sábado, 29 de janeiro de 2011

SINAIS DE VITALIDADE NA PLANTAÇÃO DE IGREJAS

Uma das discussões que constantemente surgem no processo de plantar igrejas é a questão do resultado. Deveremos ou não esperar crescimento de igreja? Não se trataria de pragmatismo humanista sonhar com o crescimento da igreja, afinal, a Palavra de Deus afirma “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”? (1 Co 3.6). Não é pretensão discutir crescimento de igreja quando isto é uma prerrogativa divina?
Outra tensão tem a ver com a autonomia da igreja que está sendo plantada. Deveremos estabelecer prazo para a execução de um determinado projeto, ou, já que isto se encontra na esfera do sagrado, tal preocupação não deveria existir? Planos e metas devem ser fixados ou não? Se prazos devem ser estabelecidos, quanto tempo seria ideal para que uma determinada comunidade encontrasse a sua maturidade espiritual e sua autonomia financeira?
Na Igreja Presbiteriana do Brasil, uma igreja é formalmente estabelecida quando alguns fundamentos se solidificam. “Uma comunidade de cristãos poderá ser organizada em igreja, somente quando oferecer garantias de estabilidade, não só quanto ao número de crentes professos, mas também quanto aos recursos pecuniários indispensáveis à manutenção regular de seus encargos, inclusive as causas gerais, e disponha de pessoas aptas para os cargos eletivos”[1] Portanto, uma comunidade será declarada “igreja” quando conseguir se firmar nestes princípios constitucionais: (a)- Estabilidade no número de membros; (b) - Condições financeiras; (c) - Liderança. Se um destes itens estiver ausente a igreja ainda não alcançou sua condição de independência.
Um ponto de vista que tem se tornado cada vez mais aceito, contudo, questiona pelo menos o mais controvertido destes itens que relaciona a maturidade da igreja às suas condições financeiras. Por exemplo, uma igreja não poderia ser “organizada”, mesmo que seus recursos fossem pequenos? Mesmo que fosse eternamente dependente de uma mesada do presbitério ou da igreja mãe? Considere a realidade de uma igreja que está crescendo, possui um grupo empolgado com o trabalho, mas que mesmo chegando a um número de fiéis superior a muitas igrejas em regiões mais prósperas, não terá recursos suficientes para se organizar, por estar numa região carente. Tal igreja deveria ou não ser “organizada”?
Pelo princípio constitucional acima, naturalmente não. Ela não atingiu sua condição financeira e nem encontrou as condições de auto manutenção, portanto deveria continuar sendo uma congregação.
Alguns líderes, porém, tem questionado este pressuposto. Para muitos deles, o importante não seria a condição financeira, mas sua vitalidade.
Definir vitalidade, porém, é uma tarefa que exige bastante cuidado. Quais seriam os sinais vitais de uma comunidade? Vitalidade é um termo relacionado à vida, quando falamos disto nos referimos a sinais de vida. Seria possível definir estes sinais ou é algo muito subjetivo?

ELEMENTOS DE VITALIDADE
1. A Igreja se encontra no plateau ou no declínio? Estima-se que cerca de 80% das igrejas existentes encontram-se nesta perigosa curva de nível. São igrejas estacionadas, tiveram avanços consideráveis num determinado momento de sua história, mas passam agora por um momento de estagnação espiritual. Para afirmar que determinada comunidade apresenta sinais de vida, é importante considerar que ela está avançando no seu crescimento, não se encontra estacionada. Se a realidade estatística acima estiver correta, 20% das igrejas existentes já não passariam no primeiro teste.
Não é muito difícil uma igreja se estagnar, tanto quanto ao seu número de membros quanto aos seus recursos. Ouvi o comentário de um presbítero de uma igreja no litoral sul de São Paulo que se sua igreja tivesse mantido os filhos na igreja, ela seria hoje 3 vezes maior do que é. Muitas igrejas, mesmo sem passar por fortes movimentos migratórios que poderiam justificar seu estado atual, decresceram significativamente quanto ao seu número de membros. A minha igreja de origem tem apenas 1/3 dos membros da época de minha mocidade, numa cidade de literalmente quadruplicou de habitantes nos últimos 25 anos.
A revista Time, de 5 de abril de 1993 trouxe algumas estatísticas intrigantes sobre as igrejas americanas. As principais igrejas estavam decrescendo em número entre 1965 e 1989. A Luterana declinou em 8%, a Metodista em 19%, a Igreja Unida e, 21%, a Igreja Episcopal em 29%, a Igreja Presbiteriana (PC-USA), em 32% e os Discípulos de Cristo em 45%.
Crescimento numérico é, sem dúvida alguma, um sinal de vitalidade. Igrejas saudáveis tendem a atrair as pessoas e a crescer em número, embora saibamos de igrejas com conteúdo teológico seriamente comprometido, que ainda assim cresce, por isto, outros fatores devem ser considerados.

