quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESTUDOS BETESDA / MARCOS / LIÇÃO 9

O DEUS QUE REJEITA OS “JUSTOS” E AMA OS PECADORES

Mc 2:13-28

Chegamos a um momento da história de Jesus, em que Ele deixa bem claro a quem busca e a quem rejeita. Dois grupos se formam através dessas 4 histórias (A chamada de Mateus, comendo com pecadores, A questão do Jejum e a guarda do sábado), são eles:
• Os justos aos seus próprios olhos;
• Os pecadores que recebem a Jesus.
Veremos então neste estudo, o perfil desses dois grupos e faremos uma aplicação em nossas vidas.

JUSTOS AOS SEUS PRÓPRIOS OLHOS
Este grupo é formado por escribas, fariseus e por todos aqueles que entendiam que a sua prática religiosa ou suas qualificações morais os tornavam aceitáveis diante de Deus e em melhor condição que as demais pessoas. Este grupo ainda está presente em nosso contexto religioso e social, são aqueles que por possuírem uma prática religiosa ou um posicionamento moral definido, se julgam melhores que os demais. Notem bem, quanto ao posicionamento moral não me refiro ao rigor da moral e da ética somente, pois hoje vemos pessoas que se julgam melhores que as demais por sua liberalidade moral e ética. Veja por exemplo os grupos que defendem as questões mais polêmicas de nossa sociedade (homossexualismo, liberação das drogas e aborto) todos eles se julgam mais esclarecidos e, portanto donos da razão. Em contra partida podemos encontrar também os religiosos, sejam de qualquer grupo, que na maioria são extremamente agressivos a posicionamentos contrários ao seu, isto os torna tão errados quanto os demais.

Encontramos na Bíblia diversos textos que nos relatam que a nossa justiça diante de Deus é como “trapo de imundícia” e que ninguém é justificável diante de Deus por suas qualificações, todos somos recebidos por Deus por um ato de sua Maravilhosa Graça. Portanto devemos tomar cuidado para não ser um FARISEU GOSPEL ou um LIBERAL GOSPEL.

NOSSA MORAL E NOSSA RELIGIOSIDADE DEVEM SER DITADAS PELAS ESCRITURAS E NÃO PELA CULTURA OU PELAS PRÁTICAS RELIGIOSAS CONTEMPORÂNEAS

Vejamos quais foram às questões que os “justos” se prenderam:
1. “Por que come ele com os publicanos e pecadores?” 2:16 – Para os religiosos, esses dois grupos eram o pior tipo de pessoa que poderia existir.
 • Publicanos – Eram judeus que trabalhavam para o Império Romano, cobrando impostos de seus irmãos judeus. Eram homens corruptos e portanto:
o Suas ofertas não eram aceitas no templo;
o Não podiam entrar no tempo;
o Seu testemunho não era aceito;
o Não podiam ser juízes de nenhuma causa;
o Sua desonra estendia-se até sua família.

• Pecadores – Pessoas de má fama, bem como os que se recusavam a seguir a Lei Mosaica conforme interpretadas pelos mestres da Lei. O termo era comumente aplicado a cobradores de impostos, adúlteros, assaltantes e outros.
Vejam que eles fazem uma distinção entre os dois grupos, isso se deve ao fato deles considerarem os publicanos um grupo ainda pior do que aqueles pecadores.
Jesus então entra na casa de um publicano (Mateus), senta-se a mesa com ele e tem comunhão. Sentar-se a mesa era um ato de profunda comunhão e amizade, somente as pessoas mais próximas e queridas eram convidadas para sentar-se a mesa da comunhão com um judeu.

