O ESCÂNDALO DA CRUZ
1 Coríntios 1.18–2.16
A QUESTÃO:A cruz era símbolo de maldição, condenação e loucura (Dt 21.22,23; Gl 3.13). Somente pessoas com alto grau de periculosidade eram condenadas a morrer dessa forma. A mensagem do Evangelho consiste em que Jesus morreu por nós em uma CRUZ e ressuscitou ao terceiro dia. Dessa forma, três aspectos a respeito da cruz de Cristo tornam-se motivo de escândalo: a mensagem da cruz, os mensageiros da cruz e a pregação da cruz.
Paulo confronta o pensamento de Corinto, cheio de soberba e rejeição com relação à cruz de Cristo, mostrando que ela ocupa o lugar central na proclamação do Evangelho. A forma de pensar da cidade influenciou a igreja ali presente da mesma forma que tem influenciado e distorcido a mensagem, o mensageiro e a pregação da cruz em nossos dias, em nossas igrejas.
O que Paulo diz?
A mensagem da cruz – 1.18–25
Paulo afirma que a mensagem da cruz (salvação e renúncia) é loucura para os que perecem, mas para nós é o PODER DE DEUS. Os judeus (escribas – v. 20) esperavam a vinda de um messias que trouxesse libertação política e um domínio sobre todos e, por isso, viam a cruz como um sinal de fraqueza. Os gregos (“inquiridor deste século”; “sábio grego” – v. 20 e 24) buscavam sabedoria e, por esse motivo, achavam a cruz uma grande tolice. Paulo diz aos judeus que Jesus é o poder de Deus e aos gregos que Jesus é a sabedoria de Deus (Cl 2.3); ele declara ainda que a loucura de Deus é mais sábia que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Os mensageiros da cruz – 1.26–31
Paulo confronta a soberba da igreja de Corinto ao destacar as características dos mensageiros da cruz. São elas:
• Geralmente, não são sábios segundo o conhecimento secular (v. 26).
• Não são muitos os poderosos (v. 26).
• Nem muitos os de nobre nascimento (v. 26).
Mas Deus escolheu:
• As coisas loucas do mundo (v. 27).
• As coisas fracas do mundo (v. 27).
• As coisas humildes do mundo (v. 28).
• As desprezadas (v. 28).
• As que não são (v. 28).
Eles são lembrados:
• Quem eles haviam sido – (1.26; 6.9,10)
• O motivo pelo qual eles foram chamados – (1.27,28)
Essa escolha é feita para que NINGUÉM SE GLORIE na presença de Deus (v. 29 - 2 Co 4.7).
A pregação da cruz – 2.1–16
A retórica (oratória, discurso) era extremamente valorizada na cultura de Corinto, assim também a igreja se mostra mais interessada na forma em que as coisas são ditas e não necessariamente no que é dito. Ou seja, ela aprecia os grandes oradores, não importa tanto a vida do mensageiro ou o conteúdo que ele esteja transmitindo. O próprio apóstolo Paulo sofreu esse tipo de avaliação, quando eles chegaram a dizer que “as suas cartas são fortes, mas a sua presença é desprezível” (2 Co 10.10). Paulo os confrontou dizendo que a mensagem da cruz não consiste em sabedoria humana, mas em poder do Espírito (1 Co 1.17; 2.4,5).
A pregação da cruz, ao mesmo tempo simples, é poderosa. Entretanto, para os crentes de Corinto não bastava; eles queriam algo mais, talvez um pouco de filosofia. Assim também em nossos dias, alguns têm fugido da simplicidade do Evangelho (simples, mas poderoso, porque só Ele pode mudar a natureza de um homem carnal em espiritual), colocando em pé de igualdade a Bíblia com a filosofia, psicologia, a tradição e a justiça social.
Princípio bíblico
A cruz representa:
• Salvação - Gl 3.13; Dt 21.22,23
• Renúncia – Mt 16.24,25
Aplicação
As igrejas evangélicas têm vivido um momento em que se busca, em todo o tempo, um símbolo que expresse a mensagem do Evangelho ou o poder de Sua mensagem. Tem sido muito comum usar uma arca dourada, dizendo que ela representa a arca da aliança do Antigo Testamento. No entanto, o texto de Jeremias 3.16 diz: “Quando vocês aumentarem e se multiplicarem na sua terra naqueles dias”, declara o SENHOR, “não dirão mais: ‘A arca da aliança do SENHOR’. Não pensarão mais nisso nem se lembrarão dela; não sentirão sua falta nem se fará outra arca”.
Não creio que o cristianismo tenha necessidade de um símbolo que o caracterize, pois, se isso fosse necessário, estaria bem claro na Bíblia ou na história da Igreja. Porém, se houvesse essa necessidade, certamente, a cruz seria esse símbolo, porque ela aponta para os dois alicerces da vida cristã (salvação em Jesus Cristo e renúncia para segui-lO). O que para o mundo é loucura, para nós é o PODER DE DEUS.