2. A Igreja possui boa auto-estima? Muitas comunidades adoeceram no tempo, e passam a ter uma avaliação muito pessimista de si mesmas. Quando isto acontece, em geral buscam bodes expiatórios. Se as coisas não vão bem internamente é mais fácil acusar a Igreja-Mãe, que “não dá o apoio necessário”, ou justificar-se dizendo que “a instituição é muito fechada”, ou “muito controladora” na sua abordagem, e isto impede que os problemas reais sejam tratados.
Em geral, igrejas estagnadas possuem uma avaliação negativa de si mesmas, culpam o pastor, a instituição, o sistema, a localização, etc., mas isto não resolve a questão do “humor” do grupo, pelo contrário, torna-o mais acusador e reativo. Quando a igreja perde seu entusiasmo ou sua auto estima, este é um dos sinais de uma igreja sem vitalidade. Torna-se prisioneira de reclamações, não tem expectativa de algo novo que Deus possa provocar.
Uma forma bastante eficaz para superar esta síndrome é aprendendo a falar bem de sua própria comunidade. Quando as pessoas começam a comentar sobre o que está acontecendo, as pessoas de fora se sentem atraídas, e as que participam da igreja, encorajadas. Igrejas que crescem em geral estão felizes com seu estilo de ser igreja. Quando isto acontece as pessoas participam alegremente do culto, estão interessadas em fazer parte do seu ministério e contribuem com mais facilidade. Este sentimento de valor próprio é poderosíssimo para atrair outros, e sem dúvida é um dos sinais mais evidentes de vitalidade.

3. Tem havido conversões e restauração de pessoas? Num seminário de Revitalização de igreja que ministrei a um grupo de pastores, chegamos à conclusão que, obviamente, o fator mais importante para qualquer igreja é a obra do Espírito santo dentro dela, mas que do ponto de vista externo, nada é mais explosivo para a renovação de uma comunidade que uma conversão genuína dentro da comunidade. Quando uma pessoa se converte e é inserida num grupo estagnado, geralmente provoca uma série de reações no grupo. Uma conversão genuína traz alento, desafia, provoca positivamente novas atitudes, principalmente se aquela igreja por muitos anos não via esta manifestação na vida de sua igreja. Este processo é absolutamente maravilhoso e empolgante.
O mesmo se dá com a restauração de alguém. Uma pessoa distanciada do Evangelho que é despertada por Deus, se aproxima do grupo, com um novo fogo na alma, com sede e desejo profundo de conhecer e honrar a Deus tem a capacidade de estimular crentes amorfos e indiferentes e despertá-los para uma nova possibilidade espiritual.
Lovelace no seu clássico sobre Renovação Espiritual afirma que existem os elementos primários de renovação, que são a justificação, santificação, habitação do Espírito Santo e autoridade em conflitos espirituais e os elementos secundários como oração dependente, comunhão, integração teológica, desinculturação (termo criado por ele mesmo), e orientação para a missão. Ao tratar deste tema afirma que é muito fácil, tanto para indivíduos como para as igrejas “tornarem-se excessivamente devotados para sua espiritualidade pessoal e esquecer a evangelização, especialmente quando neste processo de alcançar outros é necessário tocar aqueles que nos contaminam”[2]. Que razão sociológica, uma igreja estruturada, organizada, com seus ministérios funcionando, teria para se envolver em atividades missionárias senão a explícita ordem de Jesus para alcançar todas as etnias? Apenas a obediência ao mandato cultura pode encorajar a igreja no seu avanço missionário.
“Muitas igrejas tem fechado suas portas e muitas outras têm deixado de exercer suas funções como igreja – sendo o povo de Deus e de forma fiel continuando a missão de Cristo – porque não mantiveram um saudável relacionamento com as mudanças ocorridas na comunidade ao seu redor”[3] Este distanciamento da igreja com sua vocação missionária, dificulta o avanço da obra.
Alguns anos atrás iniciamos um projeto de plantação de igreja, e estávamos empolgados com as possibilidades do trabalho. Alguns seminaristas e obreiros foram designados para dar o sustento necessário ao projeto, e depois de um ano e meio verificamos que apesar de termos uma boa estrutura e dependências adequadas, de termos uma equipe bem preparada, não conseguíamos atrair as pessoas do bairro para nosso projeto. Depois de algumas diretrizes, mudança na estratégia, tempo de oração, decidimos encerrar nossas atividades naquele lugar por uma razão simples, mas poderosa: ausência de frutos!

