quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESTUDOS BETESDA / I CORÍNTIOS / PARTE 16

SOMOS MORDOMOS DE CRISTO
I Coríntios 16

A questão:
Paulo está encerrando sua primeira carta a Igreja de Corinto fazendo algumas recomendações, e demonstrando gratidão a Deus pela vida daqueles que tem cooperado na obra do Senhor. Neste momento ele não vai tratar de assuntos tão polêmicos quanto o que já havia sido falado, mas nem por isso este capítulo deixa de ser tão importante quanto os demais. Seu tema principal neste momento é a mordomia do: Dinheiro, tempo e relacionamento.

O que Paulo diz?
Paulo chega ao último momento dessa sua carta saindo de uma abordagem sobre a ressurreição dos mortos com a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (cap.15), e inicia tratando de um assunto que geralmente não é visto como espiritual mas humano e mais especificamente financeiro e de ordem pessoal. Na verdade ele vai falar sobre três assuntos relacionados a MORDOMIA.
Mordomia = Cargo ou ofício de mordomo.

Mordomia do Dinheiro (vs.1-4)
Segundo as regras da homilética (ciência ou arte do discurso cristão), o último argumento de um discurso deve ser o mais forte, ou seja, ele deve caminhar para um clímax onde a parte final levará os ouvintes a refletir e tomar decisões. Evidentemente que Paulo não estudou sobre essas regras, mas ele deixou para no final abordar a questão do dinheiro por questões semelhantes. O que para nós não passa de um assunto puramente humano, para Deus a questão é tão espiritual quanto os demais assuntos anteriormente tratados, vejamos por quê:
Jerusalém vivia em dificuldades financeiras (At.11:27,28) – Um profeta chamado Ágabo havia profetizado que nos tempos do imperador Cláudio, haveria de ocorrer uma grande fome, o que de fato ocorre. O problema aumenta ainda mais quando Estevão sofre o martírio, pois somente os apóstolos permanecem na cidade, os demais crentes precisaram deixar suas propriedades e fugir (At.8:01).
“Alguns comentaristas, como Agostinho, sugerem que essa crise econômica foi resultado da política adotada pelos irmãos de venderem suas propriedades e dividir os recursos entre as pessoas necessitadas. Assim, a pobreza teria se democratizado e alastrado.” Rev Hernandes Dias Lopes

Veja como as Igrejas participam das dificuldades financeiras dos crentes de Jerusalém.
“A igreja de Antioquia já havia enviado uma ajuda financeira para os pobres da igreja de Jerusalém (At. 11:29,30).
Oito anos antes de escrever esta carta Paulo tinha se comprometido com os apóstolos Pedro, Tiago e João, os líderes da igreja de Jerusalém, que faria algo pelos pobres (Gl 2:10). Paulo estava comprometido não apenas a pregar o evangelho, mas também a assistir os pobres. Evangelização e ação social precisam andar juntas.
Paulo entendia que as igrejas gentílicas deviam abençoar financeiramente a igreja de Jerusalém pelos benefícios espirituais recebidos dela (Rm 15:25-27).
Paulo escreveu 2 Coríntios, mais ou menos um ano depois de 1 Coríntios. Ele dá testemunho de que este projeto de levantamento de ofertas para a igreja pobre de Jerusalém tinha sido um sucesso (2 Co 8:2-4).
Dois anos depois quando ele fez um apelo à igreja de Roma, ele inclui Corinto (Acaia) como um bom exemplo (Rm 15:26).”  Rev Hernandes Dias Lopes

Princípios para a contribuição:
1) A contribuição não deve estar limitada as paredes de sua igreja (v.1)
Paulo diz que ordenou às igrejas da Galácia a fazerem uma coleta para os santos, e que os crentes de corinto também deveriam seguir esta orientação. Assim também nós, não devemos nos contentar em contribuir e abençoar nossa igreja, mas precisamos ter visão de Reino.
A igreja é a única organização que não vive para si mesma. Uma igreja missionária é uma igreja viva, do ponto de vista da evangelização e solidária, do ponto de vista da ação social.
Devemos em primeiro lugar olhar para as pessoas da nossa casa (I Tm.5:8), depois para os “domésticos da fé” (Gl.6:10) e também para as pessoas que não fazem parte do nosso meio social.

