JESUS É CAPAZ DE CURAR ATROFIADOS DA MENTE, DO CORAÇÃO E DAS MÃOS
Mc 3:1-6
Geralmente quando lemos esta parte das Escrituras, imaginamos imediatamente aquilo que de fato o texto nos traz, um homem com a mão atrofiada sendo curado por Jesus. Mas gostaria de neste estudo mostrar-lhe que muitos têm vivido com a mente, o coração e as mãos atrofiadas. Gostaria também que você acompanhasse comigo o processo de cura daqueles que tem vivido debaixo de “atrofia da alma”.
ATROFIA DA MENTE
Aqueles que se encontram neste estado possuem algumas características próprias, e na história bíblica é representada pelos religiosos que se sentem ameaçados por Jesus. Vejamos algumas de suas características:
• Incapaz de aceitar que estejam errados – Eles tinham muito que defender e preservar, ainda que para isso fosse necessário desconsiderar os fatos presenciados. Eles tinham diante deles alguém que é maior que o sábado (2:28) e ainda assim defendiam o que o tradicionalismo dizia a respeito da guarda do sábado. Existiam 39 regras que deviam ser seguidas para que se guardasse o sábado adequadamente. Quando me refiro ao tradicionalismo, não estou querendo dizer tradição, pois enquanto o primeiro traz julgo o segundo traz ensinamentos preciosos.
É interessante que quando esses religiosos se sentem pressionados, tornam-se de inimigos fervorosos a amigos que agora vão conspirar para matar Jesus.
“Marcos é o único evangelista que fala dessa coligação espúria entre escribas e fariseus com os herodianos para tramarem a morte de Jesus. Os herodianos eram um partido político judeu radical que esperava restaurar ao trono a linha de Herodes, o grande. Eles apoiavam o domínio de Roma sobre a Palestina e assim estavam em direto conflito com os líderes judeus. Os fariseus e herodianos não tinham nada em comum até Jesus ameaçá-los. Jesus ameaçou a autoridade dos fariseus sobre o povo e ameaçou os herodianos ao falar do seu reino eterno. Assim os fariseus e herodianos, inimigos históricos, se uniram para tramarem a morte de Jesus. As facções inimigas entre os judeus foram esquecidas momentaneamente de suas rivalidades, unidas por seu ódio ao Senhor. Foi o inimigo comum, Jesus, quem uniu esses dois grupos rivais. William Hendriksen diz que aquela foi uma estranha coalizão entre os falso santos e os sacrílegos.”
Rev. Hernandes D Lopes
• Quer dar explicação para tudo – Eles explicam por sua teologia, que aquele homem merecia sua doença, pois aquele tipo de enfermidade só se dava em pessoas que tivessem grandes pecados ou que seus pais os houvesse cometido.
Muitas são as vezes que tentamos explicar o inexplicável, geralmente agimos de duas formas: espiritualizamos tudo ou racionalizamos. Ambas as posturas são perigosas, pois podemos cometer erros semelhantes aos daqueles religiosos que se sentem ameaçados com a vida de Jesus.
Veja o exemplo de Jó e seus amigos, inicialmente sentam-se e choraram a dor dele (Jó 2:13), mas depois se levantam a tentar dar explicação para o sofrimento, e para isso o acusam:
o Culpado 4:7
o Pecador/iníquo 4:8
o Louco 5:2
o Tolo 5:2
o Imaturo 5:8
o Seus filhos morreram porque pecaram 8:4
o Falador / Tagarela 11:2
o Estúpido 11:12
o Injusto 11:14
No final do livro, Jó através de Deus chega à conclusão do porque que ele havia passado por tantas tragédias.
o Tudo está no controle de Deus 42:2
o O sofrimento o fez conhecer a Deus de fato 42:5
o Aprende a orar pelo próximo, mesmo vivendo tragédias pessoais.
Portanto meu irmão, diante das lutas do outro, não tente encontrar respostas que não são dadas por Deus e por sua Palavra. Fazer isto é aumentar a dor de quem já está ferido.
• Preguiça Mental – Ao invés de fazer um estudo, não tendencioso, das Escrituras para ver se em Jesus elas estavam se cumprindo, preferem aceitar o que o tradicionalismo de sua religião dizia. Com isso estavam rejeitando o próprio Deus (Jo.1).
Temos o ótimo exemplo dos irmãos de Beréia, que examinavam as Escrituras para ver se o que os apóstolos estavam dizendo eram de fato verdade (At.17:10-15). Veja que não era qualquer pessoa que os estava ensinando, mas os apóstolos, e estes não se sentiram ofendidos pelos exames feitos pelos irmãos de Beréia.
O Pr John Stott em seu livro “Crer é também pensar” descreve diversas justificativas bíblicas para que o crente seja alguém que não exclua o raciocínio de seu relacionamento com Deus. Veja alguns textos que ratificam este princípio:
o Mateus 22:29
o Isaías 1:18
o Daniel 11:32
o Romanos 12:1
Veja dois problemas existentes em nossas igrejas:
o Crentes que por acomodação preferem que outros (geralmente pastores) estudem a Bíblia e digam para ele o que é certo ou errado. Perguntas muitas vezes infantis que demonstram o descompromisso com o evangelho pregado por Jesus.
o Igrejas que aproveitam esse desinteresse e exercem a autoridade sobre seus membros com diversos tipos de armas (misticismo, submissão cega e maldições) que visam manter a total submissão de seus membros.
Esses dois tipos de comportamento têm feito com que a igreja evangélica brasileira adoeça, seja uma igreja grande com raciocínio de criança. Além disso, muitos são os casos de abuso espiritual/emocional que temos presenciado a todo o momento em diversas denominações.