4. O grupo experimenta alegria na comunhão? Muitos grupos se tornaram adoecidos enquanto “comunidade”. Sofreram processos de acusações, rupturas, amarguras e possuem lutas internas mal resolvidas, mas continuam a viver na relação descrita por Erich Fromm como uma simbiose incestuosa, que seria um dos três componentes da “síndrome de decadência[4]”, ou caráter do mal. Peck afirma que relacionamentos assim podem ser exemplificados como um parasita que se firma no caule de uma árvore e passa a receber sua seiva, mas é tão agressivo, que mata a árvore, e morre em seguida, já que dependia da mesma.
Na visão de Fromm, estruturas adoecidas atraem mais pessoas doentes, que entram ou se mantém neste relacionamento destrutivo para si mesmas, porque também possuem elementos do mal. Igrejas não fogem a este padrão. Existem muitos grupos adoecidos que se sustentam anos a fio, com maledicência, ausência de proposta, ensimesmadas e neurotizadas, e quando o grupo entra neste processo de decadência, pode continuar muitos anos juntos, mas adoecido e adoecendo cada vez mais. Um grupo assim não possui vitalidade.
Romper este ciclo vicioso de mau humor, nem sempre é muito fácil. Já tivemos situação em que o grupo havia adoecido a tal ponto, que o conselho mais razoável era fechar o trabalho, deixar algum tempo sem atividade alguma, e depois enviar outro obreiro para começar um projeto a partir do zero. Muitas vezes os escombros são tão grandes, que quando um novo missionário é para ali designado é logo envolvido nas infindáveis discussões de grupos que possuem um estilo novelesco de viver. Tal grupo sofre graves doenças nos seus relacionamentos e tão logo outras pessoas se aproximem dele, serão inoculadas por este estranho vírus da maledicência e da amargura.

5. O grupo olha para fora de si mesmo ou gasta toda sua energia na tentativa de resolver seus conflitos internos? Outro sinal evidente da falta de vida em uma igreja é a dificuldade que encontra para olhar além de si mesma.
Algum tempo atrás estávamos tentando encontrar uma definição para “Missão”. Muitas tentativas foram feitas na história e todas elas sofrem algum nível de crítica no todo ou em parte, mas uma idéia que fez sentido para o grupo foi a que define missão como “tudo aquilo que a igreja faz para além de si mesma” (John Stott). Se uma igreja não está olhando para fora de si, ela deixou de ter sentido, já que igreja, diferentemente de muitas outras instituições filantrópicas, é uma entidade que não existe para sua auto manutenção, mas tem o propósito de olhar para fora.
Comunidades sem vitalidade estão muito preocupadas com a manutenção de suas dependências, proteção do sistema, manter as tradições, mas não fazem qualquer esforço para se superar e ir além de si mesmas. Justificam-se com discursos do tipo “preferimos qualidade a quantidade”, quando, estritamente falando, não possuem nem um nem outro destes elementos. Afinal, desde quando qualidade é oposta a quantidade?
C. John Miller afirma: “Como pessoas, igrejas locais são muitas vezes introvertidas, seguindo o padrão introvertido de personalidade humana. Tais igrejas consomem seus interesses e energias para dentro de si mesmas, e estão preocupadas primariamente com seus próprios negócios. Algumas vezes devotam muito tempo para sua introspecção espiritual e negligenciam a expressão espiritual de suas comunidades”[5] e por isto desenvolvem a “visão de túnel”, limitando assim o ministério potencial de suas comunidades, e isto geralmente acontece por causa de “experiências negativas do passado e presentes obstáculos, mas na raiz esta falta de fé é baseada na ignorância secularizada do poder do Espírito Santo e sua capacidade para suprir os alvos da igreja com meios sobrenaturais para serem alcançados”.[6]
“Toda tarefa tem dimensões tanto de qualidade quanto de quantidade... todas as medidas quantitativas são medidas de certas qualidades... qualidades altamente importantes têm dimensões mensuráveis. A própria maneira de olhar para medidas quantitativas é para estimá-las – de forma devidamente correta – como indicações confiáveis de qualidades”[7]
Macmanus, num fabuloso artigo, The Genesis Design[8], afirma que “Se a igreja é um sistema vivo, e não uma organização feita por homens, então a natureza tem muito a nos ensinar acerca do corpo de Cristo. Portanto, temos que cuidadosamente examinar o padrão de Deus, ou o design que Deus criou no princípio”.

