quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ESTUDOS BETESDA / I CORÍNTIOS / PARTE 15

A Importância da Ressurreição de Jesus


I Coríntios 15

A questão:
A Igreja de Corinto havia se deixado levar pelos conceitos gregos e judaicos (saduceus) a respeito da ressurreição.

Para os gregos a ressurreição era algo intolerável e absurdo, basta lembrar a reação deles quando Paulo discursa em Atenas (At.17:32) e fala sobre a ressurreição de Jesus. Para eles o espírito era essencialmente bom, mas a matéria essencialmente má. O coro era a prisão da alma e não havia nada de bom nele. Com esse pensamento eles se inclinavam para dois extremos: enclausuramento ou licenciosidade. Esse tipo de pensamento ainda hoje é percebido na mentalidade de alguns cristãos, alguns crentes tendem aos extremos quando vive uma vida na gangorra do espiritual e carnal (dualismo).

“Os saduceus, os teólogos liberais de Jerusalém, influenciados pela filosofia grega, não acreditavam na ressurreição do corpo. Paulo, durante sua prisão em Jerusalém, disse ao sinédrio judeu que estava sendo julgado por causa da doutrina da ressurreição dos mortos. “...hoje sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos” At.23:6; 24:21, com isso houve uma grande dissensão entre os saduceus e seus principais opositores, os fariseus (acreditavam na ressurreição dos mortos).” Pr Hernandes D.Lopes

Os crentes de Corinto acreditavam que Jesus havia ressuscitado, mas não criam na possibilidade de haver outro tipo de ressurreição.

O que Paulo diz?
Diante das dificuldades de entendimento da Igreja de Corinto a respeito da ressurreição dos mortos, Paulo apresenta a eles alguns conceitos fundamentais para a compreensão desta doutrina.

1) A Ressurreição de Jesus é a base da fé cristã
De todas as doutrinas, esta é uma das mais importantes para a compreensão da fé cristã, pois todas as demais coisas que haviam sido feitas por Cristo até a ressurreição, poderiam ser repetidas, mas somente Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Sem a ressurreição de Jesus, a cruz seria um símbolo de fracasso e não de vitória.

Essa é uma das mais antigas doutrinas da igreja primitiva (vs.1,3), Paulo ensina o que havia aprendido a respeito.

Veja algumas provas da ressurreição de Jesus:
a) A salvação dos coríntios (vs.1,2) – Um morto não poderia salvar ninguém, para que isso ocorresse ele precisaria estar vivo. Eles haviam sido salvos da condenação do pecado porque Cristo havia ressuscitado.

b) As Escrituras (vs.3,4) – Já havia sido profetizado este momento glorioso, quando a cabeça da serpente seria pisada (Gen.3:15).

c) Várias testemunhas viram Jesus ressuscitado (vs.5-11) – O texto vai relacionando: Pedro, Tiago, os doze e outros quinhentas testemunhas. Além é claro de Paulo, um nascido fora do tempo (v.8).

d) Provas morais, emocionais e existenciais – A vida dos discípulos nunca mais foi a mesma depois de presenciar a ressurreição de Cristo, se antes eles estavam trancados, com medo e pensando em voltar a vida cotidiana (Pedro resolveu pescar), depois eles se tornam corajosos e determinados na proclamação das boas novas. De todas as evidências da ressurreição de Jesus, a meu ver esta é a mais impactante, pois a todo o momento vemos pessoas que ao receberem o Cristo ressurreto (vivo) em seu coração, são totalmente mudados em sua natureza.

A ressurreição de Jesus é um fato tão relevante na história cristã que a igreja quando começa a se reunir nas casas para cultuar ao Senhor, o faz no primeiro dia da semana (domingo), exatamente no dia em que Cristo ressuscitou.

2) Se Cristo não ressuscitou...
• Estamos seguindo um Cristo morto, sem vida e poder (vs.13,16) – Seriamos mais uma das muitas religiões que seguem homens que tiveram algum tipo de virtude que os inspiram, mas que não passa disso pois seus corpos estão enterrados e sofreram a decomposição que qualquer um sofre.

É vã a nossa pregação (v.14) - É pura perda de tempo ficar pregando um evangelho quando todos teremos o mesmo fim.

É vã a vossa fé (v.14) – Estaremos fundamento nossa fé em algo vazio, sem vida e sem poder para transformar a vida das pessoas.

Somos falsas testemunhas (v.15) – Tanto os apóstolos como nós estaríamos propagando uma falsa mensagem que levariam muitos ao erro.

Permanecemos em nossos pecados (v.17) – A morte vicária (substitutiva) de Cristo para nos livrar da condenação do pecado não teria valor algum, logo ainda seríamos escravos do pecado.

Os que dormiram em Cristo pereceram (v.18) – Não há qualquer tipo de esperança para a vida do homem após sua morte.

