quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nicolau Von Zinzendorf

         Nicolau Von Zinzendorf (1700-1760) foi um nobre crente que exerceu grande influência na história missionária.  Quando jovem fundou com outros estudantes o que chamou de “Ordem do Grão de Mostarda”.
         Em uma de suas viagens, ao visitar um Museu, viu um quando do Senhor Jesus coroado com espinhos e uma inscrição: “Eu tudo fiz por ti, que fazes tu por mim?” e muito se emocionou.  Meditou e chorou por muitos dias sobre tal frase.  Após viajar para a Groelândia seu coração tornou-se ainda mais inquieto ao ver que os esquimós da Groelândia não conheciam a Cristo e seu choro aumentou ainda mais.
         Algum tempo depois ele encontrou um amigo cristão e lhe fez um convite para ir pregar o Evangelho aos esquimós, dizendo: “Você gostaria de pregar o Evangelho aos esquimós?  Mas antes que você me responda, quero que você saiba que você vai sozinho, sem sustento e sem possibilidade de voltar para casa.  Você aceita o desafio?”.  Aquele homem aceitou o desafio sem pensar duas vezes.  A única coisa que fez foi pedir um par de sapatos usados, pois o mesmo estava descalço e seria difícil viajar de tal forma.  Na manhã seguinte, ao chegar à casa daquele cristão com o par de sapatos usados que ele havia pedido, Zinzendorf não o encontrou.  Ele havia deixado um bilhete dizendo “saí de casa, descalço, antes de o sol nascer.  Não posso perder tempo para fazer a obra de Cristo”.  Hoje, mais de 95% da população da Groelândia é cristã!  E tudo começou porque um homem ousado e comprometido com Jesus respondeu “SIM” ao chamado de Cristo e dedicou-se a pregar o evangelho e salvar vidas.
         Nessa época, na Morávia, a Igreja que se originara após a morte de John Huss, estava sendo grandemente perseguida.  O conde mandou avisar que se aqueles crentes quisessem, seriam acolhidos em suas terras, na Saxônia.  Assim, muitos refugiados morávios conseguiram chegar lá e fundaram, em 1722, uma comunidade que existe até hoje, chamada Herrnhut (“sob o cuidado do Senhor” ou também “montando guarda para o Senhor”).  Lá eles se auto-sustentavam.  Aprenderam a viver como artesãos e desenvolveram um movimento de oração nas 24 horas do dia, nos sete dias da semana por 100 anos.  Pouco tempo depois, aquela comunidade cristã, liderada por Zinzendorf, passou a ter um fortíssimo envolvimento missionário.  Vários membros (principalmente jovens), começaram a se sentirem chamados para pregar em lugares distantes.
         Além do comprometimento com a oração, eles também eram extremamente comprometidos com a obra missionária.  Reconheciam o chamado da Grande Comissão, sabiam que precisavam pregar o Evangelho aos que nada sabiam sobre o Evangelho e entendiam que eram responsáveis por pregar o Evangelho aos perdidos.  Assim, no espaço de 20 anos, a igreja dos morávios enviou mais missionários para o mundo do que todas as igrejas protestantes em 200 anos!
         Os irmãos morávios, dirigidos por Zinzendorf e outros líderes, enviaram missionários para: Ilhas Virgens (1732); Groenlândia (1733); Suriname (1735); África do Sul (1736); Jamaica (1750); Canadá (1771); Austrália (1850); Tibet (1856); entre outros longínquos lugares.
         Nos primeiros 100 anos de atividade (1732 a 1832) os irmãos morávios obtiveram o impressionante número de 40 mil membros, 209 missionários e 41 centros de missões ao redor do mundo!  Em 150 anos enviaram 2.158 missionários.
         Quando Zinzendorf era questionado sobre o real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, respondia: “estamos indo buscar para o Cordeiro o galardão do seu sacrifício”.  Baseado em Isaías 53:11.
         Zinzendorf morreu aos 60 anos em Herrnhut, pastoreando até o fim de seus dias.  Assim como o Senhor Jesus, foi obediente até a morte para cumprir as Escrituras.  O líder morávio procurou seguir o exemplo do Filho de Deus.
Autor Desconhecido
Traduzido por: Francisco Coelho

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Estou cansada, mas vou continuar!