A Resposta de Jesus:
“Os sãos não precisam de médicos, e sim os doentes; não vim chamar justos e sim pecadores” v.17
Os religiosos estavam cegos por seus preconceitos e não conseguiam ver que a Graça de Deus e o seu amor são para todos os homens, e ali estavam doentes que precisavam do Médico dos médicos.
Temos que tomar muito cuidado para não nos tornarmos como aqueles religiosos, extremamente seletivos e cheios da cegueira da religiosidade. Vivermos uma vida cheia de “não me toque” e distanciada das pessoas que precisam de cura. Isso não quer dizer que devemos fazer qualquer coisa ou estar em qualquer lugar com a justificativa de pregar o evangelho. Não podemos confundir liberdade com irresponsabilidade, precisamos pedir a Deus sabedoria e a estratégia certa.
2. “Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?” v.18
Sobre o jejum, vejamos algumas questões importantes:
o Na Lei Mosaica existia um dia oficial (obrigatório) para o jejum, era o dia da “Expiação” (Lev.16:29-34; 23:27-32; Num.29:7). O termo aqui usado para jejum é “afligir a alma”.
o Após o exílio babilônico, surgiram outros 4 dias de jejum anual obrigatório (Zc.7:5; 8:19)
o Os fariseus jejuavam 2 vezes por semana (Lc.18:12)
o Vemos em toda Bíblia, diversos homens de Deus que jejuaram: Davi (II Sam.12:16), Esdras (Ed.8:21), Paulo (II Cor.6:5) e até mesmo Jesus (Mat.4:2).

A Resposta de Jesus:
Aquele não era o momento para seus discípulos jejuarem, pois o noivo ainda estava entre eles, mas chegaria o momento em que o noivo lhes seria tirado aí sim eles deveriam jejuar.
“Não se coloca vinho novo em odres velhos”, o que Jesus tinha para oferecer era algo novo, com vida e a “velha religião” não conseguiria suportar.

Duas coisas muito importantes não podemos deixar de observar nessas respostas que Jesus dá:
1) Jesus não descarta o jejum, ele na verdade mostra em diversos textos a sua necessidade e a sua importância
• Mateus 17:21
• Mateus 26:41
Veja algumas frases interessantes sobre o jejum!
JEJUM É FOME DE DEUS

QUANDO JEJUAMOS NÃO É DEUS QUEM MUDA, NÓS É QUE MUDAMOS

JEJUM É MATAR A CARNE E FORTALECER O ESPÍRITO

O JEJUM TRAZ UNÇÃO E AUTORIDADE

GRANDES HOMENS FORAM HOMENS QUE TINHAM O JEJUM COMO DISCIPLINA ESPIRITUAL

QUANDO JEJUAMOS, VEMOS QUEM DE FATO TEM SIDO SENHOR DE NOSSA VIDA

Para uma maior compreensão sobre o assunto, indico o livro: “Fome de Deus” de John Piper.

2) O que Deus tem para nós é sempre o melhor, mas não cabe dentro de um coração soberbo, cheio de religiosidade, preocupado com as opiniões contrárias. Deus procura homens dispostos a ser como um vaso de barro (simples, humilde e puro), que mate seu eu e sua carne.
DEUS PROCURA HOMENS QUE O AMEM ACIMA DE TODAS AS COISAS E QUE SÓ TEMAM O PECADO

Querido irmão, não me excluo dessa busca de Deus! O meu desejo é que Ele também encontre em mim esse tipo de homem!
3. “Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados?” – Os religiosos ficam “loucos” com Jesus, porque Ele trabalha (colhe espigas) no sábado. Para eles o sábado era santo e, portanto não era permitido nenhum tipo de atividade, chegavam a ter limite de passos para se dar neste dia.

A grande pergunta é:
QUAL É O DIA CERTO PARA O CULTO CRISTÃO?
SÁBADO OU DOMINGO?

