produz trigo ou cevada! Deixe-o sozinho e haverá ervas daninhas, espinhos e abrolhos – mostrando que o rumo natural da terra é produzir o que é inútil!
Amigos, confessem a maldade inata de vossos corações e o mal em vossas vidas, no que, quando vocês não sabiam, tendo instinto perverso, escolheram ao mal e se recusaram ao bem e, quando você não sabiam o suficiente de Cristo e não pensaram o suficiente Dele para saber se você deveria tê-lo ou não, vocês não queriam vir a Ele para terem vida! Vocês precisavam de luz, mas fecharam os olhos para o sol. Estavam com sede, mas não quiseram beber da fonte da vida, e assim, na sua ignorância, embora estivesse lá, era uma ignorância criminosa que vocês devem confessar diante do Senhor. Ah, venham para a cruz, vocês que estiveram lá antes, e perderam seu fardo lá! Venham e confesse sua culpa, novamente, e agarrem esta Cruz outra vez! Venham e olhem para Ele que sangrou em cima dela, bendizei Seu querido nome uma vez que Ele orou por vocês, “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.
Agora estou indo um passo adiante. Estávamos, de certa forma, ignorantes, mas confessamos que essa ignorância mensurável não era desculpa.

III. Agora, em terceiro lugar, NÓS BENDIZEMOS AO SENHOR ROGANDO POR NÓS.
Você percebe quando foi que Jesus pleiteou-nos? Quando estavam o crucificando. Eles não estavam colocando apenas os pregos, eles haviam levantado a cruz e colocado no suporte – e deslocaram-se todos os seus ossos para que Ele pudesse dizer “Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram”[5]. Ah, queridos amigos, foi então que, em vez de um grito ou gemido, esse querido Filho de Deus disse, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Eles não pediram perdão para si próprios – Jesus pede por eles! As mãos deles estavam manchadas com Seu sangue e foi naquele momento, mesmo assim, que Ele orou por eles! Vamos pensar no grande amor com que Ele nos amou, mesmo quando éramos ainda pecadores, quando nos revolvíamos no pecado, quando bebíamos dEle como um boi bebe toda a água! Mesmo assim Ele orou por nós! “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”[6]. Bendizei ao Seu nome esta noite! Ele orou por você quando você não orou por si mesmo! Ele orou por você quando você o estava crucificando!
Então pense que em Seu apelo, Ele alegou sua filiação. Ele diz “Pai, perdoa-lhes”. Ele era o Filho de Deus e Ele colocou sua Divina Filiação no pedido em nosso favor. Ele parece ter dito “Pai, como eu sou Seu Filho, dê-me o que peço e perdoe estes rebeldes. Pai, perdoa-lhes”. Os direitos de Cristo como filho eram muito grandes. Ele era Filho do Altíssimo. “Luz da luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,”[7] A segunda pessoa na Divina Trindade – E Ele coloca a sua filiação perante Deus e diz “Pai, Pai, perdoa-lhes”. Ah, o poder da palavra dos lábios do filho quando Ele está ferido, quando Ele está em agonia, quando Ele está morrendo! Ele diz “Pai, Pai, atende meu único pedido! Oh, Pai, perdoa-lhes; eles não sabem o que fazem”. E o grande Pai abaixa Sua cabeça em sinal de que Seu pedido foi concedido.
Então perceba que Jesus esta aqui, em silêncio, mas realmente pleiteia seus sofrimentos. A atitude de Cristo quando Ele fez essa oração é muito notável. Suas mãos estavam estendidas em cima da viga transversal. Seus pés foram pregados ao tronco vertical e ali Ele pediu! Silenciosamente Suas mãos e pés estavam pedindo e Seu corpo agonizante, do tendão ao músculo, suplicou a Deus! Seu sacrifício foi apresentado por completo e por isso é Sua a cruz, que faz o apelo, “Pai, perdoa-lhes”. Oh, Bendito Cristo! É assim que fomos perdoados, pois sua filiação e sua Cruz pleitearam com Deus, e prevaleceram em nosso favor.
Eu amo essa oração, também, por causa da sua indistinção. Ela é, “Pai, perdoa-lhes”. Ele não disse “Pai, perdoa os soldados que me pregaram aqui”. Ele os incluiu. Nem disse “Pai, perdoa os pecadores dos tempos que virão que irão pecar contra mim”. Mas Ele pede por eles. Jesus não os menciona por nenhum nome de acusação – “Pai, perdoa meus inimigos. Pai, perdoa meus assassinos”. Não, não saiu nenhuma palavra de acusação de seus lábios amáveis. “Pai, perdoa-lhes”. Agora, com o pronome “eles”, eu me sinto arrepiado. Você pode chegar lá? Ah, por uma fé humilde, apropriada à Cruz de Cristo, por confiar nela e alcançar o sentido daquela pequena grande palavra, “eles”! Parece uma carruagem de misericórdia que desceu à terra em que um homem pode pisar – e o pode levar para o céu. “Pai, perdoa-lhes”.