Esmeralda Campelo Vilela

Hoje, apesar do sol claro e lindo,
Da brisa suave entre as folhas,
Do sorriso maroto dos meninos na calçada,
Eu me senti cansada.
E até pensei, de forma equivocada,
Em parar, sumir, correr e desistir.
Cansada de ouvir lamentações,
Pedidos repetidos de orações.
Cansada de cobranças e desconfianças.
Cansada de ser pobre,
Abraçar pobre, cuidar de pobre,
Acreditar que pobre tem alma,
Enquanto há tantos ricos, fervorosos,
Abençoados, poderosos.
Para quem, ser pobre, estar apertado,
É coisa do inferno, é pecado.

Estou cansada do sincretismo,
Da Bíblia marcada com folhas de arruda.
Da troca do anjo que falhou na ajuda.
Estou cansada de ver gente rolando,
Pulando, gritando, sapateando
Com sapatinhos de fogo.
Estou cansada de ver sacralizadas duras estruturas
Que roubam a comunhão e matam a candura.
Estou cansada de discussões insensatas,
De contendas e debates,
De tanta futilidade.

E, cansada deste jogo,
Senti vontade de parar.
E então, quando me pus a pensar,
Lembrei que o diabo não pára
E, sempre se prepara
Para roubar, matar e destruir.
E eu resolvi seguir.
Sabendo que há pranto em cada canto.
Na cidade bela,
No palácio, na favela.
Não posso desistir
Se há tantos que não podem sorrir
E tantos que só sabem chorar...
Estou cansada de ver poderosos na tela,
Bailarinos no altar,
"Inebriados", "embriagados", no templo.
E, em nenhum momento,
souberam o que é o lamento
De quem vive na rua
Sob o sol, sob a lua.
No frio e no calor,
Convivendo com o ódio,
Sem conhecer o amor,
Sem nunca ouvir dizer:
Que o amor tanto crê
Tudo sofre, e espera.
Que o amor não se ufana
Não destrói, não engana.
Estou cansada de ver 
Templos cheios de santos
Que têm mãos, mas não servem.
Têm pés, mas não andam,
Têm olhos, mas não vêem.
Têm ouvido, mas nâo ouvem.
Têm coração, mas não amam.
Têm bens, mas não repartem.
Tem nome, mas não são.
Estou cansada, mas vou continuar.
Porque a minha caminhada está perto de acabar...
E o dono da lavoura vai voltar.

Autora: Esmeralda Campelo Vilela, 76 anos, casada há 56 anos, 6 filhos e 19 netos (dos quais 8 são pastores), e 6 bisnetos, filha do primeiro missionário brasileiro a trabalhar com indígenas no Brasil (Zacarias Campelo), é pastora da Comunidade Evangélica Betesda, em Belo Horizonte, e presidente da Fundação Esmeralda Campelo, uma instituição filantrópica que abriga mais de 360 crianças de Contagem, MG.

Fonte: Ultimato 291. 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Procura-se um coração em chamas