Sábado é o sétimo dia da semana, consagrado a Deus porque após os seis dias da criação o Criador descansou (Gn. 2:2). Era um dia festivo (Ex. 16,4-36; 35:1-3; Is 1:13), no qual o israelita se abstinha de qualquer trabalho (Ex. 20:8-11; Ez. 46:1-12) e se dedicava à oração (Ex. 31:13). Sábado é também o dia do anúncio dos bens futuros, escatológicos (Is 56:1-6; 58:13; Jr 17:19-27; Ez 44:1-12).
Mas, quando Cristo veio, o jugo dos fariseus fizera do sábado um dia de escravidão (Mt 12:1-14; Lc 6:6; 13:10-17; Jo 5:9-18; 7:21-24; Cristo transforma o sábado no dia da sepultura (Lc 23:53,54; Jo 19:31-42) e fixa para o dia seguinte (domingo) o dia da Ressurreição, da libertação, da nova criação (Mc 16:2-9; Jo 20:1.19).
O domingo é o dia em que o Senhor se manifesta (Jo 20:16-26) e transmite o seu perdão (Jo 20:19-23). É o dia da reunião da comunidade cristã (At 20:7; 1 Cor 16:2).
Temos que tomar cuidado para não sermos adoradores do sábado e nem do domingo. Existem grupos (adventistas) que até atribuem a salvação do homem a guarda do sábado, isto é uma heresia, pois a salvação deixa de ser uma ação da Graça de Deus ao homem e passa a estar sujeita ao que o homem faz (salvação meritória).
Paulo vai tratar dessa questão em Rom.14:1-8, dizendo que não devemos desprezar (v.3) ou julgar (v.4) alguém por questões de comida ou dia de culto.
Jesus trata dessa questão dizendo que o sábado existe por causa do homem e não o homem por causa do sábado e vai dizer também que ELE É O SENHOR DO SÁBADO (Mat.12).
JESUS É O SENHOR DO SÁBADO
 
PECADORES QUE RECEBEM A JESUS
Nenhuma história na Bíblia é contada de maneira tão curta quanta a de Mateus (Dádiva de Deus), o texto diz que Jesus passou, o viu, chamou e ele o seguiu. História contada de maneira rápida e simples, mas que nos mostra verdades profundas do ministério de Jesus. Vejamos:
1) Jesus não rejeita o pecador, ele condena é o pecado - Não podemos discriminar ou rejeitar pessoas pelo seu estilo de vida, o que devemos fazer é ser bem claros quanto ao que a Bíblia diz, e mostrar através de nossa vida o quanto Jesus lhe ama.
2) Jesus vai até o pecador, não é ele que vai até Jesus – Isso significa que devemos ir até aqueles que estão doentes do corpo e da alma.

DIVERSAR IGREJAS TEM INVESTIDO A MAIOR PARTE DO SEU TEMPO E RECURSOS EM ATIVIDADES A QUATRO PAREDES, ESQUECENDO-SE DE SUA NATUREZA E MISSÃO

3) Jesus não somente o salva como também o discipula – Uma igreja precisa se preocupar com a salvação do perdido e com o seu amadurecimento. O texto vai dizer que Mateus o seguiu e caminhou com Ele. Para se discipular é preciso ser exemplo e pagar o preço de cuidar de um menino na fé.
4) Jesus vai até sua casa e come com seus amigos – A salvação precisa ser compartilhada em casa, é lá que tudo deve começar! Jesus não somente come em sua casa, como também vai até seus amigos. Isso significa que nós precisamos compartilhar a mensagem do evangelho com nossa família e amigos.
5) A obediência de Mateus é imediata – Quando Deus chama o homem, não podemos apresentar desculpas ou justificativas. Quando Deus nos chama, a melhor coisa a fazer é obedecer à voz do mestre.
Este estudo nos faz um alerta em relação aos perigos de uma vida religiosa sem vida e nos chama a obedecer imediatamente ao chamado do Mestre. Lembre-se:

“OS SÃO NÃO PRECISAM DE MÉDICO, E SIM OS DOENTES; NÃO VIM CHAMAR JUSTOS, E SIM PECADORES AO ARREPENDIMENTO”

DISSE JESUS: SEGUE-ME! ELE SE LEVANTOU E O SEGUIU.

Pr Fulvio Santos
A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

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