Observe, também, o que foi que Jesus pediu – omitir isso seria deixar de fora a própria essência da Sua oração. Ele pediu absolvição total a todos os Seus inimigos – “Pai, perdoa-lhes. Não os puna. Perdoa-lhes. Não se lembre dos seus pecados. Perdoe, apague, jogue nas profundezas do mar. Não se lembre disso, meu Pai. Nunca mais os mencione contra eles. Pai, perdoa-lhes”. Oh, oração abençoada, pois o perdão de Deus é amplo e profundo! Quando o homem perdoa, ele mantém as lembranças do mal por trás. Mas quando Deus perdoa, Ele diz, “perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei”[8]. É isto que Cristo pediu por mim e por você muito antes de termos qualquer arrependimento ou fé - e em resposta a essa oração, fomos trazidos a sentir nosso pecado! Fomos levados a confessá-lo e crer Nele! E agora, glória ao Seu nome, podemos bendizê-Lo por ter pedido por nós e obtido o perdão de todos nossos pecados!

IV. Chegou a hora do meu último ponto, que é este: NÓS AGORA NOS ALEGRAMOS DO PERDÃO QUE OBTEMOS. Vocês obtiveram perdão? É essa a canção de vocês? -
"Agora, oh alegria!
Meus pecados estão perdoados,
Agora eu posso, e creio "
Eu tenho uma carta no bolso de um homem culto e direito que foi um agnóstico. Ele disse que era agnóstico sarcástico e ele escreve louvando a Deus e invocando toda bênção sobre mim por tê-lo trazido aos pés do Salvador. Ele diz, “Eu estava sem felicidade nessa vida e sem esperança para a próxima”. Penso que esta é a descrição verdadeira de muitos incrédulos. Que esperança há para o mundo viver separado da cruz de Cristo? A melhor esperança que um homem assim tem é que ele morra como um cachorro e este muito provavelmente será o seu fim. Qual é a esperança da Igreja Católica quando ela vier a morrer? Eu me sinto tão triste por meus amigos devotos, pois não sei qual é a esperança deles. Eles não esperam ir para o céu – não por algum tempo, pelo menos – eles acreditam que a dor do purgatório deve ser sofrida primeira. Ah, esta é uma fé pobre, pobre fé para morrer nela – ter tal esperança as incomodando nos últimos pensamentos! Eu não sei de nenhuma religião que não a de Jesus Cristo que nos conta de nosso pecado perdoado, absolutamente perdoado!
Agora ouça. Nosso ensino não é que, quando você vier a morrer, você pode, talvez, descobrir que está tudo certo, mas “amados, agora somos filhos de Deus”[9]. “Aquele que crê no filho tem a vida eterna”[10]. Ele tem isso agora sabe disso agora, e nisso se alegra! Agora eu volto para o último assunto do meu discurso – regozijamo-nos pelo perdão que Cristo obteve para nós. Estamos perdoados! Espero que a maior parte desse público possa dizer, “Pela Graça de Deus, nós sabemos que nós somos lavados no sangue do Cordeiro”.
O perdão veio a nós pelo apelo de Cristo. Nossa esperança reside no apelo de Cristo e especialmente em Sua morte. Se Jesus pagou minha dívida – Ele fez isso e eu sou crente Nele – então eu não tenho mais dívida. Se Jesus suportou a pena do meu pecado – e Ele fez isso se eu sou crente – então não há nenhuma penalidade pra eu pagar, pois podemos dizer a Ele:
"Completa expiação Tu fizeste,
E até o último tostão pagou
Tudo que Seu povo devia.
Não pode Sua ira sobre mim ter lugar,
Se abrigado em Tua justiça,
E arpergido com Teu sangue.
Se Tu tem a minha quitação escrita,
E livremente no meu lugar suportou
Toda a ira divina-
O pagamento Deus não pode exigir duas vezes,
Primeiro da mão sangrando do meu Fiador,
E então, novamente, da minha. "
Se Jesus suportou meu castigo, eu nunca deverei o suportar! Oh, que alegria que existe nessa garantia abençoada! A esperança de que você está perdoado reside nisto – que Jesus morreu. Aquelas chagas queridas Dele sangraram por você!
