segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ESTUDOS BETESDA / MARCOS / LIÇÃO 5

A AUTORIDADE DE JESUS
Marcos 1:21-28
Lucas 4:31-37
O estudo deste domingo compreende parte de 24 horas do ministério intenso de Jesus em Cafarnaum, onde Ele se apresenta em quatro cenários diferentes e para quatro platéias diferentes:
• Sinagoga (judeus piedosos) - vs.21-28;
• Casa (grupo dos discípulos)- vs.29-31;
• Rua (multidão)- vs.32-34;
• Deserto (tentador) – vs.35-39.
Jesus apresenta-se primeiramente na sinagoga, lugar que foi criado durante o período do cativeiro babilônico e que surge para suprir a ausência do templo de Jerusalém que havia sido destruído por Nabucodonosor, tornando-se assim o principal lugar de culto do povo judeu. Existia neste local apenas três elementos para o culto, são eles: oração, leitura da Palavra de Deus e sua exposição ou explicação. Não havia música e nem sacrifícios. Para cada grupo de 10 famílias era constituído uma sinagoga, ou seja, onde houvesse um grupo de famílias judaicas, haveria a possibilidade do surgimento de uma sinagoga.
A sinagoga também servia como lugar de reuniões da comunidade, tribunal e escola. Elas eram dirigidas por leigos e não por rabinos. Desta maneira, toda vez que um mestre a visitava tinha a primazia de ler e explicar as Escrituras. Lembre-se que Jesus utilizou-se dessa oportunidade concedida (Luc.4:16), assim como Paulo (At.13:14-16; 14:01; 17:1-4). Séculos mais tarde que a função do ensino foi concedida somente aos teólogos.
Quando Jesus entra na sinagoga para ensinar, logo todos ficam maravilhados, pois ficou claro que seus ensinos não era como o dos demais Rabinos, Ele falava com AUTORIDADE.

Duas características ficam destacadas neste texto referentes a autoridade de Jesus, vejamos:
AUTORIDADE PARA ENSINAR
(Mc.1:21,22)
Ele é a própria verdade (Jo.14:6)
Os Escribas eram os especialistas das leis, na mão deles e das demais autoridades religiosas de Israel estava todo o poder para ensinar, julgar e interpretar a lei e a tradição. Para trazer credibilidade as suas decisões ou seus ensinos, eles citavam pessoas que eram tidas como autoridades. Jesus não precisava recorrer a nenhuma fonte para fundamentar seus ensinos, Ele é a própria fonte e o que recebia vinha direto do Pai.
“Ele é o próprio Deus, de onde as Escrituras emanam. Ele conhece a Palavra, seu significado e sua correta interpretação. Rev.Hernandes D. Lopes”
“Para horror de todos, Jesus quebrou essa corrente de tradição. Ele não invocava os pais, mas o Pai. Falava não como rabino, mas como Filho. Pronunciou um novo início da revelação. Isso era algo monstruoso: Ele trazia a revelação em pessoa [...] Ele não considerava a tradição dos rabinos ultrapassada, mas até um corpo estranho. O judaísmo tinha deformado Moisés, violado a vontade original de Deus [...]. Perguntaram atônitos de onde vinha sua autoridade (1:27; 11:27). Com base em que Ele tomava essa liberdade? Ele não tinha estudo nem formação (Jo.7:15), não vinha de família importante (Mc.6:1-5), nem pertencia a um dos partidos judaicos [...]. A isto se ajuntou mais tarde sua amizade com os pecadores, seus adeptos suspeitos, seus sofrimentos e, por fim, foi pendurado na cruz (Mc.15:32). Adolf Pohl

Ensina com fidelidade a Palavra de Deus
No desejo de estabelecer a sua verdade sobre a Verdade das Escrituras, e de manter o controle sobre ela e sobre o povo, os escribas tornam a verdade um ensino de homens. Seus ensinos são um fardo para o povo, trazem cadeias a alma e distanciam o homem de Deus. Aqueles que deveriam trazer a vontade de Deus ao homem através do ensino das Escrituras, tornaram a fé judaica em um pesado legalismo. Regra sobre regra, preceito sobre preceito.
Os escribas falharam quanto ao:
• Conteúdo: Ensinaram doutrinas de homens e não a Palavra de Deus.
• Método: Ensinaram de forma fria e não com zelo.
• Propósito: Ensinaram com orgulho e ambição, procurando sua própria glória e não a de Deus.
Precisamos fazer uma análise sincera sobre a forma como escribas lidaram com a fé e o ensino das Escrituras e a forma como nós temos agido