2) A contribuição é um ato de adoração (v.2)
Ele determina que o dia do levantamento das ofertas fosse o domingo, exatamente no dia em que a igreja se reunia para o culto em comunidade. Isso não foi por acaso, ele estava ensinando o princípio da oferta como forma de adorar a Deus (Fp.4:18).

3) Participação familiar (v.2)
“Ponha a parte em casa”, desta forma os crentes são orientados a separarem suas contribuições. A participação familiar é uma forma de demonstrarmos unidade de propósito e de ensinarmos nossos filhos a alegria e o prazer que existe em contribuirmos.
Querido irmão, ainda que a oferta aos seus olhos seja pequena, não deixe de envolver sua família neste momento. Ensine seus filhos a importância que há em sermos gratos a Deus e devolvermos parte do que Ele nos tem dado.

4) Contribuição proporcional (v.2)
Ninguém deve ser sobrecarregado, todos devem participar de maneira que sendo pouco ou muito, todos estejam envolvidos. Lembre-se da viúva pobre que ofertou apenas duas moedas e foi a maior de todas as ofertas (Lc.21:1-4).
Um cristão de coração aberto não pode manter a mão fechada!!

5) Transparência na administração do dinheiro (vs.3,4)
O levantamento das ofertas tinham um objetivo claro e também já havia pessoas responsáveis em administrá-los.
Infelizmente em algumas igrejas você não encontrará nenhuma prestação de contas referente aos valores arrecadados e as despesas pagas. Nós prezamos pela transparência na administração dos recursos da igreja, elegendo membros que sejam responsáveis pela administração dos recursos e outros membros para a conferência de tudo que se faz com o dinheiro, além de haver a possibilidade de a qualquer momento os membros poderem examinar os documentos que deram origem aos relatórios. A transparência gera credibilidade e serve de bom testemunho para um mundo tão corrupto. Paulo tinha a responsabilidade em ter ao seu lado pessoas eleitas pela igreja e que pudessem ser responsáveis pela administração dos recursos (II Cor.8:16-24).

Mordomia do tempo (vs.5-9)
Nestes versos ele relata como sua agenda está cheia e como existem coisas que ele gostaria de fazer, mas que existem prioridades em sua vida. Assim também somos nós e nossa igreja, muitas coisas temos para fazer durante o dia, dormimos muitas vezes pensando no que temos para resolver no dia seguinte, mas existem algumas prioridades que você deve estabelecer em sua vida.
Seu relacionamento com Deus – É uma questão de vida ou morte espiritual, pois caso você não separe aquele momento no dia em que você vai parar tudo para ouvir a voz de Deus (Bíblia) e vai abrir o coração para Ele (oração), você vai morrer espiritualmente e todas as demais coisas na sua vida irão de mal a pior. Caso seja necessário, acorde mais cedo ou durma mais tarde, mas nem pense que é possível ser bem sucedido em seus planos sem que Deus faça parte dele (Pv.16:01).
Seu relacionamento familiar – Não troque sua família por um programa da televisão e nem por qualquer roda de amigos e nem mesmo pela sua igreja. Entenda, depois de Deus sua família vem logo em seguida. Em muitos momentos o que sua família precisa não é de dinheiro ou grandes presentes, mas de atenção e carinho.
Sua Igreja – Não troque a oportunidade de estar em sua igreja por qualquer coisa. Por mais que em alguns momentos as relações na igreja fiquem tensas ou não estejam exatamente como você gostaria, é lá que Deus ordena a benção (Sl.139) e é lá que abençoaremos e seremos benção para nossos irmãos.
Seu trabalho e estudos – Crente preguiçoso e irresponsável com seus estudos e trabalho, está sendo um péssimo testemunho para os incrédulos. Procure fazer o melhor que você puder em seu trabalho e em seus estudos, Deus se agrada desse tido de comportamento.
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” Ef.5:15,16