É necessário que o líder tenha um coração abrasado pelo amor a Deus e aos homens. Como afirmou Dr. George W. Peters: “Deus, a igreja e o mundo estão à procura de homens com corações em chamas – corações cheios do amor de Deus; cheios de compaixão pelos males, tanto da igreja quanto do mundo; cheios de paixão pela glória de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo e a salvação dos perdidos”.
“A resposta de Deus”, acrescenta ele, “para um mundo cheio de indiferença, materialismo, frieza e escárnio são corações ardentes nos púlpitos, nos bancos das igrejas, nas escolas bíblicas e nos colégios e seminários cristãos.”
Se você é um líder cristão, e o seu coração não está ardendo em chamas, com toda certeza a maioria dos membros de sua igreja terá um coração morno, que pouco ou nenhum impacto tem sobre o mundo. As nossas comunidades não se impressionam muito com nossos programas e infindáveis atividades. Para ter impacto sobre a comunidade, precisa ter algo além de uma igreja ativista, preocupada em atender e ajudar os visitantes. Precisa ser uma igreja em chamas, liderada por homens que têm o ardor de Deus em seus corações.
Dizem que uma vez um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente, o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”.
Um dos biógrafos de Wesley o descreveu como um homem “sempre ofegante, correndo sem parar atrás das almas perdidas”. No túmulo de Adam Clarke, um dos primeiros estudiosos metodistas e um discípulo de Wesley, estão inscritas estas palavras: “Vivendo para os outros, fui totalmente consumido”.
Não há uma necessidade maior que essa em nossas igrejas e escolas hoje. Não basta ter uma fé cristã e bíblica; temos de ser possuídos por Cristo, totalmente tomados por seu amor e sua graça, inteiramente inflamados por seu poder e glória. Cada pequenina parte do nosso ser, como diz certo hino do passado, precisa estar incandescente com o fogo divino. Não é suficiente ter a lenha, não é suficiente ter o altar, não basta ter o sacrifício – precisamos do fogo! Oh, fogo de Deus, desce novamente sobre nós! Faz-nos arder, Senhor, inflama-nos totalmente!
                O fogo santo de Deus desce somente sobre os corações preparados, obedientes e famintos. Talvez a necessidade que está por baixo de todas as necessidades é que não estamos suficientemente famintos ou sedentos, nem somos intensos em nosso desejo.
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem” (Lc 11.13).

 Extraído de “Ablaze for God” (“Inflamados Para Deus”), de Wesley L. Duewel.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Precisamos Novamente de Homens de Deus


    A igreja, neste momento, precisa de homens, o tipo certo de homens, homens ousados.  Afirma-se que necessitamos de avivamento e de um novo movimento do Espírito; Deus, sabe que precisamos de ambas as coisas.  Entretanto, Ele não haverá de avivar ratinhos.  Não encherá coelhos com seu Espírito Santo.
   A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo.  Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens fracos.  Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto.
   Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes.  Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário.  Esses homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo de boa reputação.
A igreja suspira por homens que se considerem sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo.
     Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo.  Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos. Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã.  A influência constrangedora da opinigão pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.
   A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas.  Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio.  Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais frequentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.
   Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor.  O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos.
   O homem livre jamais foi um tirano religioso, nem procurou exercer senhorio sobre a herança pertencente a Deus.  O medo e a falta de segurança pessoal têm levado os homens a esmagarem os seus semelhantes debaixo de seus pés.  Esse tipo de homem tinnha algum interesse em proteger, alguma posição a assegurar; portanto, exigiu submissão de seus seguidores como garantia de sua própria segurança.  Mas o homem livre, jamais; ele nada tem a proteger, nenhuma ambição a perseguir, nehum inimigo a temer.  Por esse motivo, ele é alguém completamente descuidado a respeito de seu prestígio entre os homens.  Se o seguirem, muito bem; caso não o sigam, ele nada perde que seja querido ao seu coração; mas, quer ele seja aceito, quer seja rejeitado, continuará amando seu povo com sincera devoação.  E somente a morte pode silenciar su terna intercessão por eles.
   Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens.  Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser esternado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires.  Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito.  Haverá de enviar libertação, ao enviar libertadores.  É assim que Ele age entre os homens.
   E, quando vierem os libertadores...serão homens de Deus, homens de coragem.  Terão Deus ao seu lado, porque serão cuidadosos em permanecer ao lado dEle; serão cooperadores com Cristo e instrumentos nas mãos do Espírito Santo....
A. W. Tozer