Ele lista cinco características destes elementos que se encontram na matriz da criação.
1. Um equilibrado ecossistema –Local onde as pessoas transformadas por Cristo estabelecem relacionamentos corretos com Deus, consigo mesmas e com outros. Para a igreja se multiplicar, precisa ter relacionamentos positivos;
2. Adaptação ao meio ambiente – espécies que não se adaptam, não sobrevivem. A igreja é uma comunidade de transição. Quando o meio-ambiente muda é necessário adaptação;
3. Reprodução espontânea – Todos os sistemas vivos foram criados para reprodução, sistemas vivos são gerados porque tem a capacidade de se reproduzir. Frutos foram intencionalmente criados com sementes. Uma espécie não reprodutiva sobreviveria apenas uma geração. Ninguém ensina às espécies sobre reprodução, ela é inerente à sua natureza. As mulas não se reproduzem, apesar de serem boas para o trabalho, elas ilustram bem o que acontece quando os homens brincam de Deus. Mulas são conhecidas por sua teimosia e esterilidade. Esta é a melhor descrição de uma igreja feita pelos homens, não por Deus;
4. Instinto e nutrição – Animais não nutrem da mesma forma, mas cada espécie providencia instintivamente para a sobrevivência de sua espécie. Nutrição insuficiente faz a próxima geração se tornar raquítica. Ao mesmo tempo, nenhum animal gera dependência por isto a nutrição excessiva igualmente adoece. A igreja deve desenvolver seu próprio meio para nutrir.
5. Ciclo de vida harmônico – Trata-se simplesmente do ciclo: nascimento, vida e morte. Por mais estranho que pareça, a maior parte de nossa vida é gasta preparando a nova geração. Da mesma forma a igreja dá as condições para que surja a próxima geração. Ela não é a mesma igreja de 20 anos atrás e a única forma de impactar a próxima geração é entendendo o ciclo de vida, e resolver dar vida para os outros.

Igrejas não necessariamente deveriam ser organizadas porque não possuem recursos, mas porque possuem vitalidade. Os elementos acima descritos, naturalmente, atrairão recursos, mas não deveríamos temer a possibilidade de organizar uma igreja local, quando for possível perceber estes sinais em comunidades simples em regiões pobres. Estes sinais que são eventualmente tão subjetivos, podem ser mais eficazes que os sinais objetivos que foram analisados no início.
Talvez o crescimento não venha da forma como esperávamos, nem a organização pode ser realizada dentro do plano originalmente estabelecido, mas se estes sinais estão presentes, naturalmente podemos discernir algo do mover de Deus, e nos alegrar com esta manifestação da bondade de Deus no meio de seu povo.

Anápolis-GO
Fevereiro 2010

[1] Manual Presbiteriano, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1987, Cap II, & 5
[2] . Lovelace, Richard – Dynamics of Spiritual Life, Downers Grove, IL, Inter-varsity Press, 1979, pg 149.
[3] . Parrish, Archie – Invigorate your churc, Atlanta, GA – Serve International, 2001, pg 87.
[4] Citado por M. Scott Peck em “People of the lie”. New York, Simon and Schuster, 1983, pg 118.
[5] Miller, C. John – Outgrowing and ingrowing churches, Grand Rapids, MI, Zondervan P. House, 1986, pg 27, citando W. Curry Mavis, Advancing the Smaller Churches, Grand Rapids: Baker, 1957, pg. 30.
[6] Op. citado, pg. 28
[7] Ralph D. Winter, Citado por Donald MacGravan. Compreendendo o Crescimento da Igreja, São Paulo, Ed. Sepal, 2001, pg 104.
[8] By Macmanus, Erwin R. - The Genesis Design

Rev Samuel Vieira
Extraído do site: http://www.ctpi.org.br/



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ESTUDOS BETESDA / EVANGELHO DE MARCOS