Os métodos de escolha do mundo definitivamente não são os meios de Deus. Basta olhar para o perfil do líder que o mundo busca e para o perfil daqueles que Deus escolhe. Precisamos tomar cuidado para que esses critérios de escolha não sejam também os nossos. Por isso, não podemos deixar que a soberba nos alcance nem pensemos que fomos escolhidos por sermos especiais. Somos comparados a um vaso de barro, onde a essência está nAquele que o preenche – o Espírito Santo de Deus.
Que tipo de mensagem nós e nossa igreja temos transmitido ao mundo? Muitos têm feito uso de uma mensagem de satisfação do homem, sendo assim uma mensagem antropocêntrica (a qual considera o homem como o centro ou a medida do Universo, sendo-lhe, por isso, destinadas todas as coisas) e não cristocêntrica (em que Jesus é a medida de todas as coisas; Ele está no centro e não o homem). Não se pergunta mais se o que está sendo pregando é certo, mas se dá certo e se faz a igreja crescer (ou inchar). Os fins acabam justificando os meios, e, para se aumentar o número de pessoas na igreja, tem-se ensinado todo tipo de bobagem, pois o mercado está definindo o que deve ser pregado. Paulo contraria toda essa forma de pensar, pregando JESUS CRISTO E ESTE CRUCIFICADO (v. 2). Não podemos esquecer que a qualidade do alimento dado pelo pastor e pela liderança da igreja determinará que tipo de ovelha teremos no aprisco. Nossa mensagem declara que tipo de igreja desejamos ser.
No cap. 2, verso 16, está escrito que nós temos a mente de Cristo, ou seja, não seguimos a sabedoria deste mundo, mas a de Deus. Nossos valores e nossa forma de pensar são diferentes; portanto, nossa vida e nossa mensagem também precisam ser diferentes.
Deus tem promessas (2.9) para todos aqueles que O amam e não se envergonham da mensagem da cruz, ainda que ela seja escândalo para o mundo – para nós é o PODER DE DEUS.
Perguntas
• Você poderia agora, sem pesquisar, dizer por que a cruz é um escândalo para os que se perdem?
• Por que a cruz é o poder de Deus?
• Quais são os critérios de Deus para escolher Seus obreiros?
• Qual é a mensagem da cruz?
• Sabe o que significa tomar sua cruz?
• O compromisso que você tem assumido com Deus e sua igreja tem, de fato, mostrado que você tomou sua cruz?
Apologia
A palavra da cruz é loucura para os que se perdem!
TJ - “Negar que Jesus morreu na cruz é uma doutrina básica das testemunhas de Jeová. De fato, as testemunhas consideram qualquer um que acredita na cruz um "falso beato pagão". Em vez disso, a Sociedade Torre de Vigia ensina que Jesus foi pregado em uma "estaca de tortura" – um poste vertical, como um mastro de bandeira, sem nenhuma trave horizontal. Em qualquer lugar onde a palavra cruz é mencionada, em outras Bíblias, a Tradução do Novo Mundo usa a expressão estaca de tortura.
A ilustração da morte do Senhor em seus livros mostra Jesus com Seus braços colocados juntos, logo acima da cabeça, com um único cravo, pregando ambas as mãos na estaca. Durante anos, todas as publicações da Sociedade Torre de Vigia descreveram a morte de Jesus desta forma com um único cravo pregando as mãos a uma "estaca de tortura". Mas o que dizem as Escrituras? Era um cravo que pregava as mãos de Jesus acima de sua cabeça, ou eram dois cravos que as pregavam nos finais opostos do travessão da cruz? Em João 20.25, a Bíblia declara que o apóstolo Tomé disse o que é relatado no versículo acima. Mesmo na Bíblia da Torre de Vigia, Tomé falou dos "pregos" (plural) nas mãos de Jesus – não um único prego, como nas ilustrações da Torre de Vigia.
Assembléia de Deus dos Últimos Dias – Com base no texto de Gálatas 3.13 e Deuteronômio 21.22,23, a doutrina dessa igreja declara que a cruz traz maldição para aquele que a possui como enfeite ou ornamento; dessa forma, promove-se a expulsão demoníaca em todos aqueles que tiverem uma no corpo ou em casa.
Possuir uma cruz não significa que a pessoa seja a habitação do Espírito Santo de Deus (1 Co 3.16) ou não. Tanto as pessoas que a possuem como enfeite quanto aquelas que não a possuem podem ficar endemoninhadas. Cremos na mensagem da cruz; o enfeite não possui valor em si mesmo.
Igreja Católica Apostólica Romana – O objeto em si possui todo um valor místico e abençoador, inclusive fazendo parte dos sacramentos e da vida religiosa do católico. Geralmente, a cruz vem acompanhada de uma pessoa com aspecto desfigurado, a qual, para seus fiéis, representa Jesus Cristo.
Nosso Senhor Jesus Cristo não está morto em uma cruz, Ele ressuscitou! Por isso, não seguimos um Cristo morto, mas um vivo que está sentado à destra do Pai na Glória (Ap 19.11-16; Mt 28.1-10). Não é no objeto que cremos, mas na mensagem da cruz!
Pr Fulvio Santos
A JESUS CRISTO SEJA TODA HONRA E GLÓRIA!
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