Veja alguns erros em relação a Revelação de Deus
Comércio da Palavra
Existe uma proliferação de Bíblias de “Estudo”, e cada um dos seus garotos propaganda dizem ser ela a “Melhor Bíblia de Estudo que existe”. Não tenha dúvida que isso tudo não passa de comércio!! O preço de uma Bíblia de Estudo gira em torno de R$ 100,00 e o preço de uma Bíblia sem comentários gira em torno de R$ 30,00. Não podemos fazer como os escritas que utilizaram a Palavra de Deus para benefício próprio! Este tipo de propaganda tem levado as pessoas a considerarem uma Bíblia como sendo melhor que a outra, pois o marketing feito é exatamente desta forma.
Interpretes da Lei
Ainda existe o perigo de valorizarmos mais os comentários feitos no rodapé da Bíblia do que o que de fato está escrito nela. Deixando assim de buscar em oração, meditação e estudo o que realmente Deus está querendo falar conosco. Precisamos ser como a igreja da Beréia, que examinava nas Escrituras o que era dito pelos apóstolos (Atos 17:11).
“Não podemos fazer como os escribas que utilizaram a Palavra de Deus para benefício próprio”
Usar a Bíblia para manipular
Não só nos tempos de Jesus as Escrituras foram usadas para manipular e dominar pessoas, mas hoje em dia muitos tem feito uso dela para eleger candidatos, abusar emocionalmente e tomar dinheiro das pessoas. Se você é do tipo de pessoa que não estuda as Escrituras e não confere para saber se o que está sendo ensinado em sua igreja é de fato a verdade, você é um forte candidato a ter a sua alma acorrentada como os judeus tinha naquele tempo.
Martinho Lutero é um belo exemplo de alguém que através da revelação das Escrituras (Jo.8:32), teve as correntes de sua alma arrebentadas.
Se você também possui uma liderança que não permiti que seu ensino seja confrontado pelas Escrituras, foge destes, pois você está sendo liderado por homens como aqueles escribas.
“Se você é o tipo de pessoa que não estuda as Escrituras e não confere para saber se o que está sendo ensinado em sua igreja é de fato a verdade, você é um forte candidato a ter a sua alma acorrentada”

AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS
Mc.1:23-28
Vejamos algumas questões que são importantes sobre a autoridade de Jesus e a atuação dos demônios.
A possessão demoníaca é um fato inegável
Existem dois extremos quanto a essa questão: o primeiro nega a possibilidade da possessão; o segundo atribui todas as doenças mentais a ação do demônio. Todos os dois lados são perigosos, pois um desconsidera a sua ação, logo não usam as “armas espirituais” que a Bíblia nos apresenta e o outro lado “mistifica” aquilo que poderia ter uma necessidade de tratamento médico.

A possessão é um fato confirmado pelas Escrituras e pelas experiências através da história.
Os demônios podem se infiltrar dentro da congregação v.23
É preciso que tenhamos discernimento espiritual para não permitirmos que pessoas que estejam possessas ou opressas pelo demônio transitem livremente no meio da igreja sem que seja dada a ordem, em nome de Jesus, para que ela seja liberta. Muitas histórias são contadas sobre pessoas que causaram tragédias dentro da igreja, pois caminharam no meio do povo, tomaram a ceia, cantaram e logo depois destruíram relacionamentos, feriram pessoas e mataram ministérios.

Alguns erros nós cometemos em relação a esta questão:
o Achar que todos que são batizados são convertidos: Não existe garantia alguma de alguém que foi batizado ser realmente convertido. Podemos ter nossa impressão a respeito de alguém, mas quem realmente sabe sobre aquela vida é Deus.

