QUANDO SURGEM TEMPESTADES
Marcos 4:35-41
Mateus 8:23-27
Lucas 8:22-25
Quem
nunca passou por um momento em sua vida que poderia ser comparado a uma
tempestade? Perda de um parente, um
filho que partiu cheio de ingratidão, um pai/mãe que rejeitou seu filho,
rompimento de amizades, traição conjugal,
crise financeira e muitas outros tipos de crises que poderíamos chamar
de uma grande tempestade.
Infelizmente
vivemos um momento no Estado do Rio de Janeiro onde as tempestades de verão
arrasaram a região serrana. Cidades como
Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Itaipava se encontram totalmente
destruídas. Assisti a dois relatos que
me deixaram assustado, em um deles duas mulhes (mãe e filha) diziam como
lutaram para sobreviver, mas infelizmente os esposos delas haviam sido levados
pelas águas. Em outro relato um jovem
dizia que lutou para tirar sua mãe debaixo da lama, mas seu irmão Davi morreu
soterrado próximo a eles. Quando escuto
relatos como este, fico com a impressão que meus problemas são apenas chuviscos
diante de tanta dor e sofrimento.
O
texto deste estudo nos mostra um momento em que os discípulos haviam vivido um
momento de muito trabalho na região de Cafarnaum (margem oeste do mar da
Galiléia) e juntamente com Jesus se dirigem a outra margem (leste do mar da
Galiléia), neste trajeto uma grande tempestade os atinge e ele são tomados de
profundo medo. Veja algumas
características desta região.
“O Mar da Galiléia era famoso por
suas tempestades. É um lago de águas
doces, de 21 Km de comprimento por 14 km de largura, a 220 metros a baixo do
nível do Mar Mediterrâneo e é cercado por montanhas por três lados, que têm até
trezentos metros de altura. Os ventos
gelados do Monte Hermon (2.790m), coberto de neve durante todo o ano, algumas
vezes, descem com fúria dessa região e sopram com violência, encurralados pelos
montes, caindo sobre o lago, encrespando as ondas e provocando terríveis
tempestades” William Barclay
Podemos
ter certeza que a tempestade foi realmente forte, porque:
·
Característica geográfica
·
Pescadores acostumados com a pesca na região
ficaram tomados de medo
·
A palavra usada para essa tempestado é “seismós” que significa terremoto, a
mesma usada em Mat.24:7
·
Mateus diz que o barco foi “varrido” – Mat.8:24
·
Marcos diz que as ondas se arremessavam contra o
barco – Mc.4:37
·
Lucas diz que o barco estava sendo “inundado e
eles corriam grande perigo” – Lc.8:23
Algumas perguntas são feitas
neste texto, e são através delas que estaremos pensando.
“MESTRE, NÃO TE IMPORTA QUE PEREÇAMOS?” v.38
O
vento jogando o barco para todo lado, a água o inundando, todos desesperados
enquanto Jesus dormia na popa (parte superior da embarcação), sobre um
travesseiro. A atitude de Jesus gerou
neles o sentimento de desamparo diante da iminente tragédia. Talves eles pensassem da seguinte forma:
·
Nós trabalhamos tanto para o Senhor ontem, lá em
Cafarnaum, como pode hoje acontecer isso conosco?
·
Nós obecedemos a Ele, subimos no barco e aqui
estamos!
·
Será que Ele não se importa conosco? Estamos sofrendo?
Quando
criamos dentro de nós uma expectativa errada em relação ao nosso relacionamento
com Deus, estamos sujeitos a esses tipos de perguntas e de frustrações. Lembre-se:
UM DIA
TEMPESTADES VIRÃO!
Não
é porque servimos a Deus na igreja, obedecemos a sua voz, que estaremos isentos
de passar por lutas e tribulações. Na
verdade quanto mais vivermos uma vida consagrada a Deus, maiores serão os
momentos de lutas, pois estaremos indo para frente de batalha.
“Ora,
todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos.” II Tim.3:12
Mas nem
sempre uma tempestade é sinal de que você tem sido obediente a Deus, pode na
verdade ser fruto de desobediencia.
Jonas também sofre com uma tempestade e também encontra-se dormindo (no
porão) Jn.1:5, mas tudo é fruto da sua desobediência. Muitas vezes encontro crentes reclamando de
sua crise financeira, de seu chefe e de sua família, alegando perseguição do
diabo. Precisamos confrontar nossas
atitudes com a Bíblia para sabermos se tudo o que estou vivento é fruto de
obediêncie ou desobediencia.
Outro
exememplo é Saul, quando ele se propõe a perseguir Davi que era um homem justo,
suas terras são invadidas pelo inimigo (I Sam.23:27).