QUANDO SURGEM TEMPESTADES
Marcos 4:35-41
Mateus 8:23-27
Lucas 8:22-25

Quem nunca passou por um momento em sua vida que poderia ser comparado a uma tempestade? Perda de um parente, um filho que partiu cheio de ingratidão, um pai/mãe que rejeitou seu filho, rompimento de amizades, traição conjugal, crise financeira e muitas outros tipos de crises que poderíamos chamar de uma grande tempestade.
Infelizmente vivemos um momento no Estado do Rio de Janeiro onde as tempestades de verão arrasaram a região serrana. Cidades como Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Itaipava se encontram totalmente destruídas. Assisti a dois relatos que me deixaram assustado, em um deles duas mulhes (mãe e filha) diziam como lutaram para sobreviver, mas infelizmente os esposos delas haviam sido levados pelas águas. Em outro relato um jovem dizia que lutou para tirar sua mãe debaixo da lama, mas seu irmão Davi morreu soterrado próximo a eles. Quando escuto relatos como este, fico com a impressão que meus problemas são apenas chuviscos diante de tanta dor e sofrimento.
O texto deste estudo nos mostra um momento em que os discípulos haviam vivido um momento de muito trabalho na região de Cafarnaum (margem oeste do mar da Galiléia) e juntamente com Jesus se dirigem a outra margem (leste do mar da Galiléia), neste trajeto uma grande tempestade os atinge e ele são tomados de profundo medo. Veja algumas características desta região.
“O Mar da Galiléia era famoso por suas tempestades. É um lago de águas doces, de 21 Km de comprimento por 14 km de largura, a 220 metros a baixo do nível do Mar Mediterrâneo e é cercado por montanhas por três lados, que têm até trezentos metros de altura. Os ventos gelados do Monte Hermon (2.790m), coberto de neve durante todo o ano, algumas vezes, descem com fúria dessa região e sopram com violência, encurralados pelos montes, caindo sobre o lago, encrespando as ondas e provocando terríveis tempestades” William Barclay
Podemos ter certeza que a tempestade foi realmente forte, porque:
• Característica geográfica
• Pescadores acostumados com a pesca na região ficaram tomados de medo
• A palavra usada para essa tempestado é “seismós” que significa terremoto, a mesma usada em Mat.24:7
• Mateus diz que o barco foi “varrido” – Mat.8:24
• Marcos diz que as ondas se arremessavam contra o barco – Mc.4:37
• Lucas diz que o barco estava sendo “inundado e eles corriam grande perigo” – Lc.8:23

Algumas perguntas são feitas neste texto, e são através delas que estaremos pensando.

“MESTRE, NÃO TE IMPORTA QUE PEREÇAMOS?” v.38
O vento jogando o barco para todo lado, a água o inundando, todos desesperados enquanto Jesus dormia na popa (parte superior da embarcação), sobre um travesseiro. A atitude de Jesus gerou neles o sentimento de desamparo diante da iminente tragédia. Talves eles pensassem da seguinte forma:
• Nós trabalhamos tanto para o Senhor ontem, lá em Cafarnaum, como pode hoje acontecer isso conosco?
• Nós obecedemos a Ele, subimos no barco e aqui estamos!
• Será que Ele não se importa conosco? Estamos sofrendo?
Quando criamos dentro de nós uma expectativa errada em relação ao nosso relacionamento com Deus, estamos sujeitos a esses tipos de perguntas e de frustrações. Lembre-se:  UM DIA TEMPESTADES VIRÃO!
Não é porque servimos a Deus e obedecemos a sua voz, que estaremos isentos de passar por lutas e tribulações. Na verdade quanto mais vivermos uma vida consagrada a Deus, maiores serão os momentos de lutas, pois estaremos indo para frente de batalha.
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” II Tim.3:12
Mas nem sempre uma tempestade é sinal de que você tem sido obediente a Deus, pode na verdade ser fruto de desobediencia. Jonas também sofre com uma tempestade e também encontra-se dormindo (no porão) Jn.1:5, mas tudo é fruto da sua desobediência. Muitas vezes encontro crentes reclamando de sua crise financeira, de seu chefe e de sua família, alegando perseguição do diabo. Precisamos confrontar nossas atitudes com a Bíblia para sabermos se tudo o que estou vivento é fruto de obediêncie ou desobediencia.
Outro exemplo é Saul, quando ele se propõe a perseguir Davi, que era um homem justo, suas terras são invadidas pelo inimigo (I Sam.23:27).
“QUANDO PERSEGUIMOS UM JUSTO, NOSSAS TERRAS SÃO INVADIDAS PELO INIMIGO.”
Os discípulos entendem que o silêncio de Jesus representava ausência de cuidado! Esse é um erro que não podemos cometer, Ele nunca nos abandona (Mat.28:20).

AQUIETE-SE! ACALME-SE! v.39
Os discípulos diante da tempestade ficaram desesperados. Muitas vezes somos como eles, agimos com desespero diante das tempestades e com isso procuramos solução fora da vontade de Deus. A palavra de Jesus é bem clara, FIQUEM CALMOS EU ESTOU AQUI!.
Descansar no Senhor é o grande segredo para se viver uma vida de paz em meio a tantas tempestades. Veja o que Ele nos diz!
“Mas o Senhor está comigo, como um forte guerreiro! Portanto, aqueles que me perseguem tropeçarão e não prevalecerão. O seu fracasso lhes trará completa vergonha.” Jer.20:11

“É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda, o Senhor é a tua sombra à tua direita.” Sl.121:4,5

“Tu dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas.” Sl.89:9
 
“Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.” Sl.23:4

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo.14:27

“Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta.” Sl.3:5
Este último verso foi dito em uma terrível tempestade. Davi estava sendo perseguido pelo seu filho Absalão, mas ele descansa no sustento de Deus para que pudesse dormir
Você tem perdido o sono com os problemas?
Tem chorado constantemente por alguém de sua família?
Não vê mais solução para o seu casamento?
Ouça então a voz de Jesus dizendo...FIQUE CALMO, EU ESTOU AQUI!