Atenção para as portas que Deus abre (vs.8,9)
Esses versos vão dizer que a porta que foi aberta por Deus, veio acompanhada de dificuldades. A porta que Deus havia aberto para Paulo era a pregação do evangelho em Éfeso e foi lá que ele enfrentou grandes lutas, vejamos:
Paulo enfrentou oposição das forças espirituais do ocultismo. Éfeso era uma cidade profundamente marcada pelo ocultismo e pela feitiçaria. Quando as pessoas se converteram, elas vieram a público e queimaram seus livros de magia e de ocultismo (At.19:19).
Paulo enfrentou a oposição da associação de ourives liderada por Demétrio. A evangelização desarticulou o mercado de imagens da deusa Diana. Houve um rebuliço na cidade (At.19:23-40).
Paulo enfrentou a oposição da hierarquia judia (At.19:8,9). Os judaizantes de Éfeso se opuseram a Paulo. Ao mesmo tempo em que Paulo foi encurralado pela oposição dos judaizantes, também diz que uma grande porta se lhe abriu. O fato de Deus abrir as portas não significa que vamos ter passagem fácil e as dificuldades também não significam que nos desviamos da vontade de Deus.
“Mar em todas essas coisas somos mais do que vencedores!!” Rm.8:37

Mordomia dos Relacionamentos (vs.10-24)
Paulo faz amigos e ganha irmãos. Sua prioridade são as pessoas e por isso ele as relaciona nominalmente e as encoraja. Algumas pessoas a medida que vão se tornando bem sucedidas na igreja ou na vida social, vão se distanciando daqueles que são seus verdadeiros amigos, passam a valorizar suas conquistas (financeiras, espirituais ou profissionais) mais do que as pessoas e isso as torna mais distantes e mais rígidas nos seus relacionamentos.
Cuide bem dos seus amigos, pois eles são preciosos e eles podem se tornar em determinados momentos como um irmão (Pv.17:17)

Princípios Bíblicos
• Mateus 25:14-30
• Filipenses 4:18
• I Timóteo 5:8
• Gálatas 6:10
• Efésios 5:15,16

Perguntas
• O que significa o crente ser um mordomo?
• O que significa a mordomia do dinheiro, do tempo e dos relacionamentos?

Conclusão:
É impressionante como a cidade de Corinto se assemelha as características sociais e espirituais do Brasil e mais especificamente da nossa cidade, o Rio de Janeiro. Da mesma maneira que Corinto era rica, passagem para muitas pessoas de outras nações, assim também é a nossa cidade.
A Igreja que nasce como fruto da dedicação de Paulo, uma família (Áquila e Priscila) e principalmente pela graça de Deus, permite que os valores desta cidade entrem dentro dela e cause muitos problemas. Portanto em toda a carta vemos Paulo exortando e aconselhando a Igreja a não ceder aos valores do mundo.

Algumas coisas são muito importantes nós relembrarmos nesse final de estudo do livro, são elas:
• A Igreja possuía todos os dons, mas não tinha o principal deles (amor) (cap.1:7) – Precisamos ter cuidado para não agirmos da mesma forma, sermos muito bom naquilo que fazemos, mas fazermos sem o amor que Deus requer de nós.
• A principal chamada de Paulo a igreja está no Cap.1:2, onde é dito que Deus os chamou para ser santos. Se de tudo o que foi estudado nós guardarmos em nosso coração que o nosso chamado não é para fazermos coisas dentro da igreja e sermos visto e aplaudido pelos homens, é um chamado para sermos santos.
Que Deus assim nos transforme dia após dia na Sua imagem e que sejamos mais semelhantes ao nosso Senhor Jesus Cristo.
Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

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