Louvamos a Ele por nosso perdão porque nós sabemos, agora, o que fizemos. Oh, irmãos e irmãs, eu não sei quanto devemos amar a Cristo porque pecamos contra Ele de maneira tão cruel! Agora sabemos que o pecado é “excessivamente pecaminoso”. Agora sabemos que o pecado crucificou Cristo. Agora sabemos que nós apunhalamos nosso divino Amado celestial em Seu coração! Matamos, com vergonhosa morte, nosso melhor e mais querido Amigo e Bem-feitor! Sabemos disso agora, e poderíamos quase chorar lágrimas de sangue por pensar que nós o tratamos a Ele dessa forma! Mas tudo é perdoado, tudo se foi! Oh, que nós louvemos aquele querido Filho de Deus que pôs de lado pecados como os nossos! Sentimos eles mais agora do que nunca. Nós sabemos que nossos pecados são perdoados e nossa dor é por causa da dor do preço pago por nosso Salvador pelo nosso perdão. Nós não sabíamos que nossos pecados estavam realmente perdoados até vermos Seu suor em sangue. Nós nunca soubemos o vermelho carmesim de nossos pecados, até que lemos nosso perdão escrito em linhas vermelhas com Seu precioso sangue! Agora vemos nosso pecado e ainda assim não vemos, pois Deus os perdoou, apagou-os, lançou-os para trás de Suas costas para sempre!
A partir de agora a ignorância, assim como foi descrita, deve ser odiosa para nós. Ignorar a Cristo e as coisas eternas deve ser odioso para nós. Se, por ignorância, nós pecamos, acabemos com essa ignorância! Nós estudaremos Sua Palavra. Estudaremos aquela obra-prima de todas as ciências, o conhecimento de Cristo Crucificado. Vamos pedir ao Espírito Santo para nos guiar para longe da nossa ignorância que gera o pecado. Queira Deus que nós não possamos cair no pecado da ignorância mais, mas que sejamos capazes de dizer “Eu sei em quem tenho crido e agora vou buscar mais conhecimento, até que eu compreenda, como todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, do amor de Cristo, e conhecer o amor de Deus, que excede todo entendimento!”
Eu coloquei aqui uma palavra prática. Se você se regozija por estar perdoado, mostre sua gratidão imitando a Cristo. Nunca houve antes tal apelo como este, “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Apele dessa forma para os outros. Alguém tem te ferido? Há pessoas te caluniando? Ore esta noite, “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Vamos sempre devolver o bem para o mal, bênçãos pela maldição - e quando nós somos chamados para padecer através da injustiça dos outros - vamos acreditar que eles não agiriam assim se não fosse por causa da sua ignorância. Vamos orar por eles e fazer de sua própria ignorância o apelo para o perdão – “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.”
Eu quero que você pense nos milhões em Londres agora. Pense naqueles quilômetros de rua, despejando suas crianças esta noite! Pense naqueles bares com as multidões entrando e saindo. Desça às nossas ruas, à luz do luar. Veja o que eu quase corei para dizer. Siga os homens e mulheres, também, às suas casas, e faça disso a sua oração “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Este sino prateado – o mantenha sempre tocando. O que eu disse? “Este sino de prata?” Não, são os sinos de ouro[11] sob as vestes do Sacerdote. Use-os sob suas roupas, vocês sacerdotes de Deus, e deixem-no sempre tocando sua nota dourada, “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Se eu puder levar todos os santos de Deus a imitar a Cristo com uma oração como esta, eu não terei falado em vão.
Irmãos e irmãs, eu vejo razão para ter esperança na mesma ignorância que nos rodeia. Eu vejo esperança por nossas pobres cidades, esperança por este pobre país, esperança pela África, China e Índia. “Eles não sabem o que fazem”. Aqui está um forte argumento a favor deles, pois eles são mais ignorantes do que nós éramos. Eles sabem menos do pecado do mal e menos de esperança! Mande um ardente clamor direto para o coração de Deus, enquanto Jesus, do Seu trono, acrescenta Sua prevalente intercessão “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.
Se houver pessoas descrentes aqui, e eu sei que há algumas, nós as mencionaremos na nossa devoção privada, bem como na assembléia pública. E nós oraremos por elas com palavras como estas, “Pai, perdoa-lhes, elas não sabem o que fazem”. Que Deus abençoe todos vocês, pelo amor de Jesus Cristo! Amém.

[1] Is 53:12
[2] Lc 23:34
[3] Na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro de 2010, antiga lei de introdução do Código Civil Brasileiro de 1942, no Artigo 3º, é dito “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece” (fonte: Palácio do Planalto, governo federal) (N.do R)
[4] No sentindo de que não eram passiveis de expiações diferentes do que os outros pecados, mas sim necessitando expiação por culpa do pecado: conferir Números 15:27 , Levítico 4 (N.R)
[5] Sl 22:14
[6] Rm 5:6
[7] Citação de parte do credo Niceno (N. do T.).
[8] Jr 31:34
[9] I Jo 3:2
[10] Jo 3:36
[11] A prata na Bíblia significa, em uma interpretação simbólica da época de Spurgeon, a salvação, e o ouro, a preciosidade (N. do T.).

Texto enviado pelo irmão:
Diego Rumão, membro de nossa igreja