POR QUE SOIS ASSIM TÃO TÍMIDOS?! COMO É QUE NÃO TENDES FÉ? v.40
Jesus chama seus discípulos de tímidos e pergunta pela sua fé. São nos momentos de tempestade que nossa fé é provada!
“Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena” Pv.24:10
 
“Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” Jer.12:5

A tempestade é uma oportunidade para:
• Reconhecermos nossas limitações diante das crises
• Reconhecer que somente Deus pode acalmar a tempestade
• Buscarmos conhecer mais a Deus durante esse processo – Jó 42:5
• O crescimento de nossa fé
MAS A TEMPESTADE PODE MOSTRAR O QUÃO PEQUENA É A NOSSA FÉ!
Tem muita gente que diante das primeiras dificuldades, cede ao desânimo e por isso fracassa.
Os discípulos haviam visto vários milagres realizados por Jesus, mas ainda eram capaz de se desesperar diante das tempestades, mesmo Ele estando no barco.
AS PIORES TEMPESTADES QUE VIVEMOS NÃO SÃO AS QUE AGITAM O BARCO, MAS A QUE ESTÃO DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO. A TIMIDEZ E A FALTA DE FÉ SÃO AS PIORES
Diante das tempestades, não saia correndo para qualquer lugar buscando solução para o seu problema, mas coloque sua fé em Jesus para funcionar!
“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.” Ef.3:20

QUEM É ESTE QUE ATÉ O VENTO E O MAR LHE OBEDECEM? v.41
Após Jesus ter acalmado o mar, seus discípulos ficam tão maravilhados d’Ele ter poder sobre as forças da natureza, que usam a expressão acima.
Este texto deixa bem claro as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina. Quando Ele dorme é totalmente humano, com as necessidades que todos nós temos de descansar. Quando Ele repreende a fúria do vento e acalma o mar, é totalmente divino. Esse é o objetivo do Evangelho de Marcos, apresentar Jesus como sendo Deus (Mc.1:1).
Portanto diante de qualquer tempestade que você esteja passando lembre-se:
• Ele se importa com seus problemas. Ainda que você não perceba sua presença, Ele está no barco.
• Acalme-se! Não fique agitado, correndo de um lado para o outro, tentando dar um jeitinho para acalmar a tempestade e com isso mostrando uma fé circunstancial.
• Use sua fé em Jesus! Confesse que não há tempestade que Ele não possa acalmar.
• Jesus está no barco, portanto não temerei. Ainda que tudo pareça perdido, Deus está no controle!

Pr Fulvio Santos


O LIVRO DOS MÁRTIRES

A seguir transcrevo relatos históricos contidos no livro: “O Livro dos Mártires – John Fox” que nos mostram irmãos que passaram por grandes tempestades e como reagiram diante destas.

“Alguns dos soldados violaram a filha de um digno reformado diante de seus olhos e, em seguida, torturaram-no até a morte. A um ministro e à sua mulher, amarraram um ao outro e os queimaram vivos. A outro ministro penduraram em uma viga e, ao acenderem o fogo sob ele, assaram-no até morrer. Trucidaram a um cavaleiro, encheram a boca de um jovem com pólvora e, após atear-lhe fogo, sua cabeça voou longe.

Como a maior fúria da perseguição era dirigida contra o clero, tomaram a um piedoso ministro reformado e, após atormentá-lo diariamente durante um mês inteiro, conform está descrito a seguir, fizeram sua crueldade sistematicamente, regular e preogressiva.

Colocaram-no entre eles e fizeram dele um objeto de seu escárnio e zombaria, durante todo um dia de entretenimento, a fim de esgotar deste modo a sua paciência; porém tudo foi em vão, pois aguentou tudo aquilo aquilo com verdadeira paciência cristã. Cuspiram em seu rosto, forçaram o seu nariz, beliscaram a maior parte de seu corpo. Foi caçado como se caça uma fera, até que quase morreu de fadiga. Fizeram com que corresse como que por um túnel, entre duas fileiras de soldados, para que cada um deles golpeasse com uma vara. Bateram-no com os punhos.