Dizem que no céu teremos três surpresas:
O irmão “José” não está aqui?
O irmão “José” está aqui!
Eu estou aqui!

o Acreditar que um crente pode ficar possesso: Não encontramos em nenhuma parte da Bíblia base para este ensino. Todos aqueles que acreditam nesta doutrina, fazem uso de suas experiências e de suas percepções a respeito da libertação demoníaca. Não é porque a pessoa é batizada que ela é habitação do Espirito Santo de Deus, vejamos alguns textos:
• I Cor.3:16
• I Cor.6:19
• Rom.8:9
• I João 5:18
• I João 4:4
Diante destes textos chegamos a conclusão que se um membro da igreja ficou possesso pelo demônio, ele nuca foi habitação do Espírito Santo de Deus.
“É na autoridade que há no nome de Jesus que todo demônio é expulso!”
o Fazer entrevista com o demônio: É prática de algumas igrejas, ficar dando crédito ao que a pessoa possessa diz. A única ordem que Jesus dá ao demônio é: “Cala-te e sai desse homem” v.25, ele não fica perguntando nome e nem que tipo de obra ele estava fazendo naquela vida. Ele simplesmente ordena sua saída!
o Brincar com o demônio: É fato também que alguns gostam de ficar mandando a pessoa possessa fazer coisas ridículas, como rastejar, beijar o pé ou contar o que tem feito. Jesus não faz nada disso, ele não fica humilhando ainda mais o homem, mas repreende o demônio Judas 1:9.
o Ter medo do demônio: Já presenciei casos onde alguém estava endemoninhada e alguns crentes que estavam por perto ficaram apavorados, talvez com medo que algum de seus pecados fossem expostos. Essa não deve ser a nossa postura, não devemos ter medo dos demônios e nem guardar pecados não confessados ou pecados habituais I João 3:9.
o Ousadia sem intimidade é tolice Atos 19:13-16: Já vi pessoas que pensam que possuir ousadia é a condição necessária para Deus nos usar em uma libertação. Existem demônios que só saem com jejum e oração (Mt.17:21), ou seja, uma vida de maior intimidade com Deus. Lembre-se: intimidade com Deus gera uma vida de santidade, uma vida de santidade gera uma vida com unção, e uma vida com unção gera uma vida de autoridade.
Lembre-se: intimidade com Deus gera uma vida de santidade, uma vida de santidade gera uma vida com unção, e uma vida com unção gera uma vida de autoridade

É na autoridade de Jesus que todo demônio é expulso, pois eles sabem quem Ele é e se submetem a ordem.
• Eles sabem que Ele veio em carne: v.24; I Jo.4:2,3
• Eles sabem que Ele é Deus: v.24; Mat.8:29
• Eles sabem que Ele é o libertador dos homens e o flagelador dos demônios: Mt.25:41; Mt.8:29; Mc.5:7
• Eles sabem que Jesus é o juiz e que vai condená-los: Mc.1:24; Mt.25:41

Vejamos algumas lições práticas que John Charles Ryle nos ensina deste texto:
1) A inutilidade do mero conhecimento intelectual da religião: Os mestres da lei têm a cabeça cheia de luz, mas o coração cheio de sombras. Eles têm conhecimento, mas rejeitam a Jesus. O conhecimento sem a fé salvadora não nos salvará.
2) Mero conhecimento de fatos e doutrinas do cristianismo não nos salvará: Tal crença não é a melhor do que a crença dos demônios. Os demônios sabem que Jesus é o Cristo (Mc.1:24,34). Eles crêem que um dia Ele julgará o mundo e os lançará no inferno. Há algumas pessoas que têm uma fé inferior à fé dos demônios. Não há descrença entre os demônios. Eles crêem e tremem (Tg.2:19).
3) Precisamos nos certificar de que a nossa fé é uma fé do coração e também da cabeça: Precisamos conhecer a Cristo e também amá-lo. Os demônios conhecem a Cristo, mas não o amam. Temem-no, mas não o obedecem com prazer. Os escribas conheciam a lei, mas negavam o Senhor da lei. Eles em vez de ensinarem o povo o caminho da verdade, desviaram o povo. Em vez de darem glória a Deus, exaltaram-se a si mesmos; em vez de reconhecerem o Salvador, perseguiram-no.
Jesus em Mat.28:18-20 declara que Ele recebeu todo Poder e Autoridade e que confere a nós, seus discípulos, essa autoridade para cumprir a Missão. Portanto não devemos temer quem quer que seja e qual chamado for, basta que o obedeçamos, pois Ele garante a vitória.

Pr Fulvio Santos
A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

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