Somos os mais infelizes de todos os homens (v.19) – Toda a nossa esperança vai embora com o fim da ressurreição de Cristo, pois é nesta esperança que cremos. Todos um dia seremos ressuscitados e seremos como Ele é (Fp.3:21).

3) Características do corpo ressurreto
Semeia-se corpo corruptível e ressuscita-se corpo incorruptível (v.42) – Nosso corpo passa por todas as fases de envelhecimento, e consequentemente de adoecimento. O corpo da ressurreição não sofrerá com esse tipo de desgaste que para nós é natural.

Semeia-se corpo em desonra e ressuscita-se corpo glorioso (v.42) – Corpos que tenham algum tipo de deficiência e deformação, serão substituídos por um corpo perfeito e semelhante ao do Senhor.

Semeia-se corpo em fraqueza e ressuscita-se corpo de poder (v.43) – Temos uma limitação de tempo e espaço que nos é imposta, mas o que vemos em Jesus após a sua ressurreição é que ele possuía poderes sobrenaturais.

4) Implicações da ressurreição dos mortos
• Evangelismo – A crença na ressurreição dos mortos deveria despertar em nós um maior interesse no evangelismo dos que estão perdidos sem entregar sua vida ao Senhor Jesus. Precisamos lembrar que no dia final uns vão ressuscitar para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo (Jo. 5:28,29). Nós choramos quando nossos amigos morrem, mas deveríamos também chorar por aqueles que estão vivos e precisão se arrepender.

• O Sofrimento (vs.30-32)- Paulo declara que se não existe ressurreição dos mortos, porque ele deveria sofrer tanto pelo evangelho? Ele crê que o nosso sofrimento no corpo por amor ao evangelho, gera frutos eternos (II Cor.4:17).

Separação do pecado (vs.33,34) – Se nós cremos na ressurreição dos mortos e no juízo final, então devemos nos separar de todo pecado. Aqui Paulo vai falar sobre as más conversações, sobriedade, justiça e sobre não pecar v.34.

A morte (vs.49-57) – Aquele que crê na ressurreição dos mortos não deve ver a morte como um momento de desespero e sim de transformação vs.51,52. Veja a diferença que há no enterro de um crente para o de alguém que não serve a Jesus, quanto desespero há para aqueles que não depositam sua esperança em Deus.

A doutrina da ressurreição dos mortos é um dos principais conceitos que precisamos ter guardado em nosso coração, pois ainda hoje vemos crentes que a desconhecem e vivem a vida como se estivesse limitada a este mundo. Isso fica bem claro quando fazem suas orações, estão sempre visando alcançar algo para este mundo e muito pouco para a eternidade. Esta doutrina também não deve ficar no campo das idéias, dos conceitos, mas gerar em nós um maior vigor evangelístico, uma disposição de fazer a vontade de Deus ainda que lhe venham sofrimentos, uma busca por santificação e um entendimento correto a respeito da morte.

Que Deus com sua graça nos capacite a entendermos os conceitos da ressurreição de Jesus e a vivermos com a expectativa que um dia Ele voltará e nos encontrará preparados para este encontro.

Princípios Bíblicos
• Filipenses 3:21
• II Coríntios 5:10
• II Coríntios 4:17,18
• Romanos 8:18
• I João 1:7-9

Perguntas
• Você entendeu a doutrina da ressurreição dos mortos?
• Sabe diferenciar ressurreição de reencarnação?
• Quais as questões práticas desta doutrina?

Apologia:
“E apareceu a Cefas e, depois, aos doze.” V.5

Ceticismo – Desacredita da veracidade da Bíblia e alega que este verso apresenta um erro ao dizer que quem viu Jesus primeiro foi Maria Madalena (Jo.20:14) e não Pedro.

Resposta: O texto não se propõe a trazer uma lista cronológica do evento da ressurreição, além do mais foi relacionado Pedro como testemunha em primeiro lugar e não Maria Madalena, porque na cultura judaica do 1º séc. a mulher não poderia ser relacionada como uma testemunha.

“Doutra maneira, que farão os que se batizam por causa dos mortos? Se, absolutamente, os mortos não ressuscitam, por que se batizam por causa deles?” v.29

Mormonismo – Cita esta passagem para fundamentar a doutrina do batismo pelos mortos. Todos os seus adeptos têm por obrigação preparar uma genealogia dos parentes já falecidos para que a cerimônia seja realizada.

Resposta: Neste capítulo, Paulo está falando sobre a ressurreição dos mortos. Desde o v.1, vem falando dos irmãos no Senhor e usando os pronomes vós e nós, com exceção do v.29, em que aplica o pronome eles (sujeito oculto): “Que farão (eles) os que se batizam pelos mortos?” Logo se entende que Paulo não falava dos cristãos, a que escrevia, mas de algum grupo religioso ou aos heréticos. Além disso, o batismo pelos mortos não é mencionado em nenhum outro texto bíblico, e formular uma doutrina utilizando apenas um verso é um erro grave.
Pr Fulvio Santos

A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA

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