“QUANDO
PERSEGUIMOS UM JUSTO, NOSSAS TERRAS SÃO INVADIDAS PELO INIMIGO.”
Os
discípulos entendem que o silêncio de Jesus representava ausência de
cuidado! Esse é um erro que não podemos
cometer, Ele nunca nos abandona (Mat.28:20).
AQUIETE-SE!
ACALME-SE! v.39
Os
discípulos diante da tempestade ficaram desesperados. Muitas vezes somos como eles, agimos com
desespero diante das tempestades e com isso procuramos solução fora da vontade
de Deus. A palavra de Jesus é bem clara,
FIQUEM CALMOS EU ESTOU AQUI!.
Descansar
no Senhor é o grande segredo para se viver uma vida de paz em meio a tantas
tempestades. Veja o que Ele nos diz!
“Mas o
Senhor está comigo, como um forte guerreiro!
Portanto, aqueles que me perseguem tropeçarão e não prevalecerão. O seu fracasso lhes trará completa vergonha.”
Jer.20:11
“É certo
que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.
O Senhor é quem te guarda, o Senhor é a tua sombra à tua direita.” Sl.121:4,5
“Tu
dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas.”
Sl.89:9
“Mesmo
quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois
tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.” Sl.23:4
“Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize.” Jo.14:27
“Deito-me
e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta.” Sl.3:5
Este
último verso foi dito em uma terrível tempestade. Davi estava sendo perseguido pelo seu filho
Absalão, mas ele descansa no sustento de Deus para que pudesse dormir
Você
tem perdido o sono com os problemas?
Tem
chorado constantemente por alguém de sua família?
Não
vê mais solução para o seu casamento?
Ouça
então a voz de Jesus dizendo...FIQUE
CALMO, EU ESTOU AQUI!
POR QUE SOIS ASSIM TÃO TÍMIDOS?! COMO É QUE NÃO TENDES FÉ? v.40
Jesus
chama seus discípulos de tímidos e pergunta pela sua fé. São nos momentos de tempestade que nossa fé é
provada!
“Se te
mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena” Pv.24:10
“Se você
correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará
nos matagais junto ao Jordão?” Jer.12:5
A tempestade é uma oportunidade para:
·
Reconhecermos nossas limitações diante das crises
·
Reconhecer que somente Deus pode acalmar a
tempestade
·
Buscarmos conhecer mais a Deus durante esse
processo – Jó 42:5
·
O crescimento de nossa fé
MAS A
TEMPESTADE PODE MOSTRAR O QUÃO PEQUENA É A NOSSA FÉ!
Tem
muita gente que diante das primeiras dificuldades, cede ao desânimo e por isso
fracassa.
Os
discípulos haviam visto vários milagres realizados por Jesus, mas ainda eram
capaz de se desesperar diante das tempestades, mesmo Ele estando no barco.
AS PIORES TEMPESTADES QUE VIVEMOS NÃO SÃO AS QUE
AGITAM O BARCO, MAS A QUE ESTÃO DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO. A TIMIDEZ E A FALTA DE FÉ SÃO AS PIORES
Diante
das tempestades, não saia correndo para qualquer lugar buscando solução para o
seu problema, mas coloque sua fé em Jesus para funcionar!
“Ora,
àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos
ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.” Ef.3:20
QUEM É ESTE QUE ATÉ O VENTO E O MAR LHE
OBEDECEM? v.41
Após
Jesus ter acalmado o mar, seus discípulos ficam tão maravilhados d’Ele ter
poder sobre as forças da natureza, que usam a expressão acima.
Este
texto deixa bem claro as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina. Quando Ele dorme é totalmente humano, com as
necessidades que todos nós temos de descansar.
Quando Ele repreende a fúria do vento e acalma o mar, é totalmente
divino. Esse é o objetivo do Evangelho
de Marcos, apresentar Jesus como sendo Deus (Mc.1:1).
Portanto
diante de qualquer tempestade que você esteja passando lembre-se:
·
Ele se importa com seus problemas. Ainda que você não perceba sua presença, Ele
está no barco.
·
Acalme-se!
Não fique agitado, correndo de um lado para o outro, tentando dar um
jeitinho para acalmar a tempestade e com isso mostrando uma fé circunstancial.
·
Use sua fé em Jesus! Confesse que não há tempestade que Ele não
possa acalmar.
·
Jesus está no barco, portanto não temerei. Ainda que tudo pareça perdido, Deus está no
controle!
A seguir transcrevo relatos
históricos contidos no livro: “O Livro dos Mártires – John Foz” que nos mostram
irmãos que passaram por grandes tempestades e como reagiram diante destas.