Açoitaram-no com grossas cordas e arames farpados. Bateram-lhe com garrotes. Penduraram-lhe pelos calcanhares, de cabeça para baixo, até que lhe começou a sair sangue pelo nariz e pela boca. Penduraram-no pelo braço direito até que este fosse deslocado, e em seguida voltaram o braço ao lugar. O mesmo foi feito com o braço esquerdo. Colocaram papéis em brasa, banhados em óleo, entre os dedos de suas mãos e pés. Arrancaram pedaços de sua carne com tenazes incandescentes. Puseram-no no potro. Arrancaram as unhas de sua mão direita. O mesmo foi feito com as da mão esquerda. Bateram fortemente em seus pés com bastões.

Fenderam-lhe a orelha direita e, a seguir, a esquerda; depois, fenderam-lhe o nariz. Levaram-no pela cidade toda montado em um asno e espancavam-lhe pelo caminho. Fizeram várias incisões em sua carne. Arrancaram as unhas de seu pé direito; a seguir, fizeram o mesmo com as unhas de seu pé esquerdo. Foi atado pelos lombos, e ficou muito suspenso por muito tempo. Arrancaram-lhe os dentes do maxilar superior. Logo fizeram-lhe o mesmo com o maxilar inferior. Derramaram chumbo fervente sobre os dedos de suas mãos. Em seguida fizeram o mesmo com os dedos dos pés. Apertaram a sua fronte com uma grossa corda, de tal maneira que forçaram os seus olhos para fora de suas órbitas.

Durante todas estas horríveis crueldades, tomaram o particular cuidado de que as suas feridas não se gangrenassem, e de não o ferirem mortalmente até o último dia, no qual o ato de forçar os seus olhos para fora de sua órbita resultou em sua morte.”

Cap.VIII

História das Perseguições na Boêmia por Ordem do Papado

Págs.176,177

“Os sacerdotes haviam dito ao povo, que todo aquele que trouxesse lenha para queimar os hereges, teria uma indulgência para cometer pecados durante quarenta dias.

Thomas Bilney, professor de direito civil em Cambridge, foi obrigado a comparecer perante o bispo de Londres e vários outros prelados, na casa do Capítulo em Westminister; ameaçado várias vezes de ser conduzido à prática do tormento na estaca e à morte através das chamas, não foi suficientemente forte, e retratou-se. Posteriormente, porém, arrependeu-se seriamente.

Por esta razão, levaram-no novamente ao bispo, e foi condenado à morte. Antes de ser queimado, confessou a sua adesão às doutrinas sustentadas por Lutero e, quando estava na fogueira, disse: “Sofri muitas tempestades neste mundo; porém, agora, a minha nau chegará em segurança ao seu porto de destino”. Manteve-se imóvel nas chamas, e clamou: “Jesus, eu creio!” Estas foram as últimas palavras que o ouviram pronunciar.

A História das Perseguições na Inglaterra e na Irlanda,

antes do Reinado de Maria

Capítulo XIV; Págs.232,233


 






TEMA DE JANEIRO

“Mas o nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará.”
 Isaías 32:8

Quais tem sido os seus planos para 2011? Neste mês teremos um série de mensagens que irão orientá-lo sobre a necessidade de se projetar objetivos nobres e se perseverar nesta busca.

Queremos iniciar o ano desafiando-o a romper com a visão limitada a que muitos tem se submetido, desafiá-lo a buscar objetivos nobres Esses objetivos determinam as nossas prioridades. Diga então:

• Este ano irei amar a Deus com todo o meu coração, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento – Marcos 12:30

• Este ano irei consagrar ainda mais a minha família a Deus e juntos serviremos ao Senhor – Josué 24:15

• Este ano irei consagrar as minhas mãos para o serviço do Senhor – Eclesiastes 9:10

• Este ano viverei crendo que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo aquilo que tenho visto até agora – Efésios 3:10

Pr Fulvio Santos


















terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Paul Washer - Vire Homem.

Com tudo o que possuis, adquire a unção - Leonard Ravenhil

Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo empresta asas à oração, dando-lhe acesso a Deus; comunica-lhe energias e torna-a aceitável diante do Senhor. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração.” E. M. Bounds

“Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos vacilantes. Você ora e jejua? Importune o trono da graça e seja persistente em oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus. ” João Wesley

“Antes de ocorrer o grande avivamento de Gallneukirchen, Martin Boos passava horas e horas, dias e dias, e até noites em oração, intercedendo sozinho, agonizando perante Deus. Mas quando ele pregava, sua palavra era como fogo, e o coração dos ouvintes, como capim seco.” D. M. McIntyre

Na igreja moderna, a reunião de oração é uma espécie de Cinderela. Essa serva do Senhor é desprezada e desdenhada porque não se adorna com as pérolas do intelectualismo, nem se veste com as sedas da Filosofia, nem se acha ataviada com o diadema da Psicologia. Mas se apresenta com a roupagem simples da sinceridade e da humildade, e por isso não tem receio de se ajoelhar.

