PERGUNTAS SOBRE NOSSA LIBERDADE
I Coríntios 8
A questão:
A Igreja de Corinto quer saber de Paulo se é correto ou não comer carne sacrificada a ídolos. Era prática da cidade, oferecer animais aos ídolos. Uma parte dessa carne ficava com o sacerdote, outra parte ficava com quem levava o sacrifício e ainda outra parte era vendida nos mercados da cidade.
O que Paulo diz:
Com muita freqüência os pastores e líderes são questionados a respeito do que se pode ou não fazer um crente.
Perguntas como:
• Posso jogar na loteria? Mega-Sena? Jogo do bicho?
• Posso ir à praia no domingo? E jogar bola?
• Posso ouvir música secular?
• Posso beber vinho?
• Posso usar brinco?
• Posso fazer tatuagem?
• O que posso fazer na minha intimidade do casamento?
As perguntas feitas pela Igreja de Corinto são diferentes das que nós atualmente fazemos, mas os princípios utilizados por Paulo para responder são os mesmos.
A resposta sobre a liberdade cristã não se limita a este capítulo, na verdade ela se encontra nos capítulos 8,9 e 10, mas vamos nos concentrar na resposta apresentada no capítulo 8. Vejamos o que ele diz.
A população de Corinto tinha o hábito de sacrificar animais aos diversos ídolos da cidade, essa carne poderia ser encontrada em 3 lugares:
• No templo dos ídolos (v.10) – A Igreja não freqüentava este ambiente, portanto não corria riscos de ter contato com essa carne.
• Na casa dos que ofereciam o animal (10:27 e 28) – Havia um risco do crente estar visitando o seu amigo e lhe ser oferecido esta carne como alimento.
• Nos mercados públicos (10:25) – O animal oferecido tinha que ser sem defeito, logo essa era uma carne de primeira qualidade. Dizem os estudiosos que essa carne apesar de ser de melhor qualidade, era vendida pelo menor preço. Ou seja, era oferecida ao povo uma carne de qualidade e com o menor preço.
Existiam dois principais grupos que se dividiam em opiniões opostas a respeito do proceder da igreja, eram eles:
• Preferiam se abster do alimento – Esse grupo possivelmente eram dos que faziam o partido por Cefas. Lembra que os do partido de Cefas eram os mais conservadores, aqueles que procuravam guardar a tradição e eram contra todo tipo de liberalismo? Entendiam eles que o consumo dessa carne representava o compactuar com a idolatria da cidade e isso era um péssimo testemunho para os de fora.
• Diziam que não havia qualquer problema em consumir a carne – Provavelmente eram os seguidores do partido de Paulo, pois era este alguém que não se prendia as tradições judaicas. Diziam: “O ídolo não é nada! Não passa de um pedaço de madeira ou barro, vamos comer a melhor carne com o menor preço.
Responda:
Qual dos dois grupos estavam agindo de maneira correta?
Nenhum dos dois grupos, pois a quebra da comunhão da igreja representa um terrível testemunho para o mundo.
Paulo apresenta então, princípios válidos para as perguntas da Igreja de Corinto e para as nossas.
1) Conhecimento e Amor (v.1-3)
• “..todos somos senhores do saber..” (v.1) – Paulo usa de sarcasmo (zomba) dos dois grupos, pois ambos se julgavam donos da verdade. O lema deles era: “Nós temos a verdade!”; “Nós somos os fortes e eles os fracos na fé e no conhecimento!”.
• “...o saber ensoberbece, mas o amor edifica.” (v.1 e 2) – A palavra grega utilizada por Paulo para ensoberbece é a mesma para um balão. O balão está cheio de ar, mas um pequeno alfinete é capaz de esvaziá-lo. O conhecimento sem amor é como uma lata vazia que faz muito barulho, mas está vazia. O restolho (A parte inferior das gramíneas que fica enraizada após a ceifa) fica empinado, as espigas cheias se dobram. Existe um grande perigo para aquele que se enche de conhecimento e está vazio de amor. Outro erra é declararmos amor sem que haja um relacionamento, um conhecimento de quem nós declaramos amar. A fé cristã se baseia em conhecimento e prática, não se separa o conhecimento da experiência. (II Pe.3:18; Mat.22:29,36-38; Jo.1:14 ; I Co.