CORAÇÃO ATROFIADO
Os religiosos tinham alguém adoecido no meio deles e eram totalmente insensíveis ao sofrimento, além disso, era colocado um pesado julgo sobre o homem. Esse comportamento representa a INSENSIBILIDADE para com a dor do outro.
Facilmente vemos esse tipo de postura sendo tomada em igrejas e através de crentes que:
o Desconhecem as necessidades de seus próprios irmãos – As igrejas têm caminhado para impessoalidade, muitos entram e saem sem se conhecer e nunca terem feito nem mesmo uma oração juntos. Quanto mais compartilhar problemas familiares ou financeiros.
o Desconhecem as necessidades de seu bairro – A igreja não pode se ausentar aos problemas vividos em seu bairro. Há pouco tempo nosso irmão, Pr Jônison, me relatou que sua igreja estava providenciando água encanada para sua localidade. Esso é um exemplo de uma igreja que é benção para seu bairro. Veja o exemplo de nossa igreja mãe, que possui uma escola de ensino fundamental, e desta forma tem contribuído para a melhoria da educação de seu bairro, ao mesmo tempo tem pregado o evangelho.
o Não investem em missões de maneira séria e significativa – A grande maioria de nossas igrejas não faz missões como poderia. Basta olhar o orçamento delas, que você verá que o que se gasta com produtos de limpeza muitas vezes é mais do que com o missionário e sua família. Nós desejamos ser uma igreja missionária em “Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra”.
o Muitos pastores são totalmente carentes (financeiramente, emocional e espiritual) – Existem dois extremos: religiosos que exploram seus seguidores, tirando-lhes toda lã; pastores que tem passado necessidade e grandes dificuldades para viver do sustento ministerial. Nosso desejo é ser uma igreja que tem equilíbrio, portanto trata seus líderes com honra e se preocupa com sua vida e família.
MÃOS ATROFIADAS
A prática dos religiosos do tempo de Jesus era oposta aos seus discursos. Belos discursos, bonita tradição, roupas pomposas, longas orações públicas e nenhuma prática. João Batista os confronta dizendo:
“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” Mat.3:8 “
Precisamos tomar cuidado com esse tipo de atrofia, termos uma vida religiosa impecável com um prática deplorável.
Em muitas igrejas, aqueles que têm colocado a “mão na massa”, representam um percentual muito pequeno. Por exemplo, o percentual de dizimistas das igrejas, geralmente, é vergonhoso.
Compare a disposição que as pessoas têm para ganhar dinheiro, com sua disposição em servir a Deus em sua igreja.
• Acordam bem cedo para trabalhar, pois tem que bater ponto. Quando chegam à igreja, tudo é desculpa para não ser pontual.
• São cobrados por seu chefe e “engolem” tudo porque precisam do emprego. Na igreja muitos são temperamentais e de difícil relacionamento.
• Preparamos-nos, fazemos curso, faculdade, pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado, tudo para sermos qualificados para mercado e recebermos uma boa remuneração. No Reino de Deus, muitos oferecem algo sofrível e sem qualquer qualidade.
Meu querido irmão observe bem se sua mão tem estado atrofiada para o serviço de Deus.
JESUS CURA O ATROFIADO
Ele diz ao doente: “LEVANTA E VEM PARA O MEIO”. Vejamos o que a Bíblia quer nos ensinar:
• Jesus mostra a todos quem é o alvo do seu ministério – O doente, o necessitado, aflito e oprimido, foi para esses que Ele veio (Mat.2:17).
• Jesus mostra a inoperância da falsa religião – Capaz de criar um sistema religioso apreciável pelos homens, mas que não é capaz de dar paz e curar o doente, ou seja, não gera vida.
• Jesus leva o doente a assumir publicamente sua condição – Não existe cura da “alma atrofiada”, sem que exista um reconhecimento diante de Deus e do mundo de seu pecado.
Cuidado:
Alguns pecados precisam ser confessados ao homem (família, pastor, pessoa ofendida e amigo) Tiago 5:16
Alguns pecados devem ser confessados somente a Deus e não torná-lo público. Digo isto porque algumas igrejas têm a prática de levar os membros desta, a fazer uma confissão pública de todos os seus pecados. Entendemos que isso pode levar a problemas ainda maiores.
• Jesus levou o homem a vencer seus complexos diante das pessoas – Estar ali diante daqueles religiosos, era extremamente constrangedor para um doente como ele, pois ele era um homem julgado e condenado por ser doente. Ele é levado a ficar em pé e assumir o local central da sala, sem medo. Existem pessoas que vivem um terrível complexo de inferioridade dentro das igrejas, por seu passado, por não possuir um dom que chame a atenção das pessoas, por sua classe social ou por sua cor de pele. Deus não faz acepção de pessoas e para eles todos nós temos o mesmo valor!
• Jesus levou o homem a exercitar sua fé – Ele disse “ESTENDA A MÃO!”. Depois de Jesus, o doente deveria ser a primeira pessoa a crer, e, portanto deveria estender a mão.
Você quer ver o milagre em sua vida? Então estenda a mão, obedeça a voz do mestre. Seja qual for a atrofia que você tem vivido (mente, coração ou mãos), Jesus tem poder para curá-lo, e o que precisamos fazer é OBEDECER A SUA ORDEM E ESTENDER A MÃO.
“Quem é você: mirrado ou crítico? Necessitado ou julgador? Como você vai sair deste episódio: curado, perdoado, salvo ou mais endurecido?”Pr Hernandes D Lopes
Pr Fulvio Santos
A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA
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