O “mal” da oração é que ela não se acha necessariamente associada a grandes façanhas mentais. (Não quero dizer, porém, que se confunda com preguiça mental.) A oração só exige um requisito: a espiritualidade. Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética, não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoas; mas a oração move o coração de Deus. A pregação toca o que é temporal; a oração, o que é eterno. O púlpito pode ser uma vitrine onde expomos nossos talentos; o aposento da oração, pelo contrário, desestimula toda a vaidade pessoal.

A grande tragédia de nossos dias é que existem muitos pregadores sem vida, no púlpito, entregando sermões sem vida, a ouvintes sem vida. Que lástima! Tenho constatado um fato muito estranho que ocorre até mesmo em igrejas conservadoras: a pregação sem unção. E o que é unção? Não sei. Mas sei muito bem o que é não ter unção (ou pelo menos sei quando não estou ungido). Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em vez de vivificá-la. Se o pregador não estiver ungido, a Palavra não tem vida. Pregador, com tudo que possuis, adquire a unção.

Irmão, nós poderíamos ter a metade da capacidade intelectual que possuímos se fôssemos duas vezes mais espirituais. A pregação é uma tarefa espiritual. Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem o ouve. Mas gerado no coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual em seus ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa esvoaçando à janela da alma do pregador; não. Pelo contrário; temos de batalhar por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é bênção que se obtém pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em oração, e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que se chega à vitória no púlpito, não. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo de o pregador pôr os pés lá. A unção é como dinamite. Não é recebida pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador for lançado numa prisão. Ela penetra e permeia a alma; abranda-a e tempera-a. E se o martelo da lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a unção o fará.

Que febre de construção de templos estamos presenciando hoje. No entanto, sem pregadores ungidos, o altar dessas igrejas não verá pecadores rendidos a Cristo. Suponhamos que todos os dias diversos pescadores saiam para o alto-mar com seus barcos, levando o mais moderno equipamento que existe para o exercício deste ofício, mas retornem sempre sem apanhar um só peixe. Que desculpa poderiam dar para tal fracasso? No entanto é isso que acontece nas igrejas. Milhares delas estão abrindo as portas dominicalmente, mas não vêem conversão. Depois tentam encobrir sua esterilidade interpretando textos bíblicos a seu bel-prazer. Mas a Bíblia diz: “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia...”

E o mais triste em tudo isso é que o fogo que devia haver nesses altares encontra-se apagado ou arde em combustão muito lenta. A reunião de oração está morrendo ou já morreu. Com a atitude que temos em relação à oração, estamos dizendo ao Senhor que o que ele começou no Espírito, nós terminaremos na carne. Qual é a igreja que pergunta a um candidato ao ministério quanto tempo ele passa diariamente em oração? A verdade é que o pregador que não passa pelo menos duas horas por dia em oração, não vale um vintém, por mais títulos que possua.

A igreja hoje se acha como que postada na calçada assistindo, entre aflita e frustrada, à parada dos maus espíritos (...) que marcham pomposamente no meio da rua respirando ameaças contra “tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Além disso, no lugar da regeneração, o diabo colocou a reencarnação; no lugar do Espírito Santo, os espíritos-guias; no lugar do verdadeiro Cristo, o anticristo.

E o que a igreja tem para contrapor aos males da pós-modernidade? Onde está o poder espiritual? A impressão que se tem é que, ultimamente, uma forte sonolência tomou o lugar da oposição religiosa, nos púlpitos e também nas publicações evangélicas. Quem hoje batalha “diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”? Onde estão os combatentes divinamente ungidos de nossos púlpitos? Os pregadores, que deviam estar “pescando homens”, parecem estar pescando mais é o elogio deles. Os que costumavam espalhar a semente, agora estão colecionando pérolas intelectuais. (Imagine só, semear pérolas num campo!)

Chega dessa pregação estéril, espiritualmente vazia, que é ineficaz, porque foi gerada num túmulo e não num ventre, e se desenvolveu numa alma sem oração, sem fogo espiritual! É possível alguém pregar e ainda assim se perder; mas é impossível orar e perecer. Se Deus nos chamou para o seu ministério, então, prezados irmãos, insisto em que precisamos de unção. Com tudo que possuis, adquire a unção, senão os altares vazios de nossas igrejas serão exemplos vivos de nosso intelectualismo ressequido.

Artigo adaptado do livro Por que Tarda o Pleno Avivamento?, publicado pela Editora Betânia

Extraído do blog: http://perolasdoevangelho.blogspot.com/

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