O LIVRO DOS MÁRTIRES
John
Fox
“Alguns dos soldados violaram a filha de um
digno reformado diante de seus olhos e, em seguida, torturaram-no até a
morte. A um ministro e à sua mulher,
amarraram um ao outro e os queimaram vivos.
A outro ministro penduraram em uma viga e, ao acenderem o fogo sob ele,
assaram-no até morrer. Trucidaram a um
cavaleiro, encheram a boca de um jovem com pólvora e, após atear-lhe fogo, sua
cabeça voou longe.
Como a maior fúria da perseguição era
dirigida contra o clero, tomaram a um piedoso ministro reformado e, após
atormentá-lo diariamente durante um mês inteiro, conform está descrito a
seguir, fizeram sua crueldade sistematicamente, regular e preogressiva.
Colocaram-no entre eles e fizeram dele
um objeto de seu escárnio e zombaria, durante todo um dia de entretenimento, a
fim de esgotar deste modo a sua paciência; porém
tudo foi em vão, pois aguentou tudo aquilo aquilo com verdadeira paciência
cristã. Cuspiram em seu rosto,
forçaram o seu nariz, beliscaram a maior parte de seu corpo. Foi caçado como se caça uma fera, até que
quase morreu de fadiga. Fizeram com que
corresse como que por um túnel, entre duas fileiras de soldados, para que cada
um deles golpeasse com uma vara.
Bateram-no com os punhos.
Açoitaram-no com grossas cordas e
arames farpados. Bateram-lhe com
garrotes. Penduraram-lhe pelos
calcanhares, de cabeça para baixo, até que lhe começou a sair sangue pelo nariz
e pela boca. Penduraram-no pelo braço
direito até que este fosse deslocado, e em seguida voltaram o braço ao
lugar. O mesmo foi feito com o braço
esquerdo. Colocaram papéis em brasa,
banhados em óleo, entre os dedos de suas mãos e pés. Arrancaram pedaços de sua carne com tenazes
incandescentes. Puseram-no no
potro. Arrancaram as unhas de sua mão
direita. O mesmo foi feito com as da mão
esquerda. Bateram fortemente em seus pés
com bastões.
Fenderam-lhe a orelha direita e, a
seguir, a esquerda; depois, fenderam-lhe o nariz. Levaram-no pela cidade toda montado em um
asno e espancavam-lhe pelo caminho. Fizeram várias incisões em sua carne. Arrancaram as unhas de seu pé direito; a
seguir, fizeram o mesmo com as unhas de seu pé esquerdo. Foi atado pelos lombos, e ficou muito
suspenso por muito tempo. Arrancaram-lhe
os dentes do maxilar superior. Logo fizeram-lhe
o mesmo com o maxilar inferior.
Derramaram chumbo fervente sobre os dedos de suas mãos. Em seguida fizeram o mesmo com os dedos dos
pés. Apertaram a sua fronte com uma
grossa corda, de tal maneira que forçaram os seus olhos para fora de suas
órbitas.
Durante todas estas horríveis
crueldades, tomaram o particular cuidado de que as suas feridas não se
gangrenassem, e de não o ferirem mortalmente até o último dia, no qual o ato de
forçar os seus olhos para fora de sua órbita resultou em sua morte.”
Cap.VIII
História
das Perseguições na Boêmia por Ordem do Papado
Págs.176,177
“Os sacerdotes haviam dito ao povo, que todo
aquele que trouxesse lenha para queimar os hereges, teria uma indulgência para
cometer pecados durante quarenta dias.
Thomas Bilney, professor de direito
civil em Cambridge, foi obrigado a comparecer perante o bispo de Londres e
vários outros prelados, na casa do Capítulo em Westminister; ameaçado várias
vezes de ser conduzido à prática do tormento na estaca e à morte através das chamas,
não foi suficientemente forte, e
retratou-se. Posteriormente, porém,
arrependeu-se seriamente.
Por esta razão, levaram-no novamente ao
bispo, e foi condenado à morte. Antes de
ser queimado, confessou a sua adesão às doutrinas sustentadas por Lutero e,
quando estava na fogueira, disse: “Sofri
muitas tempestades neste mundo; porém, agora, a minha nau chegará em segurança
ao seu porto de destino”. Manteve-se
imóvel nas chamas, e clamou: “Jesus, eu creio!”
Estas foram as últimas palavras que o ouviram pronunciar.
A
História das Perseguições na Inglaterra e na Irlanda,
antes do Reinado de Maria
Capítulo
XIV; Págs.232,233
A
JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA
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