quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ESTUDOS BETESDA / MARCOS / LIÇÃO 8

NOSSA VISÃO DETERMINA NOSSAS AÇÕES

Mc 2:1-12
Mt 9:1-8
 Lc 5:17-26

Existe um contraste entre o capítulo 1 e 2 de Marcos. O primeiro é o capítulo da glória, pois é nele que Jesus tem o seu ministério ratificado pela Palavra (1:2), pelo profeta (1:7-8), por Deus (1:11) e pelo Espírito Santo (1:10), além disso vemos também sua autoridade sobre demônios e enfermos, trazendo sobre ele o cumprimento das profecias. Já no capítulo 2 surgem as oposições ao seu ministério, que vão desde as multidões que o buscavam somente por seus milagres, até os religiosos que buscavam um motivo para acusá-lo. Mas nós vamos poder observar que mesmo tendo tanto opositores que buscavam n’Ele algo em que o pudessem atacar, não foi possível encontrar em Jesus nenhum pecado (Heb.4:15).

“Embora muitos religiosos buscassem algo para condená-lo, não foi achado em Jesus pecado algum”

Para estudarmos melhor estes versos, vamos dividi-lo em algumas partes que julgamos serem importantes para melhor compreendê-lo.

Jesus após visitar algumas cidades e vilas da Galiléia, volta para Cafarnaum, que serve como um quartel general para o seu ministério e é chamada na Bíblia como a cidade de Jesus (Mat.9:01). Ele nasce em Belém, é educado em Nazaré, mas escolhe Cafarnaum para habitar desde que foi expulso pelos nazarenos (Mat.4:13), é esta cidade que ele usa como base para os 3 anos de seu ministério.

Em Cafarnaum Ele está em uma casa, provavelmente a casa de Pedro (1:29), cercado de pessoas de todos os tipos, vejamos alguns tipos de pessoas que estão ao redor de Jesus:

A multidão (2:2,4) – Formada por um grupo heterogênio de pessoas (curiosos, doentes, inimigos e religiosos), em muitos casos ela foi um impedimento para que perdidos chegassem a Jesus. Em Jericó uma multidão que quase impediu Zaqueu de ver Jesus, tentou calar a voz de Bartimeu. Foi um multidão (turba) que prendeu Jesus (Mat.26:47) e foi uma multidão que gritou “CRUCIFICA-O)” (Mat.27). Embora tivesse falado a multidões, muitas vezes Ele se retira do meio delas para lugares solitários, e outras vezes se retira com seus discípulos para ensiná-los (1:37,38). No texto, a multidão constitui-se um impedimento para que o paralítico chegasse até Jesus.

Temos que tomar muito cuidado, pois temos a tendência de atribuir valor aquilo que atrai muita gente, se esse for o nosso critério podemos chegar a conclusão que o importante são os números e não a obediência a Deus.

“O que Deus nos pede é obediência, o crescimento e os resultados estão em suas mãos”

Escribas, Fariseus e doutores da lei (2:6) – Aqueles que mais conheciam a Teologia e estudavam com muita determinação a Lei, eram os que agiam com mais rigor e mais ódio em relação ao mestre. A religião sem vida ao invés de tornar um homem com o coração quebrantado para Deus e para o seu próximo, torna-o com o coração mais duro e mais insensível para a voz de Deus e a necessidade do próximo. Os religiosos se mostraram opositores a Jesus e um obstáculo para a cura de um paralítico. Vejamos algumas características deles que o texto registra:

“...O povo que conhece o seu Deus se tornará forte e fará proezas. Daniel 11:32 ”

Falsos ouvintes (2:6) – Eles “arrazoavam em seu coração”, este arrazoar tem o sentido de censurar, repreender e argüir. Isto mostra quais eram suas reais intenções. Precisamos tomar cuidado para não termos o mesmo tipo de comportamento mediante as pessoas que nos falam e aqueles que estão nos ensinando as Escrituras (Pv.18:13). Infelizmente muitas vezes Deus está desejoso de falar ao nosso coração e tratar de nossas vidas, mas o nosso comportamento como ouvinte é um impedimento para o agir de Deus (Is.59:01,02). Um crente doente é alguém que tem dificuldades para ouvir, e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rom.10:17).

“Um crente doente tem dificuldades em ouvir a Deus e as necessidades do próximo”

Um Teologia certa, mas uma fé morta (2:6,7) – Eles criam que só Deus poderia perdoar pecados (Êx.34:6,7; Sl.103:12; Is.1:18; Is.43:25; Jer.31:34; Mq.7:19), mas achavam impossível que Jesus o pudesse fazer. Acreditar que Jesus poderia curar um paralítico ou perdoar pecados seria aceitar que JESUS É DEUS. Na verdade o texto apresenta algumas evidências da divindade de Jesus.
Ele leu os pensamentos (Mac.2:8; Mt.17:25; Jo.1:47,48)
Ele perdoou pecados (2:5)
Ele curou doentes (2:10-12)
Ele se chamou de o Filho do Homem (2:10) – Este termo messiânico é usado 14 vezes em Marcos e 80 vezes nos evangelhos.