• “...se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele (v.3) – Não existe maior alegria do que saber que somos conhecidos por Deus, de uma forma única e incomparável. A condição é amar a Deus. (II Tim.2:19; Sal.1:6; Jer.1:5.
A pergunta que devemos fazer neste momento é:
A vida que temos vivido demonstra que de fato nós amamos ao Senhor? O amor envolve conhecimento, e só conhecemos de fato aquele com quem nós temos tido intimidade, aquele que nos relacionamos.
2) O ídolo e a carne (v.4-6) – Paulo deixa bem claro que o ídolo nada é (v.4), mais tarde no capítulo 10:19-22 ele diz que são demônios, ou seja não possuem valor algum pois só há um Deus e um Senhor, Jesus Cristo (v.6). A carne também não representa nada e nenhum mal pode causar aos crentes. Da mesma forma que boa parte das perguntas que são feitas hoje aos pastores e líderes poderiam ser respondidas dessa forma, mas ainda falta um principio determinante para a solução do problema.
3) O valor de nossos atos (v.7-13) – Os crentes são divididos em dois grupos, os fracos e os fortes. Os fortes são aqueles que não acreditam que a carne sacrificada tenha algum tipo de poder sobre eles, e os fracos são os que entendem que é um pecado comer da carne sacrificada.
Entenda meu querido irmão:
• Nem todos tem a mesma consciência/entendimento (v.7) – Alguns acreditavam que comer a carne era um problema, outros acreditavam não haver nada de mais.
• Não somos uma ilha isolada – A igreja é como uma família ou um corpo, nossos atos de alguma forma influenciam a vida de nossos irmãos.
• Abra mão daquilo que possa ferir ao irmão (v.8) - Ele recomenda que os crentes deixem de comer carne sacrificada, pois estava sendo tropeço para os demais irmãos.
• Quando fazemos um irmão tropeçar, é contra Cristo que pecamos (v.12) – A nossa liberdade deve estar submissa a Deus e aos benefícios que ela pode trazer ao corpo de Cristo.
Deixe eu ser bem claro na conclusão deste estudo. Uma pergunta muito comum é: Pastor eu acredito que posso beber um copo de cerveja ou vinho, pois a Bíblia diz que eu não posso é ficar bêbado (Ef.5:18). É verdade o texto bíblico diz que não podemos ficar bêbados, mas vejamos algumas das implicações da bebida.
• A droga (lícita) que mais mata no mundo – Nenhuma outra droga, lícita ou ilícita, mata mais que a bebida alcoólica.
• Qual entendimento que seu filho terá de cristianismo quando te ver bebendo – Você dirá então que irá explicá-lo que o que não pode é ficar bêbado. Então imagina a situação: Seu filho volta do shopping com cheiro de álcool, você vai até ele e questiona o porque do cheiro. Ele então dirá: Papai, o senhor não me disse que Deus não proíbe a bebida?
• Você não sabe se alguém em sua casa tem tendência a algum vício – Quando possuímos bebidas em nossa casa, corremos o risco de alguém que tenha tendência ao vício consumi-la. A bebida é a porta de entrada de quase todos os dependentes químicos.
• Podemos ser escândalo para o não crentes - Por mais que o não crente diga que beber não tem problema, o dia que ele te ver bebendo apenas um gole de qualquer tipo de bebida, ele se escandalizará.
Portanto meus irmãos, para cada pergunta polêmica feita a um pastor e líder, precisamos antes responder pensar:
• A Bíblia fala algo sobre o assunto?
• Qual o impacto da minha atitude na minha família?
• Qual o impacto da minha atitude para os irmãos de minha igreja?
• As pessoas olharão para mim e verão um santo homem de Deus?
• Contribuirá para que outros desejem conhecer a Cristo?
Princípios bíblicos:
• Mateus 18:6 – 9;
• I Coríntios 10:23 – 33
Apologia:
“E assim pelo teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu.” V.11
• Liberalismo Teológico - Acreditam que o seu conhecimento “superior” das Escrituras os levam a poder fazer determinadas coisas que a maioria dos cristãos “radicais ou tradicionais” não fazem. É possível encontrar muitos destes com práticas que não são comuns aos demais evangélicos. Com isso vemos cantores de Axé, mulheres em revista masculina, que dizem ser evangélicas. Muitos dizem que a sua consciência nãos os acusa, portanto não entendem que estão desagradando a Deus. Nossa consciência deve estar submissa aos princípios acima estudados.
Pr Fulvio Santos
A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA
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