sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O LIVRO DOS MÁRTIRES

A seguir transcrevo relatos históricos contidos no livro: “O Livro dos Mártires – John Fox” que nos mostram irmãos que passaram por grandes tempestades e como reagiram diante destas.

“Alguns dos soldados violaram a filha de um digno reformado diante de seus olhos e, em seguida, torturaram-no até a morte. A um ministro e à sua mulher, amarraram um ao outro e os queimaram vivos. A outro ministro penduraram em uma viga e, ao acenderem o fogo sob ele, assaram-no até morrer. Trucidaram a um cavaleiro, encheram a boca de um jovem com pólvora e, após atear-lhe fogo, sua cabeça voou longe.

Como a maior fúria da perseguição era dirigida contra o clero, tomaram a um piedoso ministro reformado e, após atormentá-lo diariamente durante um mês inteiro, conform está descrito a seguir, fizeram sua crueldade sistematicamente, regular e preogressiva.

Colocaram-no entre eles e fizeram dele um objeto de seu escárnio e zombaria, durante todo um dia de entretenimento, a fim de esgotar deste modo a sua paciência; porém tudo foi em vão, pois aguentou tudo aquilo aquilo com verdadeira paciência cristã. Cuspiram em seu rosto, forçaram o seu nariz, beliscaram a maior parte de seu corpo. Foi caçado como se caça uma fera, até que quase morreu de fadiga. Fizeram com que corresse como que por um túnel, entre duas fileiras de soldados, para que cada um deles golpeasse com uma vara. Bateram-no com os punhos.

Açoitaram-no com grossas cordas e arames farpados. Bateram-lhe com garrotes. Penduraram-lhe pelos calcanhares, de cabeça para baixo, até que lhe começou a sair sangue pelo nariz e pela boca. Penduraram-no pelo braço direito até que este fosse deslocado, e em seguida voltaram o braço ao lugar. O mesmo foi feito com o braço esquerdo. Colocaram papéis em brasa, banhados em óleo, entre os dedos de suas mãos e pés. Arrancaram pedaços de sua carne com tenazes incandescentes. Puseram-no no potro. Arrancaram as unhas de sua mão direita. O mesmo foi feito com as da mão esquerda. Bateram fortemente em seus pés com bastões.

Fenderam-lhe a orelha direita e, a seguir, a esquerda; depois, fenderam-lhe o nariz. Levaram-no pela cidade toda montado em um asno e espancavam-lhe pelo caminho. Fizeram várias incisões em sua carne. Arrancaram as unhas de seu pé direito; a seguir, fizeram o mesmo com as unhas de seu pé esquerdo. Foi atado pelos lombos, e ficou muito suspenso por muito tempo. Arrancaram-lhe os dentes do maxilar superior. Logo fizeram-lhe o mesmo com o maxilar inferior. Derramaram chumbo fervente sobre os dedos de suas mãos. Em seguida fizeram o mesmo com os dedos dos pés. Apertaram a sua fronte com uma grossa corda, de tal maneira que forçaram os seus olhos para fora de suas órbitas.

Durante todas estas horríveis crueldades, tomaram o particular cuidado de que as suas feridas não se gangrenassem, e de não o ferirem mortalmente até o último dia, no qual o ato de forçar os seus olhos para fora de sua órbita resultou em sua morte.”

Cap.VIII

História das Perseguições na Boêmia por Ordem do Papado

Págs.176,177

“Os sacerdotes haviam dito ao povo, que todo aquele que trouxesse lenha para queimar os hereges, teria uma indulgência para cometer pecados durante quarenta dias.

Thomas Bilney, professor de direito civil em Cambridge, foi obrigado a comparecer perante o bispo de Londres e vários outros prelados, na casa do Capítulo em Westminister; ameaçado várias vezes de ser conduzido à prática do tormento na estaca e à morte através das chamas, não foi suficientemente forte, e retratou-se. Posteriormente, porém, arrependeu-se seriamente.

Por esta razão, levaram-no novamente ao bispo, e foi condenado à morte. Antes de ser queimado, confessou a sua adesão às doutrinas sustentadas por Lutero e, quando estava na fogueira, disse: “Sofri muitas tempestades neste mundo; porém, agora, a minha nau chegará em segurança ao seu porto de destino”. Manteve-se imóvel nas chamas, e clamou: “Jesus, eu creio!” Estas foram as últimas palavras que o ouviram pronunciar.

A História das Perseguições na Inglaterra e na Irlanda,

antes do Reinado de Maria

Capítulo XIV; Págs.232,233


 






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