“Temos que tomar cuidado para nossa vida não ser como a daqueles religiosos, ter uma doutrina do céu com o coração no mundo”

Uma fé que aprisiona e não liberta – Dentro da Teologia judaica, a pessoa que tivesse uma doença como a desse paralítico era alguém que estava trazendo sobre si algum tipo de maldição, ou seja, ele ou alguém de sua família havia cometido um pecado grave e sua enfermidade era uma conseqüência. Entenda cada um é responsável pelos seus próprios pecados (Ez.18:20), eles trazem conseqüências espirituais (Gal.6:7) e podem trazer físicas também (Jo.5:14), mas julgar uma pessoa doente ou que esteja passando por problemas é juízo temerário (Sem fundamento, sem base; infundado) (Mat.7) e isso é ter uma fé que aprisiona e não liberta.

“Precisamos ser o tipo de igreja que prega contra o pecado e proclama a libertação que há em Jesus Cristo”

“Os doutores da lei foram bombardeados com seus próprios petardos (Engenho explosivo, portátil, para destruir obstáculos; bomba). Segundo suas próprias crenças aquele homem não poderia ser curado a menos que lhe fossem perdoados seus pecados. Jesus, então, o curou e , portanto, ele foi perdoado. Isso queria dizer que a reivindicação de Jesus de ser capaz de perdoar pecados deveria ser autêntica. O grupo de doutores da lei deve ter ficado completamente confundido e , o que era pior, enfurecido.”                       
William Barclay

Levando o doente aos pés de Jesus
Alguns homens não se contentam em ver a vida de um paralítico e decidem ajudá-lo. Entenda, ser paralítico naquela época era muito pior do que possa parecer hoje, pois as pessoas acreditavam que ele estava assim porque ou ele ou seus pais pecaram. Ele era alguém que viveria de esmolas, não possuía os recursos de hoje (cadeira de rodas, fisioterapia e medicamentos). Diante de todo esse sofrimento surgem amigos que:

Tem a visão certa – Para a grande maioria das pessoas, o que eles poderiam fazer diante das dificuldades daquele paralítico era dar-lhe esmola. Mas para aqueles homens a visão era: “Jesus pode curá-lo e eu irei levá-lo até o mestre”. Eles enxergaram o que ninguém mais podia enxergar! Alguém já disse que nós só iremos até onde nossa visão alcançar!

“Homens de visão se destacaram dos demais de sua época por que viam o que ninguém mais podia ver”

Em 1958, Paul Yong Cho, teve a visão de plantar uma igreja num bairro pobre de Seul. Essa igreja alargou suas fronteiras e, hoje, é a maior igreja local do mundo com mais de setecentos mil membros.

William Wilberforce teve a Visão de libertar os escravos da Inglaterra em 1789. Dedicou a sua vida a esse causa. Em 1833, quatro dias antes da sua morte, a escravidão foi abolida.

Martin Luther King, em 1963, em pé nos degraus do memorial de Lincoln, em Washington, levantou sua voz diante de uma grande multidão e disse: “Eu tenho um sonho, em que um dia os meus filhos sejam julgados pela dignidade do seu caráter e não pela cor da sua pele”. Esse pastor batista morreu como mártir dessa causa, mas sua visão libertou milhões de negros da segregação racial nos Estados Unidos.

Diante de pessoas que viam o paralítico alguém que sofria por causa do pecado e que a única coisa que lhe ofereciam era esmolas, existiam homens que tiveram a visão da cura e da salvação.

“A NOSSA VISÃO DETERMINA NOSSAS AÇÕES!”

Determinados (2:4) – Não era fácil levar um paralítico tendo uma multidão à frente, mas eles não se deixaram intimidar diante das dificuldades e abriram um buraco no teto para descer o homem.

Estamos aqui em Betesda para plantar uma igreja, em um bairro saturado de uma religião comercial e tem como mensagem a prosperidade terrena. Podemos nos intimidar diante das dificuldades e desistir, ou podemos a cada dificuldade depositarmos mais ainda nossa confiança em Deus e dessa forma sermos mais determinados e perseverantes em levar os enfermos até Jesus. Deus se agrada do homem que é determinado em levar o enfermo, em gritar misericórdia (cego Bartimeu) e em perseverar/permanecer (Jo.15).

“Tu, SENHOR, guardarás em perfeita paz
aquele cujo propósito está firme,
porque em ti confia.
Confiem para sempre no SENHOR,
pois o SENHOR, somente o SENHOR,
é a Rocha eterna.”
Isaías 26:3,4

Criativos – Não podendo entrar pela porta, eles tem a idéia de entrar pelo teto. Isso nos ensina que mediante as dificuldades para levar um doente do corpo/alma para Jesus, precisamos ser perseverantes e criativos. Não podemos mudar a mensagem do evangelho, mas devemos utilizar nossa capacidade de criar para comunicá-la.
Nossa missão é levar pessoas aos pés de Jesus, e para isso precisamos ter a visão certa, ser determinados e criativos.

O que Jesus faz na vida daquele home é maravilhoso, pois Ele perdoa os seus pecados, o cura da enfermidade física, cura das feridas emocionais, devolve a ele sua dignidade (agora ele não iria mais mendigar). Mas foi preciso que houvesse pessoas dispostas a carregá-lo no colo, romper as barreiras e levá-lo até os pés de Jesus. O milagre ficou por conta do Mestre!

O nosso desejo é que Betesda seja uma igreja de homens assim, que tem visão, determinação/perseverança e sejam criativos na missão de levar os perdidos aos pés de Jesus.

Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

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